🇮🇹🏁
29/07/2025
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🏁 Kimi's point of view 🏎️
Óbvio que eu ia esquecer de achar um hotel. Genial, Kimi. Agora você vai ter que passar a noite na porta da FIA. Gênio.
Coloco minha mala embaixo da minha cabeça e tento usar minha mochila de coberta com frio. É óbvio que não funciona. Apenas tento dormir.
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Não dormi. São sete da manhã e as portas finalmente abriram. De cara os funcionários me reconhecem e me tiram do chão, me dando um cobertor.
— Senhor Antonelli, o que você está fazendo aqui dormindo no chão? — pergunta a secretária.
— Eu preciso saber sobre Leonie Deontre Chaput. Ela faz o curso de engenharia e estratégia com vocês. Já deve ter visto ela aqui e...
— Desculpa, não posso dar essa informação. A senhorita Chaput é uma pessoa que preserva muito sua privacidade e não permite que outras pessoas tenham acesso a sua rotina ou informações importantes.
— Você sabe, ela é minha... — meu sonho e única garota por quem já me apaixonei. — Ela é muito importante pra mim, eu preciso disso, deve ter alguma forma.
— Essa foi a única exigência dela. Em nenhuma hipótese revelar onde está, onde estuda e em qual setor trabalha. É só o que posso dizer.
Alguém entra no prédio e dou graças a Deus por ver Michael.
— Kimi, por que você está em Paris numa terça-feira aleatória?
— Eu preciso saber onde a Leonie está. Eu não fazia ideia que ela estava em Paris. Por favor. Eu fiz uma viagem inteira, dormi na porta do prédio da FIA, insisti de todas as formas possíveis para a secretária me passar as informações, mas eu sei lá, parece que tem uma...
— Exigência? Sim, Andrea, a Leonie está em Paris e estuda aqui. Ela é muito reservada e fala muito pouco. Não se parece nem um pouco com você, inclusive.
— Não, ela não é reservada e ela é a pessoa mais falante que eu conheço tirando a irmã dela. Ela não está bem. Definitivamente não está bem. Ela já te disse as flores favoritas dela?
— Dálias Negras.
— Dio mio! Ela precisa de terapia urgente! Pelo amor de Deus, Michael, me ajuda! Eu preciso encontrar ela! Eu procurei ela um ano inteiro! — ele dá um suspiro incômodo e cruza os braços. Sorrio.
— Não diga quem te falou isso, eu posso ser literalmente processado e ela me mataria. Ela mora na Rue de la Paix, 763. Odeia visitas, e acorda todo dia às sete e quinze. Sai para tomar café no Blanchet. Ela vai de bicicleta para lá, compra um espresso com dose extra e vem para cá ver aula. Ela nunca faltou desde que me lembro.
— Você é um anjo! Saiu do céu pra entrar na minha vida! Obrigado, Michael! Eu vou ser eternamente grato por você e...
— Vai, filho. Faz alguma coisa.
Abraço Michael e deixo minhas coisas na secretaria, então fico as próximas meia hora na porta do prédio.
Eu a vejo de longe. Encima na bicicleta branca fosca, o rosto que eu tanto senti falta.
Olhos azuis, cabelos castanhos claros, mas agora presos num coque bagunçado que caía perfeitamente bem nela. Óculos redondos com armação um pouco mais grossa, dou um sorriso genuíno vendo que ela finalmente começou a cuidar da miopia alta dela e que mesmo assim ela continuava linda.
Ela usava um colete de alfaiataria cinza, uma saia na mesma paleta e um mocassim tratorado. A gente aprende alguma coisa quando sua irmã é louca por moda e entrou na fase garota louca das revistas.
Ela desce da bicicleta e trava no bicicletário. Pega seu copo de café e começa a caminhar, e ali eu tive certeza que a Leonie não era mais a garota que eu conheci. Ela era a mulher mais linda e empoderada do mundo. Não importava onde, se ela passava, todos os suspiros iam para ela. Ela dá um gole no café mas continua andando.
Ela parecia estar desfilando, mas quase cai para trás quando me vê.
— Não, não! O que você está fazendo aqui?!
— Me desculpar. Eu nunca tive oportunidade de te contar o que realmente aconteceu ent...
— E eu não quero saber. Mesmo que quisesse, você está um ano atrasado.
— Eu tentei! Você me bloqueou, parou de responder seus amigos e sumiu! Eu só preciso de um minuto. Por favor, Leonie.
— Você teve muitos minutos com aquela garota, Kimi. Eu segui em frente. Tô bem na vida. Ganhando um ótimo salário, estudando o que eu amo. Mas para isso eu precisei seguir em frente. Virar a página. Talvez eu já conheça outro cara, tenha novos amigos e...
— Não fala que você tem outro cara, por favor, Leon...
— Tenha uma boa vida, Princesa. Não se pode remexer no que já foi feito.
— Eu não fiz nada! Eu fui conversar com Michael e a filha demoníaca foi junto! Ela é obcecada e me beijou! Olha as fotos que os paparazzi tiraram! Eu nem sequer toquei nela a não ser para afastar ela!
— Não se altere. Seu temperamento com tendências egocêntricas de sempre querer estar certo nunca mudam. Somos adultos agora, Kimi. Aja como tal.
Como eu ia agir como um adulto se Leonie continua me fazer sentir como se eu fosse aquele adolescente tentando conquistar a garota? A diferença é que a garota era uma mulher madura e com uma habilidade de argumentação impecável.
Não tinha como eu amar tanto alguém como amo ela. Eu poderia conhecê-la de mim jeitos, em mil vidas, em mil universos. Sempre que eu penso que não têm mais forma de amar um pouco mais ela, e eu percebo que tem sim, e ela fazia questão de comprovar.
— Leo, me dá um minuto. — ela suspira irritada e semicerra os olhos.
— Sem choramingar.
Sorrio e explico a história inteira. Detalhamento impecável. Como eu deveria ter feito no dia que a deixei escapar por entre os dedos.
— Mas que garota... — ela resmungou baixinho, provavelmente só para ela escutar, mas eu ouviria sua voz em qualquer lugar. — Insalubre!
Não pude deixar de soltar uma risada sobre o xingamento de Leo.
— Insalubre é seu melhor xingamento, Encrenquinha?
— Não sei. Ainda tenho muitos guardados pra você. Tenha um ótimo dia, senhor Antonelli.
— Igualmente, docinho.
— Não me chame assim até eu dizer que pode.
— Sim, senhora general.
Ela revira os olhos e se vira, retomando seu caminho para dentro do edifício.
— Eu sei que está sorrindo! — digo. Ela me ignora e eu dou uma risada genuína, antes de fazer uma reserva no hotel mais próximo da casa de Leo.
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𝑭𝒖𝒆𝒍 𝒇𝒐𝒓 𝒕𝒉𝒆 𝒇𝒊𝒓𝒆 - Kɪᴍɪ Aɴᴛᴏɴᴇʟʟɪ 🇮🇹🏎️
ФанфикшнDesde que me lembro, em minha escola, sempre que um casal funcionava, os alunos costumavam dizer que eles eram a gasolina do fogo do outro. Eu sempre achei isso ridículo. Chega a soar pejorativo. Tenho 17 anos e algumas pessoas costumam dizer que...
