9 - Não sou eu, é o destino

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De que me serve a vidaSe eu não a vivo contigoDe que me serve a esperançaSe ela é a última que morreE sem você eu já a perdiDe Que Me Sirve La Vida - Camila

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De que me serve a vida
Se eu não a vivo contigo
De que me serve a esperança
Se ela é a última que morre
E sem você eu já a perdi
De Que Me Sirve La Vida - Camila

Cristina

Luciano chegou correndo e parou ao ver os olhares entre Carlota e eu. Nós dois estávamos dentro de casa quando ouvimos os gritos de Amanda e corremos para ajudá-la. Eu estava muito surpresa. Era muito complicado processar o que sentia ao ver Carlota depois de tanto tempo.

Dez anos, dez anos. Ela havia partido no dia seguinte ao meu casamento com Frederico, logo após a morte de Severiano, e durante todo esse tempo, tentei suprimir a existência de Carlota. Queria esquecê-la, esquecer sua traição, sua insensibilidade, e tudo o que poderia ter sido diferente na minha vida se não fosse a interferência da minha irmã.

— Nossa! — Foi o que eu consegui dizer. — Isso que é uma surpresa.

Voltei meu olhar para Amanda e acariciei seu rosto. Que menina linda! Tinha os olhos claros. Provavelmente os herdara de Carlota. Independentemente dela e das minhas mágoas, meu coração sempre pensava em minha sobrinha. Em conhecê-la, em manter contato. Era estranho, porque o que eu queria evitar de Carlota, era o que eu queria de Amanda.

— Então você é minha sobrinha? — Sorri, tentando me conectar com ela. — Eu sempre quis te conhecer.

— Eu não sabia que tinha uma tia. Ainda mais uma tia tão bonita. — Seu elogio teve um gosto amargo quando eu soube que Carlota nunca tinha falado de mim.

— Surpresa, Cristina? Surpresa? — Carlota questionou altiva. — Nós avisamos a Frederico que vínhamos. Ele não te disse nada?

— É claro que disse. — Confirmei. — Vocês não definiram uma data, por isso eu me surpreendi. Além disso, faz muito tempo...

— Espero que não haja nenhum inconveniente em que nos acomodemos na Plantanal no tempo que passaremos aqui. — Carlota falou, sempre com uma pitada de veneno.

Se ela tinha mudado nesses dez anos, era para mal.

— A fazenda também é sua, Carlota. Foi o único bem comum que nosso pai nos designou. Você pode ficar na Plantanal o tempo que quiser.

Nesse momento, voltei a dirigir meu olhar a Amanda, que, apesar de ter à sua frente os pais, não se afastou de mim, que tinha acabado de conhecer.

— Você e sua família são bem-vindos aqui — Assinalei, com um sorriso para a pequena. — Podem ficar o tempo que quiserem.

— Ficaremos por volta de um mês, Cristina — Manifestou-se Luciano, tentando amenizar o clima beligerante que se podia sentir entre nós. — Temos assuntos de trabalho na Espanha, Amanda tem que voltar à escola.

— E foram bem recebidos? Já se acomodaram? — Perguntei, claramente dirigindo-me a Luciano, com os braços sobre os ombros de Amanda, evitando o contato com Carlota... como sempre fiz.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora