Capítulo dez.

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🇮🇹🏁

13/07/2024

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🇫🇷 Leonie's point of view 🩰
°•°•°

  Aqueles olhos. Aqueles malditos olhos castanhos. Eu poderia conversar quantas vezes quisesse com Kimi Antonelli, mas aqueles olhos sempre me irritavam.

— Leonie? — dizia Kimi. — Acorda! Você quer ir nadar com o pessoal?

— É. Eu quero. — respondo saindo de um tipo de transe e me levantando da cadeira.

  Kimi me espera e me olha em cada movimento que eu faço enquanto tira o chinelo.

— Você não está com medo de molhar os seus cachinhos finalizados ontem? — provoco.

— Como sabe que eu finalizei ontem?

— Ontem você disse na festa, antes de eu ficar totalmente embriagada, que tinha finalizado eles há duas horas. E é muito esquisito você ter essa mania de finalizar o cabelo.

— Eu não acho... Meu Deus! — ele disse ao olhar para um canto específico da praia. Me viro e vejo apenas alguns borrões com a minha miopia.

— O que é aquilo?

— Ella e Giulio, e Kiara e Ollie estão finalmente assumindo a paixonite e estão se beijando ali!

— Elas negaram que gostavam deles de mim ontem, acredita? E elas ainda disseram que...

  Antes de eu terminar a frase repenso se era bom eu dizer para Kimi que as duas me acusaram de querer beijar ele. Normalmente eu digo tudo que penso. Mas o maior problema é que eu sentia querer beijar Kimi.

  Não podia ser. Eu o odiava.

— Elas disseram o que? — ele pergunta confuso.

— Nada. Esquece o que eu disse.

  Caminho em direção a água e mergulho no mar iluminado somente pela lua e pelas estrelas. E por aqueles olhos. Os malditos olhos.

•°•°•

🏁 Kimi's point of view 🏎️

  No mar a única luz eram aqueles olhos, aqueles hipnotizantes olhos azuis. Aqueles pelo qual me apaixonei. Aqueles que eu quero olhar todo dia. Seu cabelo já estava molhado, mas continuava com aquela cor castanha. Sua boca parecia ter sido milimetricamente desenhada pelo maior artista que o céu pode ter. Eu tinha plena consciência que ela não sente o mesmo e deixa isso bem claro.

  Mas toda vez que ela dá a mínima abertura para que eu possa ao menos conversar com ela, eu simplesmente esqueço que eu não existo para ela. Leonie Chaput. 17 anos. Francesa. Dançarina. Leitora.

  Órfã da instituição Foyer pour jeunes et enfants. Mas não falamos sobre isso.

  Ela era tudo que eu mais sonhava. Porque eu só sonhava com ela. E, saber que a única pessoa que pode completar o vazio em mim, não dava a mínima pra mim doía. Doía pra cacete. Desculpa pelo palavrão.

  Ou às vezes parecia que queria. Quando ela ria das minhas piadas idiotas, quando me olhava em silêncio, quando se permitia a falar comigo. Quando disse que eu era bonito. Quando esquece aquele loiro idiota para ficar mais tempo comigo.

— Kimi.

— Sim, Leo?

— Você sabe olhar o céu? — ela pergunta.

— Não é só olhar para cima a noite?

— Não. Os planetas escondidos, as constelações... Esse céu.

— Constelação Pégaso, representa a eternidade.

— Fênix, representa recomeço.

— Leão, representa força e poder

— Draco é a guardiã do polo norte.

— Sistêmica — digo. — Representa amor.

— Cassiopeia. Representa o coração.

  Sinto meu corpo inteiro gelar e olho para Leonie que já estava me olhando antes. Mas ela não desvia os olhos do meu nem um segundo. As ondas batiam contra ela, inevitavelmente fazendo ela se aproximar de mim. Era a Medusa ou algum tipo de bruxa que me fez falar o que falei depois de olhar cada detalhe pelo qual eu era apaixonado. Depois de um silêncio ensurdecedor de mais ou menos quarenta segundos:

— Por favor. Eu preciso te beijar. — digo num sussurro quase inaudível. Mas ela entendeu. Ela sempre entendia.

  Ela deu um passo em minha direção e foi o suficiente para nossos corpos ficarem tão próximos que conseguia sentir seu calor mesmo debaixo d'água. Então, meio sem pensar, eu beijo ela. Eu já li Percy Jackson. Mas eu sinto muito em dizer que o beijo dele no mar com a Annabeth não chegou nem aos pés do que eu estava sentindo.

  Eu toco sua cintura de leve e ela prende as mãos na minha nuca. Era assustador, esplêndido, revigorante. Eu queria poder viver aquilo pra sempre. Eu tinha ela nos braços e ela estava tocando minha boca. Eu tinha ela comigo. E o único som eram as ondas se quebrando na areia e a lenha da fogueira estourando em um som clássico. Ou eu só estava nos ares romantizando até a fogueira.

  Então afastamos um pouco nossos lábios e a garota me olha com um olhar de choque tão grande quanto o meu. A diferença foi que eu sorri e beijei ela de novo. E ela continuou. Era incrível como da primeira vez. E eu queria sentir aquela garota daquela forma para sempre. Todos os dias.

  Eu sou só um adolescente e é esquisito ter certeza do amor. Mas, meu Deus! É óbvio que era amor! Não os que os livros citam, ou que os filmes ilustram. Era amor mesmo. Eu tinha certeza disso. Mas era assustador pensar que talvez eu fosse outro para ela. Era pavoroso a ideia dela não me ver como vejo ela.

  Então eu abraço ela por um momento para saber que ali, pelo menos ali, ela era minha. Não só uma ideia bem ilustrada.

°• fim do capítulo – início dos avisos •°

- Amores, espero que tenham gostado deste capítulo!

- O beijo veio FINALMENTE!

- Postei dois capítulos hoje porque vou viajar para um lugar sem internet então não vai ter capítulo novo no feriado.

- Espero que esse capítulo especial ajude vocês a não me caçarem para lançar capítulo novo 😭

𝑭𝒖𝒆𝒍 𝒇𝒐𝒓 𝒕𝒉𝒆 𝒇𝒊𝒓𝒆 - Kɪᴍɪ Aɴᴛᴏɴᴇʟʟɪ 🇮🇹🏎️Onde histórias criam vida. Descubra agora