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HÉCTOR FORT
📍 BARCELONA, ESPANHA

A dor imensa que eu estava sentindo em meu peito, não podia ser comparada com nada que já tinha acontecido em minha vida

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A dor imensa que eu estava sentindo em meu peito, não podia ser comparada com nada que já tinha acontecido em minha vida. Nada me ajudaria nesse momento. 

A única pessoa que realmente se importava comigo e cuidou de mim a minha infância toda, que me deu amor incondicional que meus pais nunca souberam dar a mim. 

Minha avó tinha falecido, e saber que não vou poder ir a Madrid para o velório não adiantava nada, tudo isso se quando eu preciso da minha maldita liberdade eu não posso tê-la.

Encaro a sala de casa completamente vazia e silenciosa. Maya estava viajando com Pablo, não a culpo de não estar aqui agora, mas porra ela ainda é a única pessoa que me resta que eu ainda acho que me ama. Eu só queria poder ganhar um abraço de uma única pessoa verdadeira.

Levanto-me do chão, e, caminho pelos corredores vazios da casa em direção ao escritório do meu pai, abro as portas e entro no local que parecia sombrio, as luzes se acenderam automaticamente, fazia tempo desde a última vez que esse lugar foi aberto. Passo pela mesa e puxo a cadeira giratória me sentando, abro uma das gavetas que a mesa contia, com um gesto automático, tirei um cigarro do maço amassado que estava no fundo da gaveta.

Os meus dedos um pouco trêmulos para acender o isqueiro, a chama finalmente acendendo a ponta do cigarro, dei a primeira tragada, sentindo a fumaça preencher meus pulmões, exalo lentamente, observando a nuvem cinzentada se dispersar no ar.

Tiro o meu celular do bolso do moletom que eu usava, o colocando em cima da mesa e percebendo o visor dele se acender com a ligação da Maya, desligo totalmente.

Puxo a toca do meu moletom, sentindo cada tragada que parecia acalmar os meus pensamentos.

Uma coisa que nunca iria mudar era a sensação de estar sozinho novamente, e, infelizmente, ninguém poderia mudar esse sentimento que eu estava sentindo.

Eu não era uma pessoa que fumava, mas nos momentos que me sentia solitário, isso parecia como o meu refúgio, a sensação familiar do cigarro entre os meus dedos e o gosto amargo na boca eram mas conhecidos. Era algo que eu fazia apenas em momentos sozinhos, e que preferia manter esse segredo longe de todos.

Com um suspiro resignado, dei a última tragada profunda, segurando a fumaça por um segundo antes de liberá-la ao vento, apago o cigarro no cinzeiro, olhando para as grandes janelas de vidro do chão ao teto que oferecia a vista para a cidade de Catalunha.

Passei um longo tempo encarando a vista, enquanto me lembrava da minha infância quando me dei conta que as lágrimas já rolavam pelo meu rosto.

— Héctor! — A voz doce e calma que estava presente em quase todos os meus dias, chamou pelo meu nome —

Viro a cadeira em direção de onde a voz tinha vindo percebendo a silhueta de Luna parada na porta, o meu olhar vago até encontrar os olhos azuis que estavam com uma tonalidade mais escura. 

𝗠𝗬 𝗦𝗔𝗟𝗩𝗔𝗧𝗜𝗢𝗡, 𝐻𝑒́𝑐𝑡𝑜𝑟 𝐹𝑜𝑟𝑡Onde histórias criam vida. Descubra agora