Sem Julgamentos

577 71 410
                                    

!!! ATENÇÃO: Tortura; Violência; Estupro!!!

A hora chega e é inevitável adiar, por isso, antes de lerem, considerem algumas coisas:

1- Minha escrita é madura, a vida não é um morango e eu não sei escrever flores
2- Se isso pode te gerar gatilho, não leia!
3- Escrevi com a maior sensibilidade possível, chorando e quebrada em cacos, mas eu nunca poderia esconder o que o personagem me pede pra escrever
4- Isso é pouco pro que faziam de verdade na ditadura militar no Brasil

Escrevi essa música ouvindo "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores - Geraldo Vandré"

HOJE SAI PLAYLIST DE ASSIM NASCE UM COMUNISTA NO SPOTIFY

Leitura!

_________________________________________

Como previsto, Diego apanhou quando chegou em casa, mas por sorte, muito menos do que infelizmente já estava acostumado

Tão logo, diante do estresse das vaias que recebeu, seu pai sumiu e ficou longe de casa o domingo todo, dando tempo para Diego descansar o corpo machucado e o peito em frangalhos ainda pela exposição e humilhação que passou no sábado

Sentia raiva de Amaury por ter puxado aquelas vaias, mas seu coração não doía exatamente por isso. Sua dor era por outro motivo sobre o moreno, mas não tinha coragem de se aprofundar naquele sentimento para entender a dor...

Era a dor de um coração quebrado quando é magoado por quem se ama!

Não era sobre estar certo ou errado, mas Amaury magoou Diego.

Então, diante de tanta coisa que passou naquele fim de semana, dores tão profundas que infelizmente conseguiram o distanciar de algo que não tinha há muito tempo...

Um segundinho de paz pra sentir apenas a si mesmo, quando estava trocando aquele beijo com Amaury

Talvez ali, somente ali, calado e tomado pela sensação dos lábios macios nos seus, pelo toque delicado mas firme das mãos de Amaury em sua cintura, é que Diego conseguiu ser apenas ele mesmo

Mesmo que não entendesse bem ainda quem era.

Era hétero, não era?

Mas porque o que sentiu naquele beijo ia bem além de qualquer outro beijo que tenha dado, e que jamais despertou em si... Vontade de continuar?

Não importava!

Diego nem pensava mais tanto no beijo, principalmente agora com a raiva e mágoa de Amaury.

Mas junto com o beijo, esqueceu de algo que importava muito para si e sua professora preferida, talvez a única que também o visse como alguém que não fosse uma extensão de Antônio La Selva

- Bom dia pessoal, vamos pra sala de artes! - De novo, Gisele conduzia os alunos para o ateliê de artes, e de novo, rezava baixinho pra que Diego e Amaury se comportassem

Eles já eram acostumados a sentar em lados opostos, um na extrema direita, outro na extrema esquerda, mas naquele dia, chegavam a olhar para as paredes para que seus olhares não cruzassem

Diego, machucado por Amaury

Amaury preocupado pelo que viu no corpo de Diego

Gisele fez a chamada, e dessa vez, Diego falou tão baixinho que nem parecia estar ali. Era a primeira vez que ele não tentava chamar a atenção em alguma aula, nem ser insuportável

Diego só queria ser invisível, e nesses dias em que ele não estava bem, Francielle tentava se aproximar do amigo, mas sem sucesso

- Di, você tá doente? - A morena sussurrava para o loiro enquanto a professora passava conteúdo

Assim Nasce Um Comunista - AU Dimaury/KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora