Marianna 🌊

1.8K 78 6
                                    

Tinha chegado da escola há pouco tempo. Minha avó tinha saído para fazer umas compras, eu e minha mãe nos oferecemos para ajudá-la, mas ela disse que não está dependente de ajuda ainda. Ela é muito difícil!

Enquanto isso, fui preparar trabalho da escola é colocar os conteúdos em dia. Essa correria de trabalhar, estudar, academia e ajudar em casa é complicado! Não sobra tempo para quase nada.

...

Estávamos estranhando a demora da minha avó, ela foi comprar tecidos, linhas para costura e algumas frutas e legumes é estava demorando demais.

- Se quiser vou atrás dela. - falei para a minha mãe.

- Não precisa, acho que ela já vem. Sabe como ela é não pode vê algum conhecido que para pra conversar. - minha mãe respondeu. - E daqui a pouco você vai pra academia e depois trabalhar.

- Acho que nem irei mais pra academia estou ficando muito sobrecarregada. - falei me sentando no sofá.

- Você que sabe! Mas já deixei claro que não precisa trabalhar. - respondeu minha mãe.

- Mãe, você trabalha, minha avó faz costuras e minha tia trabalha na escolinha e nem assim temos dinheiro suficiente porquê o que recebem é migalhas, então, trabalhando vai ajudar um pouco. - falei e ela concordou.

Logo a tia Lais entra pela a porta perguntando sobre a minha avó.

- Saiu faz tempo e não voltou ainda. - minha mãe respondeu.

- Será que aconteceu alguma coisa? Foi sequestrada? - minha tia perguntou se sentando com uma cara de nervosismo.

- Meu Deus, você fala cada coisa Lais. Até parece que a nossa mãe ia ser sequestrada, do jeito que a mãe e, é mais fácil ela espancar o sequestrador. - minha mãe responde.

- Tem razão! - minha tia respondeu de volta.

...

Por volta de uns 6 minutos minha avó apareceu, com o rosto vermelho e o rosto cheio de lágrimas. Meu coração parou ali mesmo!

- Mãe o que aconteceu? - minha mãe fala, pegando as sacolas enquanto eu e tia Lais colocamos minha avó para se sentar no sofá.

Ela passou alguns minutos sem conseguir falar e eu já estávamos imaginando que alguém fez algum tipo de agressão a ela.

- Responde, vozinha - falei abraçando ela de lado.

- O bandidinho daqui ele me humilhou...

Então, ela contou tudo que aconteceu. Que o filho da puta falou do passado dela, quando ela se prostituía para sobreviver antes de conhecer o meu avô. E os clientes dela eram os traficantes, então, por isso o ódio dela por eles.

Vitória entrou na sala sem entender porque minha avó estava chorando e sem entender o meu ódio.

- O que aconteceu com a madrinha? - perguntou.

- Um bandido aí, arrumou briga com ela. - minha tia respondeu dando um copo de água para minha vó.

Vitória me olhou rápido, acredito que ela pensou que poderia ser o escorpião. Mas acredito que não, pelo jeito que ela descreveu deve ser o vagabundo do dono daqui. Minha avó não falou mais nada, nem o nome dele, então eu mesma vou atrás do trovão e ele vai vê que não se mexe com o que está quieto.

- Mãe, já eu volto. Vem Vitória - falei para a minha mãe que nem deu muita importância já que a sua atenção estava voltada a minha avó e sai puxando a Vitória pelos os braços.

ALÉM DO TEMPO||Tudo aconteceu na favela.Onde histórias criam vida. Descubra agora