ALÉM DO TEMPO||Tudo aconteceu na favela.

Trovão

Sexta-feira
10:46AM

Tava na boca com o gl e escorpião resolvendo umas coisas sobre as cargas de drogas, o negócio tá fluindo.

- Tá tudo certo, chefia! - Escorpião falou terminando de contar a última gaveta de dinheiro fechando ela.

- Com essas vendas ‘tamo’ lucrando muito. Só tem que tomar cuidado na hora de repassar a carga por causa dos ‘canas’ não pegarem no vacilo - falei levantando da cadeira de plástico que eu estava.

- Mermão, a gente poderia trocar essas cadeiras e essas paradas daqui da boca. Tá parecendo um chiqueiro, a mesa do dinheiro tá quase se desmontando sozinha. - gl falou.

- Calma aí princesa, aqui e uma boca não um escritório - respondi rindo.

- Cara, eu vou pagar pra alguém limpar isso. Aqui na boca os manos produzem as drogas, suja pra caralho, parece que custa jogar o cigarro e as latas de cerveja fora. Nós é traficante não é porco não. Ao menos na sala que eu arrumo os armamentos eu vou pagar pra darem um grau. - falou.

- Ta parecendo aquelas velhas lá - escorpião falou rindo. - mas dá o papo mermo que aqui tá feiao, a sala do trovão parece que descarregaram um caminhão de lixo aqui.

- O seu filho da puta, a sala que tu tá falando ser minha e tua também. Ou tu esqueceu que trabalha na contabilidade? - falei puto. Eu hein, gosto de sujeira não, a sala está suja mais por causa do escorpião que joga tudo aqui dentro.

- calma princesa, mama que passa - escorpião fala rindo juntamente com GL.

- doidos pra tomar um tiro na testa. - falei.

...

A boca e uma espécie de ‘casa’ que transformamos pra arrumar as parada da comunidade. Um lado produzem as drogas, gl organiza pra comprar armas, eu e escorpião ficamos nessa sala resolvendo os b.o do dinheiro e tem as salas dos vapores pegarem drogas e levar pra vender.

...

Eu, gl e escorpião terminamos os b.o era quase umas 12 horas e viemos aqui no bar da dona Lurdes almoçar. Aqui é um dos lugares mais frequentados da comunidade, é um bar, restaurante e lanchonete, venho aqui desde  pivete, a dona Lurdes e firmeza.

A gente amassou maior ‘pratao’ mermo, fome tava foda. Não demoro muito pra nós voltar prós corres, a gente aproveitou pra ir lá no início da favela pra vê como que tá a correria.

...

A gente tava tranquilo lá observando o andamento dos bagulho, aí a avó da maluca lá (Marianna), passou com um monte de sacolas na mão. GL foi oferecer ajuda e a ‘velha’ quase bate nele.

- Qual foi, tia? Deixa te ajudar aí. - falou se aproximando dela.

- Olha aqui, eu tenho cara de ser tia de traficante? Faça o favor de sair de perto de mim se não eu faço um escândalo aqui. - falou mó pistola.

- Então vai pro caralho, velha dos inferno. Te ofereci ajuda tranquilo e vem querer da uma de malucona? Se levantar os braços pra cima Deus vai é te puxa. Tá achando que se gritar eu vou sair correndo de medo? Eu sou sub desse caralho é mais fácil eu me assustar com tua cara - Gl falou enquanto eu e escorpião estávamos rindo pra caralho dele xingando a veia, já sei quem a maluca puxou.

- Você me respeite! Você pode ser sub daqui ou o quê for que seja, eu não vou ter medo de você não! Eu nem te pedir ajuda, até porque eu tenho dois braços. Minha filha e minha neta me ofereceram ajuda e eu não aceitei então porque vou aceitar ajuda de um bandidinho? Vou te dar um conselho vai procurar ajuda na igreja, porque olha você tem filhos e casado que eu sei e ainda namora com outras meninas, isso é pecado! E sabe o pior? Você é um traficante! Então me deixa em paz que eu não te pedir ajuda. - falou a dona Helena.

- Olha, se eu fosse tu eu saía da minha frente enquanto eu não atiro na tua testa. Sou pecador mermo, mas fofoca e pecado também velha do capeta, porque saber tanto da minha vida se não gosta de traficante? Fofoqueira do caralho e outra que eu me lembre antes de tu se envolver com o teu marido aí que morreu, tu tinha uns lances com uns bandidos aí. Meu pai já me falou a tua fita, velha sínica. - gl falou vendo a dona Helena soltar as compras e ir pra cima dele.

- Olha aqui, você não sabe nada da minha vida pra falar que eu já tive envolvimento com traficantes. - falou dando um empurrão nele. - E outra, se eu já tive foi no passado e me arrependi! Diferente de você não sou uma bandida. - falou.

- Não é, mas antes de se casar pegava todos. Todo mundo sabe que a dona Helena costureira antes de ser mulher do teu falecido marido pegava todos os traficantes é quer falar de mim. Até a tua filha pegou que eu saiba o pai da tua neta tá até preso. - falou vendo dona Helena começar a chorar pegando as sacolas. - Eu só não te mato aqui mesmo velha do capeta, porque vou ir buscar a minha filha na escola.

Entrei no meio pra acabar com o show dos dois. Gosto de briga aqui não, por mais que estivesse engraçado a velha ficar toda envergonhada e capaz dela morrer aqui.

- chega de briga aqui se não os dois vão rodar. - falei vendo gl bater no meu ombro e ir em direção da moto dele, logo saindo com ela.

A velha me olhou com maior desdém mesmo chorando e virou os olhos e saiu andando.
Eu hein, velha maluca do caralho.

...

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