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Ainda me recuso a aceitar este facto, o facto de ele estar no hospital.

Todas as vezes em que eu penso nisso, que é praticamente a toda a hora, uma agonia estranha, nunca antes sentida, cresce, mais e mais, dentro de mim.

É mau pensar que a pessoa que amamos, está neste momento, em risco de vida, e pior ainda, é sabermos que não pode-mos fazer nada para mudar essa situação.

Limpei as lágrimas que já me começavam a escorrer pela cara, e acabei finalmente por sair do carro, fechando-o de seguida.

Entrei no grande edifício, e rapidamente me dirijo á recessão. O caminho, já era tão bem conhecido.

- Bom dia- cumprimentei amigavelmente

- Bom dia- a rececionista respondeu do mesmo modo- É para visitar o senhor Liam, certo?- perguntou sorridente, e eu apenas assenti.

Ela fez-me sinal para que o podia ir ver e eu não hesitei.

Caminhei a passos largos até ao quarto 174, um número que acabei por decorar depois de tantas vezes, o ter vindo visitar.

Bati de leve na porta do quarto, apesar de saber que ele não iria responder, mas só para o caso de alguma enfermeira estar dentro do mesmo. Como ninguém respondeu, eu acabei por entrar.

Liam estava deitado na única cama de hospital existente no quarto, e sorri automaticamente.

Caminhei até ele, agarrando uma cadeira que estava encostada á parede, e colocando-a mais perto de si.

Agarrei calmamente na sua mão, que estava ligada por vários fios, e envolvi a mesma nas minhas.

-Liam...- disse reticente olhando para ele

Eu sabia que ele não me iria responder, mas os médicos dizem-me que lá por ele estar num sono profundo, ele consegue ouvir tudo ao seu redor, então simplesmente falo com ele como se tal coisa acontecesse.

-Hoje a tua irmã esteve lá em casa- sorri ao relembrar o momento- ela disse que tinha saudades tuas- deixei cair uma lágrima, mas não me importei minimamente em limpa-la - Tu tens de acordar, Liam! Eu sei que me estas a ouvir, então simplesmente dá-me algum sinal de que estas bem, de que vais melhorar, e até mesmo que me estas a ouvir.

Fiquei a olhar atentamente para ele, mas nada, nem um movimento, nem um som, nada, absolutamente nada, tudo continuava exatamente igual a antes.

Suspirei e comecei a fazer leves festas na sua mão com o meu dedo.

Eu sei que isto não vai adiantar em nada, mas enquanto ele respirar sozinho, (sim! Porque ele esta ligado a fios, mas não tem nenhuma maquina, que o faça respirar), e enquanto isso acontecer, eu vou estar aqui para tudo, e não vou desistir dele.

Deixei-me estar num silêncio, permanecendo com as minhas ações, até que fui interrompida por um bater na porta.

- Sim?- disse limpando as lágrimas da minha cara

A porta abriu-se calmamente, dando-me possibilidade de ver a figura que tinha antes, interrompido o nosso momento.

-Desculpe incomoda-la, não era essa a intenção- desculpou-se fechando a porta a trás de si

- Não tem mal, Doutor- fiz o melhor sorriso que conseguia naquele momento

-Eu só a vinha informar que o Liam tem tido algumas mudanças no seu batimento cardíaco- disse caminhando até mim

-Como assim doutor?- disse preocupada

-Os batimentos cardiacos do Liam, ultimamente tem acelerado- sorri abertamente- Mas é uma coisa mínima, nada está garantido- disse entregando-me uns papeis

-Mas isso é bom sinal, certo?- disse agarrando nos mesmos e olhando atentamente para eles

-Claro que sim, mas não garante que as coisas não possam piorar, o que tem ai são os resultados dos exames que fizemos anteontem- explicou

-Obrigado, Doutor.

- Não faço mais que a minha obrigação- sorriu- Obrigado por não desistir, dele- disse olhando para Liam

-Não faço mais que a minha obrigação- repeti as suas palavras, e ele acabou por sair do quarto.




Bullying - Liam Payne {Terminada}Onde histórias criam vida. Descubra agora