De volta a realidade

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Tudo que é bom dura pouco, porra, passei a melhor noite da minha vida com o trovão. Que homem gostoso do caralho! Testei tantas coisas que as meninas tinham me falado que eram bom e ontem eu comprovei que sentar de costas é uma delícia, principalmente, se for pro Thiago.

— Bom dia, piveta. — Beijou a minha testa.

— Bom dia, Thiaguin. — Falei e ele riu. — Estou ferrada.

— Por que? — Perguntou se sentando na cama.

— Minha mãe vai me matar, era pra eu ter dormido em casa minha avó dormiu sozinha, minha mãe trampa de noite. — Lembrei da bronca que com certeza eu vou levar.

— Pô, fala que teve que ajudar alguma amiga tua. — Falou passando a mão no rosto.

— Minha avó não quer nem saber da Vitória e das minhas outras amigas, se esqueceu que elas estão com envolvido? Principalmente agora que a Vitória foi morar com o escorpião. — Falei.

— Caralho, nós vai fazer o que? — Perguntou.

— Sei lá, vou falar que o Pablo estava doente. Elas ainda suportam o Pablo. — Falei e ele concordou. — Agora me leva na casa do Escorpião, vou usar as maquiagens da Vitória pra cobrir esses chupões.

— Tá mec, deixa eu só raciocinar direito, tu me deu mó chá de bucet4. — Falou sínico e eu congelei de vergonha, dei maior tapão nele.

— Te odeio, sério. — Falei e ele riu.

— Alá, ontem nem tava com vergonha. — Falou e eu levantei o dedo do meio.

...

Tomei um banho rápido na casa do Thiago, usei uma escova de dente nova que tinha reserva e vestir minha roupa de ontem. Ele perguntou se eu queria comer alguma coisa e eu recusei, pedi para ir logo para a casa do Escorpião (atual lar da Vitória).

Chegamos lá e o trovão gritou pelo o escorpião, que logo veio com maior cara de cu, coçando o olho e abriu o portão.

— Qual foi? — Perguntou com desdém.

— Cadê o café? — Trovão brincou sarcástico e ele deu o dedo. — A Aryane queria visitar a tua "comadre."

— Caraí, a nega uma hora dessas tá igual gato de pensão, dormindo. — Falou coçando a cabeça. — Mas entra lá dentro, a porta do quarto tá aberto da pra vê ela toda largada lá.

— Tá de boa. Licença aqui! — Entrei lá dentro.

Entrei na casa e observei a porta do quarto aberta, a Vitória toda torta na cama. Cheguei perto e gritei

— BOM DIAAAA, VIVIZINHA DO MEU CORAÇÃO. — Gritei e ela levantou a cabeça toda descabelada e confusa.

— Que foi sua vadia, tá maluca? Vai gritar no ouvido do capeta. — Ela falou se sentando na cama cobrindo os seios com o lençol.

— Meu Deus, olha que safadeza! — Falei e ela deu o dedo pegando uma blusa e vestindo.

— O que tu quer, mulher? Uma hora dessas. — Perguntou com a voz rouca.

— Eu dei. — Falei baixinho e ela gritou.

— TU DEUU? MEU DEUS, AGORA QUE PERCEBI OS CHUPÕES. — Gritou e eu pedi pra ela falar baixo.

— Dei pro Trovão, agora preciso da tua base porque se não a minha mãe me mata. — Falei e ela ficou rindo.

— Porra, tu só tem cara de santa! — Se levantou abrindo o guarda roupa pegando as maquiagens. — Cobre direitinho se não a tua avó tira a tua pele.

...

Cobri os chupões e a Vitória pediu pro Escorpião ir comprar um bolo e pães na padaria, ele como é cadelinho dela foi com o trovão sem contestar.

Quando eles chegaram a gente comeu e se divertimos com as brincadeiras dos meninos.

— O mano gl encosta hoje de viagem né? — Escorpião perguntou.

— Isso mermo, a comadre dele tá quase tendo o pivete. — Thiago respondeu.

...

Aproveitei os últimos minutos de felicidade, depois o trovão me deixou próximo o beco da minha casa e eu fui.

A primeira pessoa que eu encontro e a minha avó regando as plantas na porta e reclamando que as crianças passam correndo e derruba.

— Bença vó. — Pedi e ela me olhou com raiva.

— Deus te abençoe, filha da perdição. — Falou e eu já sabia que a bronca seria grande.

— Vó, eu não avisei nada porque você nem usa o celular direito, a mãe estava trabalhando, mas, eu passei a noite toda cuidando do Pablo ele foi limpar o banheiro e levou um escorregão passou a noite com dor nas costas sem conseguir nem se mexer direito. — Falei.

— Meu Deus do céu! E o bichinho está melhor? Ele é tão gente boa. — Ela caiu na mentira.

— Tá melhorzinho, eu fui na farmácia e comprei uns remédios para dor. — Falei e ela concordou.

Me salvei por uma mentira, aliás, ninguém é perfeito né?

Notas da autora:

Ninguém é perfeito nessa vida né? Uma mentirinha de "leve" não faz problema algum.

Deixem a estrelinha e o seu comentário.

• Obs: Parem de me chantagear nós comentários falando que vão cagar na minha porta. 😭

ALÉM DO TEMPO||Tudo aconteceu na favela.Onde histórias criam vida. Descubra agora