♛ O inesperado chegando

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O mal da grandeza é quando ela separa a consciência do poder.

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Soraan, anos atrás:

Durante o rigoroso inverno do reino de Soraan, a neve se acumulava em camadas grossas pelas ruas e os galhos das árvores ficavam pesados pelo gelo. Era uma região montanhosa onde o vento castigava os moradores e as pequenas lareiras faziam o trabalho de espalhar a fumaça pelo céu, mantendo as famílias aquecidas.

O povo não tinha motivos para se queixar, pois o rei Jeon Son-jin era extremamente competente e, no inverno, era a época em que mais ajudava. O príncipe Jeon Ho-san estava próximo de ser coroado, pois já tinha idade e seu pai, o rei, a idade avançada. Isso era um obstáculo diante dos tantos compromissos que um rei tinha que ter com o seu povo.

Quando o rei faleceu, seu filho, um alfa nada humilde, foi coroado em seu lugar para continuar o governo que o pai exercia com excelência. E foi ao lado de Yoo Ji-soo, sua rainha, que ele prosseguiu com o reinado que muitos criticavam, mas engoliam para não serem punidos.

De uma coisa o povo de Soraan sabia: o rei era impiedoso.

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- Majestade? - o rei que estava debruçado sobre a sacada de pedras olhou de imediato em direção a voz. - Nasceu!

Seus olhos brilhavam, estava ansioso pois o fruto do seu amor pela rainha acabara de chegar ao mundo.

Imediatamente, ele acelerou os passos e foi até a porta dupla do seu aposento, abrindo as portas com grande alegria. Sua esposa, a rainha, segurava o bebê no colo, envolto em um lençol branco ainda sujo de sangue. Ele era pequeno como um botão de rosa e branco como a neve, os seus cabelos eram escuros e o seu aroma adocicado. Ele sabia, era um ômega.

Apesar de saber que um herdeiro alfa era o mais esperado, o rei estava feliz pelo simples fato de ser da sua amada Yoo Ji-soo.

Lentamente, ele se aproximou da cama e se sentou ao lado da esposa, olhando para a mesma e depois para o pacotinho em seus braços. - Um ômega! - ele exclamou. - Seu cheiro é distinto e agradável, bem sutil. - o rei respirou, puxando o ar para sentir mais do aroma ainda fraco do ômega.

- Ele tem o mesmo cheiro da flor de Carmélia - disse a rainha, enquanto acariciava as bochechas gordinhas do filho.

- Carmélia? Oh, sim, agora consigo sentir. É tão suave e tem um pouco da brisa da manhã.

- Sim. Ele é tão perfeito que até mesmo o seu aroma é singular.

Durante o parto, era de fato um mistério. A gravidez só era realmente confirmada após o feto começar a se movimentar no útero e o alfa pai sentir os aromas misturados ao da ômega. Para eles, a ômega era o "vaso" que recebia a semente do alfa, que engendrava a futura criança inteira, sendo o útero apenas o receptáculo que preparava o pequeno corpo para o nascimento. Partos eram enigmas vedados aos homens. Era o momento encarado com receio, no qual a ômega estava cercada de muitas parteiras, ou até mesmo só, dependendo de sua hierarquia. A maternidade, entretanto, não era vivenciada sem riscos e, quando a criança vinha ao mundo chorando, era como se fosse anunciado a prosperidade e a saúde daquela que dera à luz.

O Duque de Orebro  ♛ PJM + JJK ♛ ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora