Babilônia e a Oportunidade

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O Britânico corria pelas estradas de terra, alguns rasgos espalhados por sua roupa, e pequenas manchas de sangue.
Mesmo com a superioridade tecnológica isso não impedia James de ser pego de raspão.

Com um pão seco em sua mão que pegou dos soldados, ele seguia correndo e comendo, avistando os muros gigantescos da Grande Cidade da Babilônia.

- A fachada parece promissora, espero que haja alguma resposta lá.

Ele pensou que seria otimista demais imaginar que houvesse algo que simplesmente enviasse ele de volta para o Front, ou para Londres.

Já era quase o fim da luz do sol, restava pouco da estrela no horizonte, mas as duas luas seguiam no céu, imóveis e brilhantes, James tinha apenas uma certeza, se ainda estava na terra, não era em nenhum lugar desbravado pelo homem, mas as duas luas tornavam a possibilidade de ainda estar na Terra extremamente improvável.
Guardou o rifle nas costas ao se aproximar dos portões da cidade, um caminho de pedras se iniciou agora, levando para dentro da cidade com grossos portões feitos com inúmeras vigas de madeira, não era nenhuma madeira que ele conhecia no entanto.

A postos nos portões estavam quatro guardas, com suas armaduras ostentando uma capa com o desenho de um grifo, mesmo que o desenho fosse bem simplificado, as cores da capa eram azul e amarelo, além da cor do desenho que era branco.

- Alto!- Um dos guardas levantou sua mão, ordenando que James parasse.

O Britânico ficou estático, deslizando seu olhar de guarda à guarda, não parecia partircularmente impressionado à primeira vista, mas sua mente imaginava o quão útil poderia ter sido uma dessas armaduras durante seu tempo no Front, mais protetivo que os uniformes militares que eram somente tecido.

(Apesar que não acho que seria possível fazer um que segure balas com eficiência e que não seja pesado demais.)

- Identifique-se, diga o que deseja na cidade e de onde vem.

- Me chamo James Thornefield, vim até aqui para explorar, e estou vindo da Vila Lingfey.

- Usou as estradas? Tem tido muitos bandidos emboscando viajantes entre Lingfey e Babilônia recentemente.

James olhou para suas roupas rasgadas, e voltou a olhar o soldado.

- Não havia percebido.

- Certo...bem vindo, Mago, cajado peculiar o seu.

Mais uma vez esse termo, "Mago", a tecnologia daqui é realmente tão retrógrada que não existem armas de fogo? Sequer mesmo Flintlocks? Perguntas como essa passavam pela cabeça do Britânico, junto do termo usado para descrever seu rifle, "cajado".
O portão se ergueu, abrindo passagem para Thornefield, entrando na área interna da cidade haviam inúmeros edíficios altos que se assemelhavam muito com o que você veria se estivesse na Inglaterra no século XVI.

- Isso é...muito estranho.

Ele não se referia somente a cidade, o contexto como um todo lhe parecia vir de um sonho estranho, uma arma que atira sem munição, vilas medievais e cidades de mesma aparência medieval, e para completar, a torre estabelecida no centro da cidade, que gritava "Eu sou o prédio mais importante por aqui", ou ao menos o mais imponente.

James olhou para suas feridas, nada grave, e já haviam parado de sangrar, cortes superficiais que já estavam se fechando, focou sua visão na torre, movido apenas por intuição ele começou a fazer seu caminho pelas ruas de pedra da Babilônia, não estava partircularmente interessado na cidade.

Haviam todo tipo de pessoas diferentes, era como se visse uma pintura da época medieval retratando os cidadãos de uma cidade.
James olhava ao redor com um certo toque de...curiosidade, todos eles falavam inglês? Ou seria entender e conversar com eles mais um dos fatores desse estranho lugar?

Coração de ChumboOnde histórias criam vida. Descubra agora