ALÉM DO TEMPO||Tudo aconteceu na favela.

Marianna

Aceitei a carona do trovão. O que me fez arrepender da minha escolha em poucos minutos, ele simplesmente resolveu mudar o caminho da casa da Marianna para sei lá onde, só minutos depois, eu percebi que era pra casa dele.

-Ou, me deixa na casa da Catarina. - falei.

-Fica na tua aí. - acelerou logo chegando na casa dele. - Vai descer não?

- Não, até você me deixar na casa da Catarina. - falei.

- Calma aí, daqui há pouco nos vai. Só vim pegar um bagulho aqui. - falou.

- Me deixa lá e depois você vem e pega. - falei gesticulando.

- Se tu não descer eu te empurro da moto. - ele disse sério.

Desci da moto bufando, cruzando os braços e olhando pra ele revirando os olhos, enquanto ele abria o portão e a porta.

- Vai ficar aí? - perguntou.

Entrei na casa dele, que tava limpinha, igual da última vez que eu estive aqui. Ele foi no quarto e depois voltou e se deitou no sofá, enquanto eu estava em pé observando.

- Eu sei que sou bonito, mas não precisa me encarar tanto. - falou debochando.

- Me poupe, vai logo me deixar na casa da Catarina. - falei.

- Pra que essa pressa toda? - falou me puxando pro sofá, fazendo eu cair encima dele.

- Tô falando sério. - falei me sentando na ponta do sofá.

- Também tô, bora conversar maneirin.- ele falou fechado os olhos e respirando fundo.

- Conversar sobre o que? - perguntei.

- Muitas coisas. - falou.

- Tipo? - perguntei confusa.

- Por que tu tava toda estranha quando eu voltei? - perguntou me olhando.

- Eu estranha? Tá criando fic. - falei sarcástica.

- É sério caralho. Tava cheia de marola. - falou sentando no sofá.

- Também tô falando sério. - falei.

Ele deu um tapinha na minha coxa apertando de leve, se aproximando do meu ouvido com o seu hálito quente, cheiro de chiclete misturado com álcool e falou perto do meu ouvido:

- Tô ligado que tem caô teu. - falou enquanto eu me arrepiei e ele sorriu baixinho.

- Você sumiu por uma semana, voltou e nem falou comigo. Depois que veio falar - confessei.

- tive os meus motivos - falou rindo.

- Teve? A gente não íamos começar uma amizade? - falei.

- A gente começou fia, só sumi por motivo de segurança. - falou beijando o meu pescoço enquanto eu me esquivei.

- Hm.. segurança. - fechei os olhos respirando fundo - me deixa na casa da Catarina.