Sentado num pequeno banco de madeira, Dom Ramon (Seu Madruga) batia em alguns pregos enquanto preparava algumas partes do cenário para a Festa da Boa Vizinhança da vila.
As crianças da vila tinham ido todas para a escola, e por isso ele, que também já havia levado sua filha Chiquinha para lá bem cedo aproveitava para preparar o palco e alguns bancos velhos que ainda restavam organizar para o evento.
Em um varal atrás dele algumas peças de roupa caseira como aventais, saias, e uma roupinha de marinheiro, ainda molhadas, e que logo começaram a incomodá-lo por estarem pingando em sua cabeça e seu pescoço.
- Mas que diabo... - Irritado como sempre, ele tirou as roupas para colocar numa parte mais afastadas do local onde estava trabalhando, porém, para sua infelicidade, a dona do apartamento quatorze acabava de sair de sua casa, trazendo ainda mais roupas em um balde.
- Urrr... Mas o que - Florinda rosnou, largando o balde ali mesmo e arregaçando as mangas que sequer tinha em seu vestido, pronta para desferir o golpe certeiro de sempre na face de seu desafeto, que ainda não a notava se aproximar, quando acabou tropeçando e caindo numa poça d'água que molhou toda sua camisa.
- Mas que droga, mas que droga! - Seu Madruga gritou arrancando a camisa e exibindo um corpo magro, porém atraente de certa forma, com uma musculatura não tão hipertrofiada, mas incrivelmente definida por anos de trabalhos braçais e certa influência genética.
- Mas o que... - Florinda disse ao se deparar com aquela cena que agora ocorria em slow motion:
As gotas de água espalhando-se pelo ar, enquanto Ramon tirava sua camisa mostrando mais de sua pele queimada pelo sol, praticamente rasgando-a em duas de tão irritado, os gomos em seu abdome, suas omoplatas e peitoral com não muito avantajado porém definido paralisaram a vizinha irritada.
Quando a velocidade dos acontecimentos ao redor volto ao normal, Florinda apenas ouvia a voz dele gritando enquanto seu corpo era sacodido pelos seus braços fortes:
- Dona Florinda... Dona Florinda! Essa não. - Madruga resmungava atônito, enquanto, numa atitude desesperada e preocupado pelo bem estar de sua vizinha, a levara para a sala de sua casa, onde tentava reanimá-la.
- Aonde... - A vizinha carrancuda acordou no sofá, forrado com um cobertor acolchoado. Olhando para decoração da casa, que apesar de parecer humilde em relação à dela, parecia até cheirosa e estranhamente aconchegante, ela se sentou ainda atordoada enquanto Seu Madruga ao longe se distraiu, trocando suas roupas molhadas no banheiro ao longe, cuja porta acabara se abrindo por conta do vento encanado que percorria pela casa. - Onde estou?
Mas que... - Ela murmurou ao inevitavelmente, ver seu vizinho descuidado como veio ao mundo enquanto ele coloca suas roupas.
Algum tempo depois, fingindo ainda estar atordoada ela diz diz em voz alta:
- Ai, minha cabeça! - Murmurou, enquanto ouvia uma porta bater ao fundo. Era Seu Madruga que batia a porta aberta, sem desconfiar que já foi visto completamente nu.
Não demoriou muito para que ele apareça com novas roupas, que embora simples e surradas estão secas e limpas.
- A senhora está melhor? - Seu Madruga perguntou gentilmente enquanto segurava uma xícara de café quentinho em sua mão. - Foi um escorregão e tanto lá fora não é?
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[ UDG ] SEGREDOS: Sem Querer, Querendo
FanfictionE quando tudo muda? Se as pessoas vissem o que veem os olhos que olham para dentro. Eis-me aqui tresloucado pela dor, De não poder revelar minha dor a ninguém. Sem medo de amar. Descubra o quanto é verdadeiro e provável que todos escondemos... " SEG...