6 anos atrás...
Caminho sem pressa para fora da academia, acabei de terminar minha aula e meu treino, tento enxergar minha moto, mas não avisto nada.
Aperto meus passos, não há muitos carros aqui, e a vaga em que deixei minha moto está vazia, sem vestígios de um roubo.
— QUE DROGA! - digo a mim mesma em um desabafo.
Quando me viro para deixar a academia sinto meu coração se acelerar em um susto.
Damon está parado a frente da saída, com sua mascara e uma roupa completamente preta, que porra é essa?.
Sinto meu coração se acelerar pronto para um ataque cardíaco, puxo meu celular do bolso de trás e disco o numero do meu pai com os olhos em Damon.
Ele permanece imóvel enquanto a ligação cai direto na caixa postal. Que caralho está acontecendo? Meu pai sempre atende as ligações, ainda mais as minhas.
Ele tira sua mascara lentamente e depois sorri pra mim, sinto meu coração a boca.
Me viro e corro para dentro da academia outra vez, meu professor confuso me encara.
— Esqueci meus sapatos no vestiário - sorrio sentindo alguém me observar
— Ok, pegue-os lá - droga!.
— O senhor não poderia ir comigo? - seus olhos me encaram incrédulos por algum motivo.
— Angel, isso soou meio estranho, quer que eu vá lá e você fique aqui? - seu idiota ainda entendeu tudo errado.
— Deixa pra lá - disco o numero da minha mãe enquanto olho lá para fora, ele não está mais no portão, mas isso não me faz mais calma.
Ligação on
— Oi querida, está tudo bem? - sua voz é doce.
— Cadê o papai?
— Está aqui, por quê? O que ouve? - agora ela está preocupada.
— Ele não atende as ligações, pode pedir para alguém vir me buscar?
— Claro querida, mas você não saiu de moto? - minha moto ira retornar, por bem ou mau.
— É uma longa história, por favor, peça para alguém me buscar
— Tudo bem, estão indo já
— Obrigada, amo você
— Também amo você
Ligação off
Damon pode pensar o que for de mim, pode me colocar medo, roubar o que tiver vontade, fazer aparições, mas jamais irá me intimidar.
Na história da minha vida todos somos vilões, e ele será só mais um personagem coadjuvante.
— E seus sapatos? - o professor pergunta me tirando do transe.
— Não preciso deles, era só... - dou de ombros e ele sorri.
— Sabe, aqui na academia é tudo muito profissional - assinto querendo me poupar de sua palestra. — Não é que eu não queira - sinto meu estomago se revirar, eu ouvi isso mesmo?. — mas tem a questão de quem são seus pais, e eu sou casado - estou imóvel, não acredito que esteja ouvindo tamanha barbaridade.
— Professor, eu não quero dar pra você, só queria meus sapatos - me levanto tão incrédula quanto antes.
Ouço alguém rir quando cruzo a porta da academia, mas não há ninguém aqui do lado de fora.
O carro do meu pai chegou, provavelmente algum segurança está nele.
Ouço alguém tossir quando me aproximo do carro, olho para trás, Damon está lá, na porta da academia, sem sua mascara, apenas com um cigarro a mão me encarando.
Entro no carro igual uma estátua, encarando ele para ter certeza que vejo certo.
— Está tudo bem senhorita? - assinto a pergunta sem em olhar para nosso segurança, noto que ele não da partida com o carro, então encaro-o, ele está analisando Damon.
— Novo aluno de musculação - sorrio e ele me encara com desconfiança, depois volta sua atenção para o carro e finalmente sai dali.
Dias atuais...
— Sabe muito bem que eles iram te atrapalhar, por que não matar todos?
— Você me deixa com dor de cabeça, Kevin - ele revira os olhos e bufa.
Odeio admitir que Kevin está certo, eles iram me atrapalhar, iram fazer de tudo para proteger o cavaleiro prodígio deles.
Damon traiu a confiança dos cavaleiros, mas não passou disso, Damon me subestimou e me deixou pra morrer.
Os cavaleiros sabem que eu não vou desistir enquanto Damon estiver vivo, por isso a preocupação com o líder deles.
De qualquer jeito preciso de algo que pare eles, algo que prenda eles de me impedir.
— Qual a sua fraqueza? - encaro-o com uma ponta de curiosidade. — Qual é a sua fraqueza no momento? - viro o rosto outra vez. — Responda
— Minha fraqueza morreu a seis anos atrás - ele sorri, então o olho outra vez.
— E a fraqueza deles, senhorita Angel? - meu peito se ilumina de prazer ao ouvir isso, sorrio de imediato.
— Kevin, porra! Você é um gênio! - me levanto rapidamente e ele faz o mesmo. — Caralho, você fez uma jogada de mestre - ele sorri e se aproxima na intenção de me beijar, não me afasto, ao contrário, agarro sua nuca e me aproximo de seu ouvido.
— Prepare o carro, vamos dar uma volta - lhe dou um beijo na bochecha e me afasto em seguida, consigo ver seus olhos se revirarem de insatisfação. — Fraquezas - repito enquanto ele sai.
No colégio, felizmente acabei fazendo uma amizade muito interessante, interessante o suficiente para me ajudar agora.
Na época ela me atrapalhou um pouco, já que infelizmente cruzamos o caminho de dois imbecis, mas hoje ela será minha salvação. E principalmente, a peça essencial para a ruina deles.
Kevin para com o carro a frente da porta, caminho até o carro e entro em seguida. Esse carro era de minha mãe, odeio sair com ele, mas esse maldito não possui neurônios.
— Por que esse carro? - pergunto.
— Porque sua mãe lhe deu - rio e me calo. Kevin já é humilhado pela vida, não precisa de mais ajuda com isso. — Para onde vamos?
— Para subsolo de Thunder Bay - é assim que chamamos o lugar menos favorecido da cidade. — Por que ainda não começou a dirigir? - pergunto irritada a ele que me encara desacreditado.
— Sabe que as chances de roubarem a gente lá são grandes, não é? - Kevin é um clássico playboy que cresceu em condomínios e prédios.
— Se alguém roubar esse carro, a sua cabeça roda - ele sorri e depois percebe que não estou brincando. — Agora anda!
A verdade é que me culpo por ter me tornado assim tão fria.
O frio é intimidante, e tudo que intimida não pode de forma alguma se tornar amado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐋𝐢𝐥𝐢𝐭𝐡'𝐬 𝐫𝐞𝐮𝐧𝐢𝐨𝐧 { 𝘋𝘦𝘷𝘪𝘭𝘴 𝘯𝘪𝘨𝘩𝘵
Fiksi PenggemarSe os anjos caídos são os errados, por que eles estiveram no céu um dia?