Vinte e Três

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Anos se passaram desde o primeiro beijo, e agora Alfonso e Anahí estavam prontos para enfrentar um dos momentos mais desafiadores de suas vidas: contar a Chloe, a filha de cinco anos de Anahí, que Alfonso era seu pai.

Alfonso chegou ao estúdio de dança de Anahí novamente, desta vez sem flores, mas com um propósito importante. Chloe estava lá, sentada em um canto, desenhando enquanto aguardava sua mãe terminar a aula. Assim que a sala esvaziou, restando apenas os três, Alfonso se aproximou de Anahí e a abraçou, trocando um olhar significativo com ela.

— Está na hora, Annie — disse Alfonso suavemente.

Anahí assentiu, sentindo um misto de nervosismo e determinação.

Eles se aproximaram de Chloe, que olhou para eles com um sorriso inocente.

— Chloe, meu amor, precisamos conversar com você — disse Anahí, se ajoelhando ao lado da filha.

Alfonso se agachou ao lado dela, sentindo o coração acelerar.

— O que foi, mamãe? — Chloe perguntou, largando seus lápis de cor e olhando curiosa para os dois.

Anahí trocou um olhar rápido com Alfonso antes de continuar.

— Chloe, você sabe que o Poncho é um amigo muito especial da mamãe, não é?

Chloe assentiu com entusiasmo, sorrindo para Alfonso.

— Sim, eu gosto muito do Poncho. Ele é divertido!

Alfonso sorriu, mas logo ficou sério, buscando as palavras certas.

— Chloe, eu preciso te contar uma coisa muito importante — começou Alfonso, sua voz suave. — Eu não sou apenas um amigo da sua mãe. Na verdade, eu sou seu pai.

Chloe piscou, confusa, e olhou para Anahí em busca de confirmação.

— Mamãe, é verdade? — perguntou Chloe, seus olhos arregalados.

Anahí assentiu, sentindo um nó na garganta.

— Sim, Chloe. O Poncho é seu pai. Nós nos separamos antes mesmo de você nascer. Ele fez uma longa viagem mas agora quer muito fazer parte da sua vida, assim como eu.

A expressão de Chloe mudou de curiosidade para confusão e, em seguida, para algo mais sombrio. Ela franziu a testa e cruzou os braços.

— Não, ele não é meu pai! Meu pai foi embora e nunca voltou! — exclamou Chloe, sua voz trêmula de emoção.

Alfonso sentiu um aperto no coração, mas manteve a calma.

— Chloe, eu sinto muito por não ter estado aqui antes. Eu errei, e estou aqui agora para corrigir isso. Quero muito ser parte da sua vida, se você me permitir.

Chloe se levantou de repente e correu para o outro lado da sala, pegando seu desenho e se virando de costas para eles.

Anahí levantou-se e fez menção de ir atrás dela, mas Alfonso a segurou suavemente pelo braço.

— Deixe-me tentar, Annie — disse ele, com um olhar firme.

Alfonso se aproximou de Chloe lentamente, ajoelhando-se ao lado dela.

— Chloe, sei que está magoada e confusa. Eu entendo. Só quero que saiba que te amo muito, mesmo que só agora eu tenha a chance de te dizer isso. Vou te dar todo o tempo que precisar, mas nunca vou desistir de tentar ganhar o seu amor e a sua confiança.

Chloe não respondeu, apenas apertou seu desenho contra o peito, os olhos fixos no papel. Alfonso suspirou, mas levantou-se com determinação.

— Vamos dar um tempo a ela — sugeriu a Anahí. Ela concordou, os olhos tristes, mas compreensivos.




A HerdeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora