Assim Nasce Um Comunista - AU Dimaury/Kelmiro

Revolucionário e Poeta

!!! ATENÇÃO: Te peguei né? Vim servir um capítulo sem tortura!!!

Estamos no domingo, ninguém tem nada pra fazer (ou não quer) e eu sei que tem gente arrancando os cabelos por essa história (te amo sextinhas)

Então eu vim servir!

Aproveitem os próximos capítulos de PAZ, em breve...

Escrevi esse capítulo ouvindo "O Bêbado e O Equilibrista - Elis Regina"

Está disponível na nossa playlist Assim Nasce Um Comunista no Spotify

Boa leitura!

_________________________________________

Início da Leitura

Mais uma vez, Ramiro chegava no cartel para "torturar" Kelvin em uma única missão dada pelo seu pai: conseguir informações, independente do meio

Ramiro chegou cedo, logo após o café da manhã e de deixar sua irmã na escola do bairro, segurando a chave do quarto onde Kelvin estava com a mão, suando de medo de que tivessem feito algo com ele

A agonia era tanta que Ramiro nem dormiu naquela noite, e assim que o sol clareou, encheu sua mochila com roupas e comida sem que ninguém em casa percebesse

O porquê estava fazendo aquilo quando na verdade deveria estar cumprindo as ordem de serviço do seu pai?

Bom, Ramiro diria que era porque tinha humanidade, porque não concordava com aqueles métodos para conseguir informação e porque, não achava que os militares deveriam ter medo de adolescentes

Já até se questionava se aquela juventude poderia mesmo ameaçar o país com a proliferação do comunismo, porque veja bem...

Já não parecia haver um risco real.

O que Kelvin lhe disse sobre os motivos do regime de Estado serem outros, martelava na sua cabeça. Não concordava com o loiro e tinha sim medo do comunismo, mas não achava que conseguiria informações sob tortura

E mesmo que conseguisse. Jamais mataria Kelvin como o loiro disse que fariam consigo caso falasse

Mas a verdade mesmo, é que o motivo de Ramiro não estar torturando Kelvin, é que ele não o tirava da cabeça, pensando nele por mais tempo que deveria

Em seus olhos, mantendo o espelho da alma. Em seu peito, parecia conter uma certeza tão grande de seus ideais, e apesar de Ramiro estar em lado oposto, via em Kelvin um homem de honra por proteger seus aliados

Muitos homens entregariam facilmente seus companheiros. Mas Kelvin não! Tanto por convicção, como por paixão

Ou o que ele achava pelo menos...

- Bom dia, soldados - Cumprimentou os homens que ficavam na porta, escondendo o nojo que sentia por eles terem tocado naquele anj... Comunista!

Mas manteria sua postura. Faria do seu jeito, e em sua cabeça inocente e iludida, Kelvin falaria e sairia dali... Vivo

- Bom dia soldado Neves! - Caio e Eduardo o cumprimentaram enquanto viam ele tirar a chave do bolso e destrancar a porta

Os homens não viam o que tinha lá dentro. Mas sendo Ramiro, filho do delegado Fleury... Com certeza havia um mar de sangue.

- Se quiserem, podem descansar, eu não vou sair tão cedo daqui, não enquanto ele não falar - Ramiro olhou para trás antes de entrar, falando em tom autoritário e vendo os homens na porta relaxarem