Obsessão doentia

Como se eles tivessem algum direito de criticar

"Nós passamos pelas portas, tão acusadoras em seus olhos

Como se eles tivessem algum direito de criticar

Hipócritas, vocês estão todos aqui pela mesma razão.

Porque você não pode sair dos trilhos

Nós somos como carros num cabo. 

E a vida é como uma ampulheta colada na mesa.

Ninguém consegue achar o botão para voltar, garota!

Então coloque a mão na sua consciência

E respire, apenas respire,

Respire, apenas respire."

(Breathe - Anna Nalick)

Hermione procurou Neville no departamento de Herbologia do Ministério. Sabia que ele estava desenvolvendo uma pesquisa especial sobre o tema.

- Tem tempo pra almoçar comigo, amigo? - ela já chegou perguntando. - Tenho te achado tão distante ultimamente...

- Des... desculpa, Mione, mas eu já tinha um compromisso. - ele claramente não esperava por isso. 

- Fugindo de mim, Neville?

Ele arregalou os olhos.

- Claro que não, Mione. É que vou almoçar com uma pessoa hoje, mas podemos marcar outro dia...

- O nome dessa pessoa é Pansy Parkinson?

Neville ficou vermelho.

- Vou com você, querido. Aliás, anda logo! Já é quase uma da tarde, não é educado deixar uma dama de sangue puro te esperando...

Hermione o vigiou. Não queria que ele ficasse sozinho para mandar uma coruja avisando a namorada. Sem graça, Neville não disse nada quando ela o seguiu até um charmoso restaurante em frente ao Ministério. Pansy já estava numa mesa bem discreta, afastada dos outros, esperando por ele.

- Olá, querida! Tudo bem com você? Meu nome é Hermione Granger e eu sou amiga do seu namoradinho aqui. Muito prazer!

Pansy ficou pálida. Tentou dizer alguma coisa, mas não conseguiu. 

- Podem começar a soltar a língua! Vocês se interessaram um pelo outro no cativeiro de Greyback, certo? E já estavam namorando quando eu fui sequestrada! Vamos, respondam! Eu tenho o direito de saber!

Neville começou a soluçar.

- Me perdoa, Mione. Draco... ele salvou nossa vida... e... pediu esse... esse favor.

- O favor de ser cúmplice de um crime??? Do meu sequestro? Como você pôde, Neville? Você, Carlinhos, Luna! Eu não posso acreditar em tamanha traição!!!!!!

- Granger, deixa a gente explicar. - Pansy suplicou.

- E você pode calar a sua boca, senhorita Parkinson! Você fingiu gostar de mim porque provavelmente Neville estava preocupado que eu descobrisse tudo e o culpasse pelo resto da vida, não é?

- Não foi assim, Mione... - Neville começou a chorar.

- Como foi então, senhor Longbottom? Me diz? Você sabia que eu estava lá e não fez na-da para me ajudar, não é? Confessa!

Hermione sentia uma raiva que ela não podia controlar.

- Fala baixo, Granger! Alguém pode ouvir! - Pansy pediu.