Capítulo 11 Pg 8.

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Capítulo 11 Pg 8.

Os trovões da chuva intensa enfeitavam o céu com relâmpagos, as nuvens negras carregadas de água pareciam inflamadas, alertando que continuaria por um bom tempo, sem prévia de pausa.

Tendo ao seu lado pelo menos 10 homens qualificados para matar qualquer um que tente tocá-lo, Bronx chegou ao seu lar, pisando na lama do lugar que aconteceu a tão violenta luta de Alexander e German. Passava por debaixo de seus pés a pequena corrente de água, levando embora o sangue de Soares.

Parado no meio daquela intensa tempestade, encarava tranquilamente a cena, seu companheiro estava mesmo nas piores das condições. O servo que segurava o guarda-chuva seguia Bronx aonde quer que ele fosse, determinado a tão deixá-lo se molhar. Este aproximou-se de seu falecido subordinado e tirou os punhais que estavam fincados sobre suas "asas" recentes.

Sorriu olhando para as armas em suas mãos, parecia admirado mas não podia dizer ao certo se era isso mesmo que ele estava expressando agora. Bronx sabe da importância que esses punhais tinha para Soares, ele os ganhou de sua mulher, o que explica seu amor por eles. Tais facas eram usadas por Dyana Laurens, facas essas que tiveram grandes encontros com gargantas alheias.

Muito antes de decidir seguir uma vida normal, ganhava dinheiro assassinando pessoas, parou aos 16, mas não obteve nenhum lucro que a fizesse ter dias confortáveis, apenas roubou a vida de muitas vítimas e gastou o dinheiro imprudentemente sem pensar no futuro. Queria deixar os punhais nas mãos da pessoa certa, alguém que ela saberia que não iria usá-los para o mal mais uma vez, entregando-os então para Alexander.

Sabendo do passado daqueles punhais, os guardou com muito amor, já que quem lhe deu foi sua mulher, alguém que ele tanto amou. Não fazia ideia de quando iria ter que usar isso, mas em algum momento teria de fazer, e quando o momento chegou, não foi para o bem, não limparia a sujeira como Dyana desejou, mas conseguiu deixa-la ainda mais imunda.

Ao observar o estrago que German fez, sentiu-se divertido, sabia que ele chegaria a qualquer momento, só não esperava que causaria uma bagunça dessas. Deixou que seus servos cuidassem do corpo do falecido amigo e se convidou à entrar, deparou-se com muitos homens caídos, mas serviam de tapete para ele. Bronx pisava nos corpos no chão deixados por German, como se não tivessem a menor importância para ele.

- Faz quanto tempo que eu não sou recebido dessa forma? - Iniciou, avistando-o sentado em cima de um pobre coitado que deu seus últimos suspiros na esperança de vencê-lo.

Para alguém que estava aos trapos, ainda se comportava com uma fibra inabalável. Ao levantar a cabeça e olhar finalmente para a cara do homem que lhe roubou sua filha, teve uma surpresa que quase o fez cair para trás. Este rosto era tão familiar que chegava a ser aflitivo.

- Eu esperei muito por esse dia, irmão... - Disse Bronx encarando os olhos assustados de Becker.

Bronx era quase uma cópia de Thomas Becker, o pai de German. Ainda que seja um ministro do governo americano, este homem conseguiu passar diante de seus olhos sem ser percebido nenhum momento sequer. Era incapaz de compreender o que estava acontecendo agora, não fazia ideia de como reagir a isso, era como se seu corpo não conseguisse se mexer e muito menos processar tantas dúvidas de uma vez só...

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