7 - De repente você apareceu

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Eu não pensava no amor, nem acreditava neleE muito menos o procurava

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Eu não pensava no amor, nem acreditava nele
E muito menos o procurava

E de repente
Você apareceu
Destruindo paredes e ideias
Você se tornou minha luz
Lo Aprendí de Ti - Ha*Ash

Cristina

Eu nunca tinha visto o Frederico daquela maneira. Senti um misto de raiva e medo. No fundo, eu sabia que ele tinha alguma razão, que mantê-lo ali, preso nessa relação enquanto eu vivia de venerar a lembrança de Hernán não era justo, mas era o que eu podia oferecer e não entendia a atitude do meu marido.

Entre nós dois, as coisas sempre estiveram inteiramente claras, distintamente claras. Eu jamais o enganei, disso Frederico não poderia me acusar! Como ele podia agir daquela maneira com relação ao Hernán? Era um desrespeito com a minha dor, um desrespeito com a minha história, um desrespeito com aquelas memórias tão lindas.

— Você está louco, Frederico, está me machucando! — Reclamei, me segurando para não chorar, olhando para a mão dele trancada no meu braço.

Eu me segurei porque esse gostinho não ia dar a ele. Não deixaria que ele percebesse que eu me importava com o que ele pensava de mim.

— Machucando!? — Ele me olhou com ódio, jamais havia se alterado tanto, não na minha frente. — Você quer que eu tenha piedade de você por te segurar enquanto faz muito pior comigo? Você não merece, Cristina, não merece! Você quer falar de machucar? — Indagou sem deixar de gritar — Falemos então de machucar! — Determinou.

Finalmente soltei meu braço da mão dele e levei a mão direita ao hematoma que imediatamente se formou no meu pulso pela força dos dedos de Frederico, cobrindo-o do meu campo de visão e do dele.

Ele se levantou e foi até a porta da sala de jantar, totalmente transtornado. Parecia sentir que era o momento de colocar para fora tanto tempo de rejeição e ressentimento pelo meu comportamento.

— Em algum momento da sua vida você já parou para pensar o quanto me dói o que você faz comigo? — Questionou em tom mais baixo, mas nem por isso menos alterado.

— Frederico, eu... — Me aproximei dele com a intenção de me justificar, entretanto, ao mesmo tempo, estava ferida e magoada com ele. — Jamais foi minha intenção te magoar. Você conhecia as condições...

— Condições... Condições! — Bradou Frederico, soltando uma gargalhada de cinismo misturado com dor. — Ao diabo com suas malditas condições, Cristina! — Voltou a me fulminar com aquele olhar de ódio que me assustava.

— E o que você quer? O que você espera? — Sem poder mais conter as lágrimas, elas escorreram pelo meu rosto. — O que você espera de mim, Frederico?

— Que você tire esse imbecil da cabeça! — Ele gritou sem importar-se com as consequências. — É tudo o que eu quero de você! Só o que eu quero de você!

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora