Continuação da página 2.

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Continuação da página 2.

O dia mais desesperador da vida de Lion foi quando ele chegou na escola infantil para levar May para casa e ela não estava lá.  Ficou tão aflito com o sumiço da pequena que chegou a ameaçar os funcionários.

O motivo do desaparecimento foi apenas um gatinho. May sempre amou gatos, e quando criança costumava correr atrás deles apenas para oferecer um carinho, na hora de ir embora os alunos brincavam no pátio, quando viu o animal entre o portão, deitado de forma cativante, foi como um convite para um cafuné.

A reação do gato foi apenas fugir quando viu May correndo até ele,  por insistência da própria, decidiu ir atrás, nenhum funcionário da escola percebeu o ocorrido, o que resultou em um pequeno desentendimento de Lion com o porteiro.

A garotinha foi longe, enquanto via o gato continuava perseguindo-o. Entretanto, sendo tão pequena e imprudente, foi para o meio da pista, a buzina do carro ecoou por sua mente, enxergou aqueles faróis como os olhos aterrorizantes de um monstro gigante que estava prestes a esmaga-la.

— PAPAI! — Gritou, escolhendo-se de medo.

O grito de May chamou a atenção de muitas pessoas que estavam passando na hora, porém, o que mais os chocaram foi a agilidade de um homem desconhecido para salvar a menina. Ninguém acreditou que ele conseguiu mesmo fazer um grande estrago na frente do carro apenas com o pé, o motorista ficou em choque, mal piscava.

May tremia de medo, sua vida foi agarrada pela ponta da linha. Estava sã de que aquele era seu pai, descobriu que não ao abaixar as mãos que cobriam o rosto e abrir os olhos. Ficou momentaneamente confusa, se aquele não era o seu pai German, quem era?  Quando o abraçou para esconder-se do grande monstro, tinha certeza que era ele, seus sentidos diziam que sim, o conforto em seus braços não mentiam, chamou por seu pai e ele apareceu, mas quando o viu, não era quem ela estava esperando...

Enquanto caminhava para fora da pista, escutava os comentários a respeito do seu herói, as pessoas estavam mesmo abismadas.  Olhava para cima e via o quanto ele era grande, muito maior do que o "monstro", em sua cabeça o carro era um ogro horripilante, enquanto o moço bonito seria o cavaleiro que estava lá para salva-la.

— Você não é o meu papai... — Comentou a pequena.

O caminho foi um completo silêncio, é certo da parte de May, não demorou muito para ela esquecer o que houve e começar a perguntar-lhe inúmeras coisas, já sabia que não era o German, mas se sentia tão a vontade que agia como se fosse ele ao seu lado.

Já próximos da escola, de longe se via o desespero de todos procurando por ela, Lion prestes a surtar começou a imaginar que May foi levada por contrabandistas.

— Você sabe voltar sozinha, não é?! — Perguntou o estranho, soltando a mão de May.

— Você vai embola, moço? — Perguntou.

— Escute. — Abaixou-se até ela. — Algum dia voltarei, e quando isso acontecer, vamos recuperar o tempo perdido, saiba que eu jamais te abandonei, minha pequena Aileen...

May não compreendeu o que o homem quis dizer com isso, afinal, uma criança imatura não entenderia algo assim. Apenas o viu ir embora. Quanto ao motorista daquele carro, não foi visto outra vez, pagou por não ter nem ao menos prestado preocupação à criança que quase matou.

Desde então os cuidados com ela foram em dobro, German adotou um gatinho para a família, à qual May noemou de Herói, em homenagem ao seu cavaleiro...

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