"Tire suas mãos de mim!
Quando eu te conheci você não era assim.
Eu não te devo explicações de nada,
não tenho medo da sua ameaça."
(Você não manda em mim - Marília Mendonça)
Hermione chorava compulsivamente. Pansy não sabia como ajudar, visivelmente preocupada:
- Olha, Granger, eu não vou passar pano pra ele, mas... acredite em mim... ele não é um monstro!
Hermione respondeu, irritada:
- Ele me sequestra, tira a minha magia, me obriga a ficar no quarto dele, sabe-se lá que covardia vai fazer... como não é um monstro???
Pansy pensou um pouco antes de responder:
- Draco é o meu melhor amigo desde os 11 anos. Nós nos conhecemos no trem. Antes daquele ano terrível, quando ele se tornou o mais jovem comensal da morte da História, ele era mimado e meio fresco, mas jamais foi sádico. Eu sei que ele e todos nós fazíamos bullying e brincadeiras sem graça, mas nunca machucamos ninguém de verdade. Eu sei que você nos odeia, mas não somos monstros.
- Ah, é? E fazer isso comigo? Não é crueldade? Não é coisa de monstro???
- Granger, me conta o que aconteceu entre vocês na escola? Eu sei que aconteceu alguma coisa...
- Ele me xingava e insultava por tudo. Um dia, dei um soco nele.
Pansy se irritou, mas sua voz saiu branda. Estava realmente com pena de Hermione:
- Para de se fazer de besta. Não é disso que estou falando!
- Tá bom, Pansy. Nós ficamos uma vez. Foram só uns beijos, nada demais. Ele nunca te contou?
- Nunca! - a sonserina sentou-se na beirada da cama e ficou pensativa.
- Ele sempre gostou de você. Dava pra ver o desejo e a culpa nos olhos dele quando você aparecia... Ele sofria muito por você ser uma sangue... desculpe! Por você ser nascida trouxa.
- Mas eu nunca gostei dele!
- E por que ficou com ele, então?
- Foi no quarto ano. Depois do baile em que fui com o Krum. Eu acabei brigando com Ron e não queria voltar chorando para o dormitório da Grifinória. Fui para a torre de astronomia. Ele estava lá. Falei que queria ficar sozinha. Ele tinha bebido demais, disse que eu estava bonita. Me beijou e acabei beijando de volta. Depois de um tempo, saí correndo. Foi só isso.
Pansy pegou uma toalha limpa.
- Vou preparar um banho quente de banheira pra você. Depois do banho, abre o chuveiro, fica um tempo lá. Vai aliviar essa sua dor no corpo pela falta de magia.
Hermione obedeceu. A sonserina tinha razão. Ficou mais de uma hora na banheira e, quando a água esfriou, ligou o chuveiro e deixou a água escorrer pelo corpo por muito tempo. As dores passaram.
Quando ela voltou para o quarto, Pansy não estava mais lá. Mas deixou, para ela, uma camisola, uma calcinha branca simples e um par de chinelos. Hermione sorriu ao notar que era uma camisola bem comprida e comportada, nem um pouco sexy. Se as circunstâncias fossem outras, ela gostaria muito de ser amiga de Pansy.
Vestiu-se, bebeu água, deitou-se na cama e cobriu-se com o cobertor. Não sabia se era frio ou se era medo. Torceu para que a próxima pessoa a entrar no quarto fosse a sonserina.
Mas, ao anoitecer, Malfoy entrou, trancou a porta, olhou dentro dos olhos assustados dela antes de se sentar na cama e dizer, com voz autoritária:
- Nós precisamos conversar.
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Obsessão doentia
FanficVoldemort está morto, mas a guerra não acabou. Vários comensais da morte fugiram de Askaban e o mundo mágico não voltou a ter paz. Alguns heróis de guerra, como Luna e Neville, desapareceram. Hermione Granger voltou para terminar seu último ano em...