8 - Um beijo não bastará

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Você já não precisa cuidar de mimPorque euSempre soube que os seus beijos matamQue suas promessas rimam com dorQue você é especialista em roubar batidas do meu coraçãoBesos En Guerra - Morat (part

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Você já não precisa cuidar de mim
Porque eu
Sempre soube que os seus beijos matam
Que suas promessas rimam com dor
Que você é especialista em roubar batidas do meu coração
Besos En Guerra - Morat (part. Juanes)

Cristina

De leve, Frederico roçava seus lábios nos meus. Era um toque carregado com doçura e um afã que parecia tentar saciar uma vontade há muito reprimida. Eu não resistia, pelo contrário, correspondia ao seu gesto. Com os olhos fechados, sentia o toque da boca de Frederico e apreciava aquele contato.

Como quem saboreia uma bebida apetitosa e desejada em pequenos goles, Frederico suavemente passava sua boca pela minha, absorvendo meus lábios de leve, sem pressa, sem voracidade, cheio de ternura.

A violência de um grande trovão nos assustou e fez com que nos afastássemos daquele beijo doce e terno abruptamente.

Durante alguns segundos, ficamos nos olhando, como se não existisse nada mais, como se nós dois e aquele quarto fôssemos o mundo. Respirando ofegante, Frederico voltou a concentrar seu olhar na minha boca, como se cada instante de separação tivesse sido insuportável.

Eu estava confusa, assustada. Sentada na cama de frente para ele, perdida entre baixar os olhos e olhá-lo, sem saber como agir, reagir. Podia levantar-me e ir embora, nada me prendia ali, mas isso era o que eu realmente queria?

O som de mais um trovão irrompeu no quarto de Frederico no exato momento em que, no mesmo compasso, nos lançamos novamente em um beijo, desta vez feroz e selvagem. Devorávamo-nos!

Frederico explorava cada canto da minha boca, não só com minha permissão, mas com minha colaboração. Eu também queria senti-lo, sentir seu gosto, seu calor, explorar e apreciar sua boca. Sentíamos as línguas dançando e se acoplando.

Agarrei o pescoço dele, e ele me abraçou, puxando meu corpo para junto do seu, fazendo com que nossos bustos ficassem colados, e ambos pudéssemos sentir o desespero da pulsação do coração um do outro.

Ele acariciava minhas costas, levava as mãos à minha cabeça, segurava meus cabelos, meio acariciando, meio puxando-os com aquela ferocidade que caracterizava sua personalidade. Eu, quase sem conceber o que fazia, beijava-o e me deixava beijar, descia minhas mãos acariciando o rosto dele enquanto expirava ofegante, quando o ar pedia desesperadamente para sair...

Ah, como era bom o beijo de Frederico.

Lentamente, fomos diminuindo a intensidade do beijo, mantendo os lábios encaixados por pequenos instantes, começando e encerrando selinhos que eram como um pedido desesperado para que o beijo não terminasse.

Ainda nos olhamos durante alguns segundos antes que ele rompesse o silêncio:

— Foi o melhor devaneio de toda minha vida.

Sombras do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora