Sade dit-moi.
A criança ruiva estava sentada, a prestar atenção na fala do padre, enquanto esboçava um sorriso fraco, que se estica ao ver o homem se virar para si. A criança levanta, indo até a enorme mesa durante a missa, pegando o vinho e despejando na Taça do padre, prestes a compartilhar a Eucaristia para os religiosos a formarem fila, ao se afastar, em um descuido, derruba a garrafa de vinho no chão, se estilhaçando em pedaços enquanto o líquido avermelhado escorria pelo batente e sujava seus pés, suas sandálias, e sua túnica.
De olhos levemente arregalados, ele encara o vinho derramado, o olhar do padre cai sobre o menino, sem jeito, que solta um sorriso sem graça e é puxado para dentro pela mão de um dos outros coroinhas.
— você é maluco? — o menino reclama, praticamente desesperado a olhar nos olhos da criança arrependida — foi sem querer eu juro! — ele ri de si mesmo — do que está rindo? Isso é sério! — o garoto olha envolta enquanto o mais novo segurava a risada — me desculpe. — ele pede, depois sendo chamado pelo padre para limpar a bagunça.
A igreja estava vazia, o taiwanês ainda limpava o piso de mármore, que estava levemente manchado pela bebida, ao cansar de tanto esfregar o pano no chão, ele se senta no batente tirando suas sandálias apertadas, respirando fundo e ouvindo a porta ser aberta, revelando o rosto do Homem mais velho. — você é um péssimo coroinha. — ele afirma se aproximando da criança com um saco de tecido em mãos, despejando caroços de milho no chão. — ajoelhe-se. — ele manda, a criança levanta se ajoelhando dolorosamente sobre os grãos, fechando os olhos com uma expressão agoniada, juntando suas duas mãos, entrelaçando seus dedos e aproximando de sua boca enquanto baixa a cabeça para rezar e pedir desculpas a Deus, mas é impedido ao ter sua cabeça levantada pelo homem, que olha em seus olhos com um sorriso — peça perdão a mim, lindo garoto. — ele diz, e a expressão de YangYang muda para um sorriso genuíno — me desculpe padre. — ele pede, com as pernas a tremer de dor — ótimo, levante-se — o menino levanta, limpando os joelhos machucados — limpe isso — ele ordena apontando para os caroços espalhados no chão, a criança sorri indo até o armazém pegando uma vassoura e limpando a sujeira feita.
Agora em completo silêncio, já que o homem havia saído da sala, YangYang já não estava mais tão sorridente, com uma expressão triste, que por alguma razão desconhecida resulta em uma risada baixa, virando seu olhar para a linda imagem de Virgem Maria. — patético. — ele diz, ainda risonho.
Sade donne-moi.
— em nome do pai, do filho e do Espírito Santo... — Sua mãe diz — amém. — o menino completa, chegando na igreja depois do colégio. — onde está o boa tarde, querido? — ela pergunta, se levantando, pois estava ajoelhada perante a imagem de Cristo. — boa tarde, mãe. — ele diz sorridente, abraçando a mãe que acaricia seu cabelo também a sorrir com sua presença — seu pai disse que amanhã irá comprar tintas para o seu cabelo, oque acha? — a mulher diz — ruim — ele afirma — por que? Vai ficar lindo meu amor. — ela afirma ainda mexendo em seu cabelo avermelhado — não se deve sujar algo que Deus criou. — o menino afirma olhando nos olhos da mãe, que desmancha o sorriso enquanto o mesmo cria um sorriso ainda lhe encarando. — filho... — ela tenta falar — até depois mãe! — ele diz se soltando de suas mãos e caminhando até a outra porta de saída da Igreja.
05:54h
—
oque faz aqui a essas horas? — a voz masculina ecoa pelo lugar Sagrado, que novamente estava com a presença do pequeno ruivo. — quero deixar a igreja limpa, padre. — ele diz sorridente enquanto limpa a mesa — você se esforça bastante. — o homem sobe as pequenas escadas — é preciso, quero que Deus se orgulhe de mim. — ele diz distraído com a pequena Mancha de sujeira — ele já deve ter muito orgulho de ter feito um garotinho tão belo. — o homem diz passando a mão em seus cabelos e o observando limpar a mesa. — não é pra tanto, senhor — ele ri, parando de limpar, olhando nos olhos do Homem mais velho, que lhe encarava com um sorriso — sabe padre... — o menino se aproxima oque surpreende o homem, mas o mesmo passa reto sentando-se em uma das cadeiras dos coroinhas e chamando o mais velho para se sentar na outra, oque o mesmo faz. — você gosta de vinho não é? Tem gosto de quê? — o menino pergunta — um gosto de suco de uva só que um pouco amargo. — ele afirma — eu gosto de suco de uva, eu trouxe um suco pra você de limão, eu acho que vai gostar! — o menino levanta mas é puxado para o copo do Homem — eu gostaria de te experimentar, oque acha? — o homem diz próximo do rosto alheio, que se afasta um pouco enquanto ri baixinho e levanta do colo do padre — eu acho que você irá preferir o suco de limão, por favor Experimente! Eu fiz com muito carinho senhor padre. — ele diz pegando sua mochila da escola que tinha levado para fazer deveres no local, pegando uma garrafa de ferro e tirando a tampa, se aproximando bastante do corpo do Homem e se sentando em seu colo.
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White Swan or Black Swan?
Fanfictiononde um chinês bailarino com problemas de socialização por conta de um passado traumático, encontra um japonês que é envolvido em numa máfia, em busca de ajuda, ele implora pela bondade de Yuta para lhe ajudar a encontrar seu irmão e assassinar seu...