𝑭𝒖𝒆𝒍 𝒇𝒐𝒓 𝒕𝒉𝒆 𝒇𝒊𝒓𝒆 - Kɪᴍɪ Aɴᴛᴏɴᴇʟʟɪ 🇮🇹🏎️

Capítulo cinco.

🇮🇹🏁

12/07/2024

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  Acordo de manhã cedo e estranho ao ver o café pronto, a casa limpa e a cama de Kimi feita. Pego uma maçã da fruteira e como enquanto saio com minha bicicleta, jogando o resto no lixo quando acabei. Na metade do morro eu me sentia levemente baqueada, mas imaginei ser pelo sol na minha cabeça.

  Começo a descer o morro, freiando um pouco, mas só o suficiente para não sair rolando que nem um saco de batatas ladeira a baixo. Viro na rua da escola e prendo a bicicleta na grade, enquanto comprimento alguns alunos.

— Você não mandou mensagem.

— Ah. Oi, Liam. Não, não mandei. Eu estava ocupada sendo Lady do Palácio dos Unicórnios de Glitter.

— Então você tem uma irmã mais nova?

— Kimi tem, eu estava brincando com ela. — respondo. Ele me olha constrangido e eu demoro um pouco para concluir minha fala. — Eu sou intercambista e moro com o Kimi. Host Family e tals.

— Ele gosta muito de você então...

— Não, não gosta. — interrompi. — E eu também não gosto dele. Quero dizer, ele não é alguém fácil de lidar.

— Bom saber. — ele responde. Eu olho para ele confusa e ele ri de minha reação. — Quero dizer que eu posso ser seu amigo sem dar satisfação para o Chucky.

  Eu preferia mil vezes não pensar a pensar no que pensei. Kimi era literalmente maravilhoso. Ele era uma das pessoas mais lindas que já conheci, se não a mais bonita. E era até injusto dizer o contrário. Mas eu nunca deixaria alguém saber que penso isso dele.

— Pois é. Ele não é uma preocupação. — respondo rápido tentando me livrar da situação. — Tchau, Liam.

  Ando apressadamente para dentro da escola e Kiara me para vendo meu nervosismo.

— Você comeu algum animal podre? Está com aquela cara de quando a professora diz para você buscar refil de canetão. — ela diz.

— Tô legal — respondo.

— Ela não está não! — ouço. Ella caminha em nossa direção e para do lado de Kiara na minha frente. — Cara de quem viu Cats. Amiga, tem um lugar ótimo para descarregar seu estresse...

— Cats é horrível. Mas eu já vi duas vezes para garantir o quão horrível era. O trauma não consegue ficar pior. Mas sim, eu tô bem.

— Ela tá bem. Nada mais afeta alguém depois de Cats. — diz Ella sorrindo.

  Arrumo minha mochila nas costas e dou um sorriso amarelo, sentindo estar ficando tonta.

— Eu preciso ir para casa. — digo saindo da escola e destravando a bicicleta, pedalando morro a cima.

  Eu estava pouco mal quando cheguei. Mas de uma hora para outra parece que um trator passou por cima de mim. Paro a minha bicicleta azul na porta e travou ela no bicicletário que Marco fizera para mim quando soube que eu gostava de pedalar.

  Entro em casa e percebo que Carol já havia ido para a creche e seus pais foram trabalhar presencialmente hoje. Subo para meu quarto e me deito na cama sentindo minha cabeça latejar.

— Mio Dio, droga, Leonie! Eu vim correndo para cá quando te vi saindo da escola! O que você tem?

  Me deito virada para a porta com a vista turva, mas consigo distinguir Kimi cansado, provavelmente de tanto correr até aqui.

— Eu estou me sentindo... — minha voz falha.

  Ele coloca a mão na minha testa e puxa o cabelo para trás apreensivo. Ele estava... preocupado?

— Você está queimando de febre! — ele corre para dentro de meu banheiro e pega um pano molhado com água fria e coloca em minha testa.

  Sai do quarto e volta com um remédio um copo d'água na mão, me ajudando a ficar sentada na cama, colocando um travesseiro nas minhas costas e a mão livre na minha nuca para eu conseguir relaxar a cabeça. Tomo o remédio e ele me coloca deitada com o pano na testa novamente.

— Você devia estar na aula e...

— Não. Eu estou exatamente onde eu deveria estar. — ele me interrompe. — Dorme um pouco e qualquer coisa me grita. Qualquer coisa mesmo. Não levanta sem me chamar.

  Eu fecho os olhos e não demorou sequer trinta segundos para desligar completamente.

°•°•°

  Acordo novamente e Kimi está dormindo numa cadeira ao lado de minha cama. O que diabos aconteceu?

— Kimi... — digo num tom de voz baixo por minha garganta estar doendo muito. Mas isso foi mais que suficiente para o garoto acordar num sobressalto.

— Você está melhor? Vou medir sua temperatura de novo. Sua pressão tá muito baixa eu medi há alguns minutos. Pesquisei como faz para estabilizar e pediram para te dar refrigerante com cafeína, café, suco de laranja, então comprei coca, seu café do Starbucks e fiz suco natural. Num site brasileiro disse que comer paçoca vai ajudar, e eu não fazia ideia do que era paçoca, mas fui naquela loja brasileira e comprei um potão. Mesmo que não ajude muito você vai adorar, são deliciosas!

— Você foi na loja brasileira do outro lado da cidade, fez suco, comprou Coca-Cola e meu café favorito, mediu minha temperatura, minha pressão e dormiu do meu lado caso eu te chamasse? — pergunto ainda muito rouca.

— Tá legal, as coisas não precisam ficar estranhas. Quero dizer, eu fiz porque se não você morreria ou teria um ataque de "sei lá o que"!

— Obrigada.

  Era esquisito dizer aquilo ainda mais para ele. E Kimi também estranhou, tentando desviar o assunto indo medir minha temperatura. O apito toca e ele confere o painel do termômetro.

— Estava em 42 e caiu para 40 de febre. A recomendação do remédio que eu comprei é de quatro em quatro horas e...

— Você também foi na farmácia? — interrompi.

— Comprei uns remédios. Eu vou fazer aquela mistura de própolis, limão e gengibre para você tomar também. Mas enfim, você precisa comer.

  Ele me levanta da cama e minhas pernas estão doendo e muito fracas, mas finjo estar bem e continuo andando, até quase cair da escada e largar o orgulho para pedir ajuda. Descemos o resto de escada e ele me senta no sofá, buscando a comida que tinha comprado.

— Pode me entregar o café? — peço. Ele estende o braço e entrega um copo do Starbucks, enquanto colocava o resto na mesa de centro da sala.

— Você quer ver algum filme? — ele diz pegando o controle da televisão.

— Carros! — respondo rapidamente.

  Ele liga a televisão e coloca o filme que pedi, indo para a cozinha fazer alguma comida, mas eu apenas continuo vendo meu filme e tomando meu café predileto.