Dezessete

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Nos dias seguintes, Anahí se preparou para a conversa com Chloe. Ela sabia que seria um momento delicado, mas necessário. No domingo, enquanto brincavam no parque, Anahí decidiu que era hora de contar a verdade.

- Chloe, meu amor, vamos sentar um pouco? - disse, apontando para um banco próximo.

Chloe, segurando um ursinho de pelúcia, concordou animadamente. Elas se sentaram lado a lado, e Anahí tomou um momento para reunir suas palavras.

- Chloe, eu preciso te contar uma coisa importante sobre o papai.

Os olhos de Chloe se iluminaram com curiosidade.

- Papai? Eu tenho um papai, mamãe?

Anahí assentiu, sorrindo com ternura.

- Sim, meu amor. Você tem um papai. O nome dele é Alfonso. Ele e a mamãe se separaram antes de você nascer, e por isso você ainda não o conhece.

Chloe franziu a testa, tentando entender.

- E ele não gosta de mim?

Anahí sentiu um aperto no coração.

- Não, querida. Não é isso. O papai te ama muito, mas as coisas ficaram complicadas entre nós. Ele não estava preparado para ser pai naquela época, e eu decidi que seria melhor para nós seguirmos em frente sem ele.

Chloe pareceu pensar profundamente, abraçando seu ursinho com força.

- Ele vai voltar um dia?

Anahí segurou a mãozinha de Chloe.

- Eu não sei, meu amor. Mas quero que você saiba que, não importa o que aconteça, a mamãe sempre estará aqui para você. E eu tenho certeza de que o papai também quer o melhor para você, mesmo estando longe.

Chloe assentiu, ainda processando a informação. Anahí sentiu que, apesar da complexidade da situação, havia dado o primeiro passo importante para a verdade.

Naquela noite, após colocar Chloe para dormir, Anahí sentiu um misto de alívio e ansiedade. Decidiu então que precisava resolver as coisas com Alfonso. Nos dias seguintes, ela entrou em contato com um Christopher, que ainda mantinha contato com Alfonso. Christopher se mostrou surpreso ao saber do interesse de Anahí em reencontrar Alfonso, mas prometeu ajudar.


Algumas semanas se passaram até que finalmente ele conseguiu o número de telefone de Alfonso. Com o coração acelerado, Anahí ligou.

- Alô?

- Alfonso, sou eu, Anahí.

Houve um momento de silêncio do outro lado da linha, seguido por um suspiro pesado.

- Anahí... Quanto tempo.  Pensei que demoraria mais para me procurar. O que houve?

Anahí respirou fundo, tentando manter a calma.

- Precisamos conversar. Eu vi você perto do meu trabalho. Temos uma filha, Alfonso. Acho que é hora de você conhecê-la.

O silêncio que se seguiu pareceu durar uma eternidade antes que Alfonso respondesse.

- Tudo bem, Anahí. Vamos nos encontrar.

Marcaram de se encontrar em um café tranquilo no Central Park.

No dia combinado, Anahí chegou cedo, sentindo-se nervosa e ansiosa. Quando Alfonso apareceu, ela quase não o reconheceu. Ele estava diferente, mais maduro, mas os olhos ainda tinham aquela intensidade que ela conhecia tão bem.

- Olá, Anahí - disse ele, sentando-se à sua frente.

- Olá, Alfonso. Obrigada por vir.

A conversa começou tensa, com ambos navegando pelas águas turvas do passado. Anahí explicou sobre Chloe, sobre a decisão de criá-la sozinha, e sobre o que havia sentido ao vê-lo novamente.

A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora