10 - Ecos do amor

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O seu nome está em cada palavraVocê está tão perto e tão distanteEu me agarro a um único reflexoTe percoEcos de Amor - Jesse & Joy

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O seu nome está em cada palavra
Você está tão perto e tão distante
Eu me agarro a um único reflexo
Te perco
Ecos de Amor - Jesse & Joy

Carlota

A convivência entre Cristina e eu nos dias que se seguiram foi, como sempre, tensa. A tensão no ar era quase palpável, especialmente depois de nossa última briga. Eu havia sido implacável, deixando claro que não permitiria que Amanda se aproximasse dela.

Alguma coisa havia acontecido entre ela e o marido. Era óbvio. Os dois pareciam constrangidos entre si e não conseguiam mais manter a naturalidade um com o outro. Sustentar o olhar era coisa rara entre eles; sempre que os olhares se encontravam, desviavam-se.

Confesso que tentei ouvir uma ou outra conversa, pois precisava proteger minha filha, mas não consegui nada. O silêncio era o único som que pairava entre os dois.

Quanto a mim, Cristina me evitava, mas não se afastava de Amanda. Eu tentava, mas a garota estava de tal modo apegada a ela que, entre as duas, se construiu um laço que nem mesmo a minha dureza e autoritarismo podiam romper. Eu sabia que, se forçasse a barra, poderia ver minha filha se voltar contra mim. Isso não poderia acontecer.

Eu precisava agir. Passei a insistir com Luciano para que apressássemos o que tínhamos que fazer ali e voltássemos logo para Madri. No quarto, esbravejei:

— Luciano, não sei o que você vai fazer, mas nós vamos embora, nós temos que ir embora.

Luciano, sempre tão facilmente manipulado, tentou me acalmar, explicando que tanto ele quanto eu, depois de tanto tempo longe de nosso país, tínhamos assuntos legais pendentes que não podíamos resolver por terceiros.

— Então voltemos Amanda e eu, e você fica resolvendo essas coisas antes de ir nos encontrar — sugeri, desesperada.

— Por que essa pressa, Carlota? Nossa filha está gostando de conhecer nossa cidade, a minha família, a sua.

— Por isso mesmo! — gritei, frustrada. — Amanda está encantada pela fazenda e por Cristina. Ela não pode amar esse lugar, Luciano! Não pode amar a Cristina!

— Eu nunca vou entender todo esse seu rancor pela sua irmã. Ela é a família que te resta, Carlota. O que ela te fez?

— Cristina é uma devassa promíscua! Eu já podia perceber isso quando éramos jovens e agora está mais claro do que nunca. Não a quero perto de Amanda, ela jamais vai se aproximar de Amanda!

— Calma, Carlota, acalme-se — sugeriu Luciano. — Nós vamos embora logo. Você não pode ir antes porque também tem assuntos legais para resolver aqui. Coisas da sua herança. Você sabe que precisamos de dinheiro. Temos que conseguir capital do meu e do seu dinheiro. Se formos agora, sem conseguirmos o capital econômico que precisamos em nossos negócios de Madri, como vamos sobreviver lá? Teremos que voltar para o México de todo modo. Teremos que voltar para Teapa próximo à sua irmã. É isso que você quer?

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora