11 - Só você terá meu coração 🔞

224 15 4
                                    

O destino propiciou ao amorAmei como em outra dimensãoPor sua boca, louca eu me tornei

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O destino propiciou ao amor
Amei como em outra dimensão
Por sua boca, louca eu me tornei

Uma tormenta você provocou
Dentro dos meus olhos
Quando eles te viram frente de mim
Mi Corazón Es Tuyo - Axel (part. Kaay)

Cristina

Voltei a ficar desconcertada e caminhei de novo até a janela. Sempre foi comum para mim me refugiar na paisagem quando eu não sabia o que dizer ou quando alguma coisa ficava pesada demais. Amava o que via das janelas da sede da fazenda.

Mas era noite. Pouco se podia ver da estonteante paisagem da Plantanal. Só se podia observar a luz das estrelas, o som da noite que estava longe de ser silencioso. Identificava-se o som de animais, de insetos e da água. Do abundante fluxo da correnteza daquela cachoeira que já havia presenciado tantas histórias, minhas e de outras pessoas.

— Agora é você quem não vai dizer nada? — Frederico rompeu o silêncio com um leve sorriso pícaro, com uma ponta de seu cinismo característico na voz.

Ainda fiquei com a visão perdida no vazio por alguns segundos antes de responder. Havia uma promessa entre nós, uma promessa de sinceridade, mas eu não sabia responder.

— Eu não sei! — Foi tudo o que pude dizer com um suspiro, sem fugir à sinceridade prometida.

Frederico aproximou-se de mim por trás e tocou minha cintura de leve com a mão esquerda. Com a direita, ele afastou meus cabelos e roçou seu rosto no meu, que inclinei enquanto ele disse baixinho em meu ouvido, com a voz sedutora:

— Descubramos juntos, Cristina? Vamos descobrir juntos o que você sente por mim.

Não me movi. Ainda que não tenha me movido do lugar, senti meu corpo todo estremecer com aquele contato, com o encaixe que Frederico fez do corpo dele no meu. Como era possível que o contato de Frederico me provocasse tanto estremecimento, um ressequir da saliva em minha boca, que minha respiração se cortasse, o mesmo assombramento de uma adolescente?

E ainda naquela tarde eu havia visto aquele homem com outra! Ele seguia roçando seu rosto no meu, percorrendo minha face, minha orelha, inebriando-me com seu calor. Não! Não podia ceder aos seus encantos. Era desejo, só desejo.

— Eu não sei, Frederico. Talvez seja melhor parar! — Pedi com os olhos fechados, insegura.

— Disso você tem certeza, que quer que eu pare? — Indagou.

Não. Eu não tinha certeza que queria que ele parasse, pelo contrário. De leve, ele me girou, fazendo com que eu ficasse de frente para ele, encurralando meu corpo imprensado no parapeito da janela. Encarei-o, perturbada. Deus, seus olhos! Eu não podia olhar para seus olhos tão próximos daquela maneira, tão fixos em mim, tão desejosos...

— Eu não devia ter... — Iniciei as palavras que giravam por minha mente àquela altura.

Não obstante, ele me puxou para junto de si pela cintura e me tomou em um beijo arrebatador antes que eu pudesse terminar a frase, que ele sabia bem como acabaria: que eu não devia ter entrado em seu quarto naquela noite.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora