confusão de sentimentos

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Marianna 🍂

- Mas sério, vai me deixar em casa por favor?! - pedir na maior cara de pau, nem parece que eu fui super chata quando ele pediu pra fazer amizade, acusei de ter brigado com a minha avó...

- Vou nada. - falou fumando.

- Chatão. - falei e ele deu com os ombros. - ou, porque tu tá sumido? - perguntei já sabendo que ele vai me dar um coice.

- Se tu tá me vendo eu não tô sumido. - falou jogando a fumaça pra cima.

- O chaminé ambulante, tô perguntando nesses dias todos? Praticamente 3 meses fora. - falei e ele me observava atentamente.

- Tá contando o tempo que eu tô fora? - perguntou em um tom irônico.

- Af, eu desisto. - falei revirando os olhos. - sabe? - perguntei e ele me olhou.

- Dependendo do que for eu sei. - falou.

- Há três meses atrás eu e Pablo, ajudamos a sua namorada, ela falou que vocês não se "gostam" do tipo de se amar. - falei porque isso martela a minha cabeça desde de quando ela me contou. Falei pra Vitória sobre e ela disse que o escorpião falou que eles só se usam pra suprir a carência, como ela falou.

- Tô ligado, ela me falou. - falou fazendo pouco caso.

- Eu fui muito invasiva? - perguntei. Sei lá, agora tô com receio de ter me metido muito na vida dele.

- Marianna, queridinha. Você pode fazer o favor de calar a boquinha? Eu tô com a mente a milhão, pensando em como resolver os b.o e tu vem me falar da Mirella? Agora ela deve tá dando ou chorando pelo gl. - falou e me puxou fazendo eu abaixar a cabeça no ombro dele,  jogou o cigarro fora e segurou em minha cintura. - só fica caladinha.

Fiquei sem entender nada, mas fiquei quieta vendo o mesmo respirar fundo e ficar observando o céu. Ficamos uns 12 minutos assim, sem zueira. Mas eu não consigo ficar calada por muito tempo.

- tipo, eu sei que você pediu pra eu ficar calada, porém eu sou tagarela. - ele riu pelo o nariz me dando um tapinha na coxa. - mas você me salvou hoje, me salvou do gl, me levou na sua casa pra assistir filme e tals, então, se você quiser conversar sobre os problemas eu tô aqui, sei que não sou a pessoa mais confiável pra você ,porém, tô aqui. - falei e ele só concordou com a cabeça.

- E se tu for X9? - falou rindo.

- Meu pau! - falei incrédula, será que ele pensa que eu trabalho para BANDIDOS?

- Olha a boquinha, criança. - falou e eu mostrei o dedo do medo. - eu tô sumido esse tempo porque tem polícia infiltrada no morro, bandido infiltrado eu só vim hoje porque minha coroa teve uns problemas ae.

- Meu Deus, trovão. Você tá correndo perigo - falei em um real estado de choque, e se pegam ele? E matar? Caralho, eu nem sou próxima há ele, mas não me imagino sem o meu amor de adolescência.

- Eu sempre corro perigo, Marianna. Mas deixa eu te levar pra casa logo, que eu tenho que ir pra minha. - falou tirando a mão da minha cintura e se levantando.

- Como assim pra sua casa? Você vai ficar no morro correndo perigo. - perguntei incrédula, logo após me levantando do chão.

- Não vou deixar meus b.o daqui na mão dos outros e muito menos a minha coroa. - falou. Logo montando na moto e ligando, nem discordei e subir junto. Vai que ele se irrita e desiste de me dar a carona.

Ele saiu dali tão rápido que eu quase caí da moto por não estar me segurando.

- Calma aí o filhão, vai me matar mesmo? - falei.

- Se segura, maluca. - respondeu.

Não demorou muito e chegamos em frente a minha casa. Desci da moto e fui agradecer 

- Trovão, sério mesmo obrigada de todo o meu coração por ter me salvado já umas vezes e por hoje! Juro! Você foi um anjo naquela hora. - falei dando um abraço nele que só passou a mão pela a minha cintura dando um beijo no topo da minha cabeça.

- desbloqueia eu lá do insta. - falou me saltando do abraço.

Concordei pegando o celular do bolso indo no Instagram e desbloqueando o mesmo.

- Satisfeito? - virei a tela do celular para ele.

- Tem hora que tu é maneirinha, só que tem hora que tu pisa na bola. - falou rindo.

- Eu sei que eu vacilei pra caralho contigo, foi mal mesmo. - falei. - Se você quiser tentar amizade, não precisamos ser próximos demais sabe? - falei com o maior medo de levar um "não," eu literalmente estou cometendo um erro? Talvez? Estou em uma confusão de sentimentos por um traficante? Talvez.

- Tranquilo. - respondeu com um sorriso de lado, porém o sorriso dele não foi maior que o meu. - Ih, alá! Toda felizinha que vai ser minha amiga - falou me zoando - nem parece que quando eu tentei tu me esculachou

- Sem ressentimentos do passado. - falei um pouco com vergonha. - vai ir pro chá da Catarina, amanhã? - perguntei a coisa mais aleatória do mundo, só para fugir da situação vergonhosa.

- Vou mermo, mano gl vai ser pai de novo. - falou rindo.

- Odeio ele! Só vou por causa da Catarina mesmo. Péssimo pai, péssimo marido, brinca com os sentimentos alheios... Briga com idosas - falei revirando os olhos e ele me deu um tapinha na testa.

- Vai falar do mano na minha frente mermo? - fala rindo. - Mas sem caô, naquele dia ele se ofereceu pra ajudar a tua coroa.

- Eh, fiquei sabendo. Mas não anula o fato dele ter jogado na cara o passado dela, agora ela nem saí mais de casa! Tirando que ele traiu a mãe dos filhos dele, usou a Catarina, menosprezou os sentimentos da Mirella. Babaca! - falei.

- E foda. Amanhã nos se vê lá. Vou pro barraco! - falou descendo da moto e me abraçando. - tchau, piveta!

- Tchau, trovão. - falei retribuindo o abraço, que por mim eu não sairia dali mais nunca. Logo ele desfez o abraço e saiu com a moto.











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