a party?

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Eram exatamente 21:02h da noite, eu estava a esperar o japonês sentado em um banco, em um rua deserta, com um certo medo de morrer ali por algum estranho que aparecesse, estava frio também, por isso estava com uma jaqueta que esquentava meu corpo.

Devido às chuvas, a rua estava úmida, com um cheirinho agradável, um clima bom, tirando o fato de eu estar sozinho ali. A solidão não durou muito, escutei passos vindo até mim mas permaneci de cabeça baixa, fingindo não escuta-los, até que me vem a mente de que poderia ser quem eu estava esperando, mas o mesmo havia prometido ir de carro. — boa noite. — escuto a voz de um homem, que senta ao meu lado com um cheiro forte de álcool, aquele cheiro me dava ânsia que chegava a doer meu peito profundamente, eu permaneço calado, me afasto do corpo alheio, evitando qualquer tipo de contado, rezando para que o garoto chegasse logo.

— boa noite! Você não foi ensinado a dizer boa noite aos mais velhos não?! — o homem exclama, fazendo meu corpo estremecer, minhas mãos automaticamente vão de encontro com meus ouvidos, me encolhendo ali mesmo, como se tivessem amarrado meus pés. — esses jovens de hoje em dia! Não fazem o mínimo! — ele permanece a gritar, e eu já estava sentindo meu sangue esquentar, ao ponto de coçar de mais pura agonia. Ele se cala ao ver um carro preto de vidro escuro que não dava para enxergar quem havia dentro, levanto minha cabeça aos poucos, ainda assustado, escuto o carro parar e uma porta ser aberta e fechada. — Sicheng? — reconheço a voz, finalmente ele estava ali. — oh, sim... — respondo me esforçando para levantar, pois meu tornozelo ainda estava machucado. O mesmo percebe a presença do Homem desconhecido, que agora lhe encarava com uma expressão enojada, Yuta me ajuda a levantar, me segurando pelo pulso cuidadosamente. — vocês são um casal? — ele pergunta, e antes de entrar no carro yuta se vira para mim, me olhando com uma cara confusa — somos? — ele pergunta, e eu não respondo, ficando em silêncio. O homem levanta cambaleante, se segurando no banco de ferro — aqui não é lugar de pecadores! — ele grita, com a voz embolada, fazendo yuta soltar uma risada fraca, ainda segurando meu pulso. Eu estava com medo, confesso, pois aquilo estava me desencadeando diversas memórias. — que nojo! Não acredito que sentei perto de um "ser" como você! — ele vem em minha direção, com a mão fechada, prestes a me bater, mesmo já tendo me machucado com palavras.

Yuta não hesita em empurra-lo para longe, o homem cai no chão, resmungando de dor. — entra no carro, Sicheng. — o japonês avisa, eu abro a porta do banco de passageiro e entro, fechando-a em seguida, ainda pensando naquelas palavras direcionadas a mim, só reforçando mais o fato de eu ser uma pessoa nojenta e errada. Poucos minutos depois Yuta entra no carro, limpando as mãos em sua calça.

— ansioso? — ele pergunta, dando partida no carro e andando em uma velocidade legal. — um pouco. — respondo, olhando para o caminho através da janela. — relaxa, creio que Yang já tenha conversado sobre eles. — ele diz, assim planando um silêncio dentro do carro, um silêncio confortável, a presença dele nunca me deixava incomodado.

Se passaram 20 minutos de viagem, até chegarmos em um prédio enorme. O japonês sai do carro e abre a porta para mim, admiro sua educação.

— não saia de perto de mim, hm? — ele alerta, e antes de passar pelos guardas oferece sua mão para mim, respiro fundo, enfim aceitando seu toque, segurando a mão do garoto que sorri satisfeito. O mesmo conversa com os homens altos de óculos escuros, que dão permissão para entrar.

Ao adentrarmos o local, era como uma boate no primeiro andar, pessoas bebendo, algumas dançando, em um palco algumas pessoas dançando um estilo de dança bem... Exótica.

Algumas bandeiras coloridas eram espalhadas pelo local, transmitindo segurança apenas em as vê-las. Yuta caminhava por ali cumprimentando todos que via pela frente, esboçando um sorriso de orelha a orelha, enquanto eu apenas segurava sua mão firmemente, com medo de perde-lo. Entramos no elevador, aquilo me dá um enorme alívio, odiava festas, por ter muitas pessoas acumuladas em um só local, me dava um sufoco enorme.

White Swan or Black Swan? Onde histórias criam vida. Descubra agora