Marianna Avelar

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Tenho 17 anos, estou no terceiro ano do ensino médio, trabalho, ajudo minha mãe, minha avó e minha tia

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Tenho 17 anos, estou no terceiro ano do ensino médio, trabalho, ajudo minha mãe, minha avó e minha tia. E sempre estou correndo atrás de oportunidades para a minha felicidade, sou muito grata a minha mãe, avó e tia por terem me ‘criado’ com tanto amor em meios a tantos caos. Minha mãe conheceu meu pai na favela antiga que ela morava, minha avó nunca foi de acordo, segundo ambas. E foi aí que minha mãe engravidou de um vendedor de drogas, que nunca me assumiu e em pouco tempo depois que eu nasci a polícia prendeu. Nunca tive nenhum tipo de sentimento por meu pai, já que nunca o tive. Minha família sempre foi julgada! Minha avó ficou com o meu avô até o fim de sua vida, o qual o mesmo nunca tive oportunidade em conhecê-lo, minha mãe não teve sorte em relacionamento e nem a minha tia que sofria agressão no antigo relacionamento. Entretanto, a sociedade julga apenas as mulheres por estarem ‘solteiras.’ Nunca entenderei isso! Trabalho no bar/restaurante e lanchonete da minha madrinha Dolores. Uma ótima mulher que ajudou a gente bastante, graças a ela tenho um emprego para ajudar minha família.

Minha mãe trabalha na casa de uma senhora idosa cuidando dela a noite. Já a minha tia trabalha durante o dia em uma creche como professora e minha vozinha trabalha com costura. Faz todos os tipos de roupas possíveis! Ela arrasa!

...

DOM 🌞
16:57 PM

Narração de Marianna

Estava com as três mulheres da minha vida sentadas na calçada depois de um almoço em família nosso, como de costume sempre nos quatro. Falando sobre a vida alheia, enquanto minha avó costurava algumas encomendas.
Minha amiga, Vitória chega na calçada com um pote de açaí e me entrega.

— oi, tias e madrinha! — fala cumprimentando cada uma delas e pedindo a benção a minha vó. — toma feia! — me entrega o açaí que agradeço em seguida abraçando ela.

— oi minha linda, como que tá? — minha mãe perguntando pegando uma cadeira para a mesma se sentar ao meu lado.

— estou bem, tia! — respondeu sorrindo.

— como está a comadre Mikaelle? — minha avó pergunta a Vitória. Mikaelle e a mãe da vitória, que no caso, minha avó e a madrinha dela! — tem mousse de maracujá filha, vai pegar lá dentro.

— ela está bem. — respondeu a pergunta da minha avó. — Aí madrinha, te amo! Amo mousse de maracujá! — saiu correndo pra cozinha para pegar.

— me dá um pouco desse teu açaí — minha tia que estava pintando a unha me pede.

Entrego o pote a ela que come metade e me entrega descaradamente!

— Sério, tia?— falei indignada.

— me negando um pouquinho de açaí! — falou ignorando meu drama.

— um pouco não, você comeu metade do pote da menina. — minha avó fala rindo, enquanto vitória vem com seu mousse e se senta na cadeira.

Alí, ficamos por tempos fofocando.

ALÉM DO TEMPO||Tudo aconteceu na favela.Onde histórias criam vida. Descubra agora