Seguindo o plano de Chiquinha, a busca pelos ingredientes mágicos havia começado, mas a Vila do Chaves não era mais a mesma.
As cores pareciam mais vivas, os sons mais nítidos, e até o ar parecia carregado com a eletricidade da aventura. Os moradores, agora conscientes da realidade que os cercava, moviam-se com um propósito renovado.
Chiquinha, com aquele livro de feitiços firmemente sob o braço, liderava o grupo com uma determinação feroz. Seu Madruga, embora ainda cético, não podia negar a estranheza dos eventos recentes e seguia sua filha, murmurando preocupações sob o bigode. Chaves e Quico, embora por razões diferentes, estavam igualmente envolvidos na missão.
O primeiro ingrediente listado no livro era algo chamado "Lágrima de Lua", uma substância rara que, segundo a descrição, só poderia ser encontrada sob a luz do luar. A vila não tinha lua, claro, presa como estava em um ciclo eterno de dia e noite televisivo. Mas Chiquinha tinha um plano.
- Se estamos em uma sitcom, - ela explicou - então tudo aqui é parte do cenário, certo? Então deve haver um controle em algum lugar, algo que Dona Clotilde usa para manter tudo funcionando.
Eles decidiram começar pela casa da Dona Clotilde, o lugar mais óbvio para esconder tal controle. A bruxa estava ausente, provavelmente tramando seu próximo movimento, e isso deu aos moradores a chance de vasculhar o lugar.
A casa estava cheia de objetos estranhos e ingredientes de feitiços, mas foi Chaves quem encontrou, escondido atrás de uma estante, um painel com botões e alavancas. Havia um botão rotulado "Lua", e sem hesitar, Chaves o pressionou.
Imediatamente, o céu da vila escureceu e uma lua cheia e brilhante surgiu, banhando tudo com sua luz prateada. E lá estava, pendurada em uma das árvores do pátio, uma única gota brilhante, suspensa como se desafiando a gravidade.- A Lágrima de Lua! - Chiquinha exclamou.
Com o primeiro ingrediente em mãos, eles se sentiram encorajados. Mas a noite trouxe novos desafios. Figuras sombrias começaram a se mover nas bordas da vila, e sussurros fantasmagóricos enchiam o ar. Dona Clotilde havia percebido a mudança e estava convocando suas defesas.
Os moradores correram de volta para a segurança de suas casas, a Lágrima de Lua segura com Chiquinha. Eles sabiam que a batalha estava apenas começando e que Dona Clotilde não desistiria facilmente de seu controle sobre a vila.
Enquanto se preparavam para a próxima etapa de sua jornada, uma nova determinação tomou conta deles. Eles não eram apenas personagens de uma sitcom; eles eram pessoas reais, com vontades e sonhos próprios. E estavam prontos para lutar por sua liberdade.
- Olhem só, é disso que precisamos agora - Chiquinha disse, reunida com todos moradores reunidos na casa de Seu Madruga, o livro de feitiços aberto na próxima página, revelando o segundo ingrediente:- O Sopro de Vento. - Ela concluiu enquanto, todos olhavam uns para os outros, sabendo que a próxima busca os levariam ainda mais para o desconhecido.
A noite havia caído sobre a Vila do Chaves, e com ela, uma quietude tensa. Os moradores reunidos na casa de Seu Madruga, enquanto Chiquinha folheava o livro de feitiços aberto na página que mencionava o tal "Sopro de Vento", o segundo ingrediente, mas onde poderiam encontrar algo tão etéreo?
Enquanto todos discutiam sobre a busca pelo "Sopro de Vento", Dona Florinda e Seu Madruga trocavam olhares furtivos, compartilhando um momento de romance às escondidas, que tiveram naquele... Capítulo passado. Entre sorrisos disfarçados e toques sutis, o amor entre eles parecia florescer mesmo em meio à agitação da busca pelo ingrediente misterioso.
Chiquinha, curiosa como sempre, encontrou um antigo pergaminho escondido dentro do livro de feitiços. Ela o mostrou aos demais, e juntos descobriram que o pergaminho continha um mapa antigo que apontava para um local secreto dentro da vila. A excitação tomou conta de todos, pois talvez ali estivesse a pista para encontrar o tão necessário "Sopro de Vento".No desenrolar daquela noite envolta em um manto de mistério e expectativa, Chiquinha, juntamente com Chaves e Quico, achou um mapa antigo, que guiaria os moradores em busca do "Sopro de Vento", o segundo ingrediente crucial para a poção mágica. Mas, entre os preparativos para a expedição, algo mais ardia no ar: o desejo proibido entre Dona Florinda e Seu Madruga.
No quarto da casa de Seu Madruga, para onde se esgueiraram, enquanto as crianças se empolgavam com a descoberta, a luz fraca de uma lamparina revelava a silhueta dos dois, próximos como nunca. A tensão era palpável, mas era uma tensão deliciosa, carregada de emoções há muito reprimidas.
Dona Florinda, com seus cabelos enrolados nos bobs, se aproximou de Seu Madruga. Seus olhos castanhos brilhando com um desejo que ela não podia mais negar. Seus dedos tocaram seu rosto, áspero mas gentil, e seus lábios se entreabriram em um convite silencioso.
Seu Madruga, tomado por uma mistura de medo e desejo, hesitou por um instante. Mas a atração era irresistível. Ele se inclinou, seus lábios se encontrando com os de Dona Florinda em um beijo tórrido e apaixonado.
As mãos de Dona Florinda percorreram o peito de Seu Madruga, sentindo o calor de seu corpo. Seus gemidos abafados ecoavam na sala escura, misturando-se com o crepitar da lamparina.
O beijo se intensificou, carregado de uma paixão reprimida por anos. Era como se a magia da noite tivesse despertado algo adormecido dentro de seus corações.
De repente, um barulho do lado de fora os tirou do transe. Chiquinha gritou avisando que os outros moradores estavam prontos para partir. Dona Florinda e Seu Madruga se separaram rapidamente, seus rostos corados e seus olhos cheios de uma mistura de culpa e desejo.
Com um último olhar cúmplice, Seu Madruga a ajudou a sair por uma porta roteirística e convenientemente aberta, para os fundos da casa, por onde Florinda correu até a porta de sua casa.
No pátio, os amantes secretos se juntaram ao grupo, disfarçando sua paixão proibida sob a máscara da aventura. A jornada em busca do "Sopro de Vento" os aguardava, mas a chama do desejo que havia se acendido entre eles, há muito tempo, aliás, não seria facilmente apagada.
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[ UDG ] SEGREDOS: Sem Querer, Querendo
FanfictionE quando tudo muda? Se as pessoas vissem o que veem os olhos que olham para dentro. Eis-me aqui tresloucado pela dor, De não poder revelar minha dor a ninguém. Sem medo de amar. Descubra o quanto é verdadeiro e provável que todos escondemos... " SEG...