Capítulo 1

59 7 0
                                    

Capítulo 1 Pg 1.

Na adolescência as coisas pareciam ser mais fáceis para Lumier e German, mesmo que os dois levassem uma vida completamente diferente, os seus opostos conseguia consolar um ao outro. German, sendo o mais velho, veio de uma família mais beneficiada e que sempre lucrou muito dinheiro, o que fez dele ter um caminho fácil pelo menos até a sua adolescência. Quanto à Lumier, não sabe sequer de qual família veio, teve uma vida sofrida, sem o calor do amor dos pais e nenhuma convivência com familiares, pois foi abandonado ainda muito cedo, vivendo no orfanato até os 18 anos, nunca foi escolhido para ter uma família e recomeçar tudo novamente, o que o fez ter seus próprios ensinamentos, cuidando de si mesmo.

Jamais pensariam que na fase adulta tudo fosse desabar, foi como se estivesse por um fio, nenhum dos lados estava à segurar as pontas, o laço se desfez e cada um seguiu um caminho diferente, de costas um para o outro, sem esperar que algum dos dois olhasse para trás.

German, por sua vez, tornou-se poderoso. Sendo um estimável chefe de máfia, conquistou uma posição perigosa e já não dependia mais do dinheiro dos pais, visto que os próprios teriam morrido após um assassinato que o fez tornasse uma pessoa totalmente fria e desequilibrada. Encontrou o único amor de sua vida em sua filha, May, que assim que nasceu foi abandonada pela mãe.

Lumier realizou o seu sonho de ter uma vida digna. Passou por dificuldades até finalmente se tornar um policial, seu patente subiu a ponto de ele tornar-se o líder do esquadrão de operações. Seus soldados tem uma admiração inabalável, chegando a confiar em Lumier de olhos fechados. Jamais deixaria algo ferir o seu orgulho novamente, conseguindo provar que não nasceu para sofrer, mas sim para crescer, mesmo que isso signifique apontar uma arma para o seu próprio amigo.

Capítulo 1 PG 2.

Em torno das 9:50 da noite, Lumier ainda encontra-se em sua sala, um silêncio apaziguador tanto em sua sala quanto no departamento inteiro, sua única companhia sendo a solidão e o barulho de garimpo repetitivo chocando-se contra o papel.

O silêncio se quebra com a porta se abrindo e Lia entrando com um sorriso caloroso.

— Eu disse que iria vir. — Disse mantendo seu sorriso, aproximando-se para abraça-lo.

Lumier retribui o abraço envolvendo-se ao corpo de Lia que o corresponde apaixonadamente.

— Eu espero que você tenha sentido saudades, eu peguei um engarrafamento quase impossível. — Resmunga num tom brincalhão, se afastando para sentar-se ao lado.

— Se eu tiver que pegar um engarrafamento, hoje eu abandono a carteira de motorista. — Lumier responde tirando os olhos dos papéis em suas mãos.

— Eu pensei que você já tinha se acostumado, a sua rotina é quase resumida em trânsitos congestionados — Ela rir vendo a expressão de desaprovação de Lumier quanto à isso. — Você parece cansado, tá dormindo direito? — Indagou, demostrando sua irritação na voz, prevendo a resposta que receberá.

— Talvez eu não esteja, talvez esteja. — Respondeu o moreno, procurando uma brecha para fugir dos sermões de Lia, que não o pouparia de um puxão de orelha.

Lia cruza os braços, como se estivesse dando-lhe agora um novo tipo de lição, não disse uma palavra, apenas esperando suas explicações, que sempre são as mesmas de sempre.

— Tá bom, tá bom! — Disse em forma de redenção, deixando os papéis em cima da mesa. - Fica lá em casa hoje, aí você vai saber que eu dormi. Que quê cê acha?

— Me convenceu. E aliás, eu quase ia me oferecer pra dormir lá, já que alguém demora uma década pra fazer isso. — Fez bico, mas orgulhosa do seu drama.

— E se você acabar me taxando de carente? Quero isso não. — Disse enquanto levantava-se, pegando-a no colo.

Sorrindo em aprovação, Lia envolve os braços ao redor do pescoço de Lumier, roubando um beijo carinhoso.

Bronken Bonds Onde histórias criam vida. Descubra agora