Cada suspiro que você der,
Cada movimento que você fizer,
Cada vinculo que você romper,
Cada passo que você der,
Eu estarei te observando...
A cada dia,
Cada palavra que você disser,
Cada jogo que você jogar,
Cada noite que você sair,
Eu estarei te observando...
Você não consegue perceber?
Você pertence a mim.
(Every Breath You Take - Sting)
Malfoy saiu do banho. Ela tinha acordado, mas fingiu que estava dormindo.
- Se não quiser me ver pelado e depois chorar pra Pansy que eu te obriguei, vire-se para o outro lado. Sei que está acordada. - avisou, deixando a toalha cair no chão.
Hermione não se mexeu. Ele se vestiu e saiu imediatamente do quarto.
- Pan! - chamou. - Depois você leva para ela, por favor? A fruta preferida dela é morango. E ela gosta de pães de queijo bem quentes. A bandeja está quase pronta, é só você levar assim que eu terminar o café. - disse ele, arrumando os alimentos caprichosamente.
Pansy olhou para ele sem saber o que pensar.
- Você é estranho, Malfoy. Esse seu ódio, essa sua vingança... isso parece... parece uma obsessão doentia!
- Você está muito melodramática desde que se apaixonou pelo matador de cobras. - ele a provocou.
- Deixe Neville fora disso! Foi ele que me pediu para cuidar dela. Luna e Carlinhos também imploraram para que eu tentasse interferir. No começo, eu não estava a fim de ser babá da sabe-tudo, mas quando a conheci, eu gostei muito dela. Não entendo pra que você a quer aqui se vai cumprir a promessa que me fez... Todos somos gratos por você ter salvado nossas vidas, Draco. Te ajudamos a pegá-la. Faríamos qualquer coisa por você. Mas ninguém consegue realmente entender! De todas as pessoas de quem você poderia querer se vingar, ela é a que menos tem culpa do que nos aconteceu! Por quê? Me explica os seus motivos?
Draco devorou um morango enquanto coava o café.
- Ela gosta de café bem forte, Pan. Era o jeito para ficar acordada estudando até tarde...
Pansy encheu uma xícara com o café que ele fez, colocou na bandeja e saiu sem dizer nada, balançando a cabeça de um lado para o outro.
- Bom dia, Granger! - ela cumprimentou, abrindo as cortinas. As janelas tinham grades de ferro.
Hermione estava deitada, olhando para o teto.
Pansy sorriu, aliviada, contemplando o colchão. Draco estava mesmo disposto a cumprir a sua promessa de não forçá-la a nada.
- Venha, você precisa comer. - chamou.
Hermione levantou-se lentamente e se arrastou até a mesa. Estava se sentindo deprimida. Sentia falta dos amigos, da escola, dos pais e da sua magia. Estava muito cansada de tentar entender para onde aquele estranho sequestro a levaria. Mordeu um morango.
- Como você sabia, Pansy? - ela perguntou. - Ontem trouxe um almoço só com os meus alimentos preferidos. Até o sapinho de chocolate! E hoje até o café está perfeito, super forte. E os pães de queijo estão quentes e...
- E morango é a sua fruta favorita, né?
- Sim! Como você sabia?
A sonserina não respondeu. Hermione parou de comer e tomou o café bem devagar. As duas ficaram em silêncio por alguns minutos.
- Qual é... o problema dele, Pansy? Ele já me contou da morte dos pais e de tudo de ruim que aconteceu com vocês. Mas nós também perdemos entes queridos e nem por isso saímos por aí perseguindo as pessoas... O que eu quero saber não é isso... é... por que ele está obcecado por mim?
A garota não sabia o que responder.
- Eu sei que ele sempre gostou de você, mas nunca quis falar com ninguém sobre isso. Mas esse comportamento obsessivo... eu não sei explicar. Mas ele não vai te machucar, ele...
- Ok, Pansy. Mas e aí? Vou ter que ficar presa com esse maluco o resto da minha vida? Que tipo de vingança é essa?
A sonserina não soube responder. Ela também não entendia.
Malfoy entrou no quarto com uma pilha gigantesca de livros.
- É pra você passar o tempo e não morrer de saudades de mim. - debochou, jogando os livros no colchão dela.
- Pan, Theo precisa de ajuda com o projeto de vocês. Ele disse que você ainda não se decidiu.
Pansy olhou para Hermione e, antes de sair, o chamou.
- Precisamos conversar lá fora.
Hermione levantou-se da mesa, foi ao banheiro, escovou os dentes e voltou para o seu colchão. Quando foi folhear os livros, ficou surpresa e assustada: todos os seus romances preferidos estavam ali. Literatura trouxa e ficção bruxa. Clássicos e livros de entretenimento. E o exemplar de "Hogwarts: Uma História", que ela já tinha lido tantas vezes e amava tanto, também estava lá. Cansada de tentar entender a cabeça doentia de Malfoy e como ele sabia absolutamente tudo sobre ela, arrumou o travesseiro e começou a ler compulsivamente na esperança de esquecer a realidade triste por alguns momentos.
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Obsessão doentia
FanficVoldemort está morto, mas a guerra não acabou. Vários comensais da morte fugiram de Askaban e o mundo mágico não voltou a ter paz. Alguns heróis de guerra, como Luna e Neville, desapareceram. Hermione Granger voltou para terminar seu último ano em...