De volta a uma manhã ensolarada na Vila do empresário Zenón Barriga y Pesado... Numa manhã em que altas confusões aconteceriam por causa de dois infames bilhetes trocados...
Vemos a garota peralta e conhecida como Chiquinha saindo de casa, mas não sem voltar porta adentro e dizer:
- Papai, me dá um dinheiro pra eu comprar...
- Não! - Seu pai, o Seu Madruga a interrompe rispidamente, o que faz chorar. Ele então cede e ela agradece dando-lhe um beijo no rosto.
- Obrigada, paizinho lindo, meu amor.
De repente, Dona Florinda, a vizinha encrenqueira do apartamento quatorze surge do nada e grita esbofeteando Seu Madruga:
- Me dá isso aqui! - Ela grita pegando uma cadeira de madeira que estava no pátio e levando-a para dentro de sua casa, enquanto Chaves, o garotinho órfão que é famoso por toda a vila por viver se escondendo em um grande barril no meio do pátio aparece reclamando que ela pegou a cadeira com a qual ele estava brincando, e para piorar, tropeça em Seu Madruga que em seus acessos de raiva já joga seu chapéu no chão e o pisoteia.
- Tinha que ser o Chaves mesmo! - Seu Madruga grita pegando o seu chapéu surrado no chão.
- Foi sem querer, querendo! - o menino tenta se desculpar por mais uma travessura, da qual o vizinho ranzinza, mais uma vez levou a culpa.
- Tá bom. Quero saber se a cadeira muda de lugar.
- Sim, Seu Madruga! Ontem ela estava no outro pátio!- E também no outro pátio você tropeçou em mim, Chaves.
- Sim, porque o senhor foi o culpado, porque passou na frente. Ou vai querer negar que não é verdade que falto com a verdade quando digo mentira?
- Você aí... Você mesmo que está lendo este livro aqui, conseguiu entender o que esse moleque disse? - Seu Madruga pergunta irritado. - Mas que diabos você quis dizer, Chaves?
- Ah, não seja tonto!
- Toma! - Seu Madruga grita dando um cascudo e Chaves começa a chorar:
- Pipipipipipipi...
- O quê?! - O velho resmungão o repreende - Por isso tem sempre um te batendo!
- Só um?! - Chaves rebate - Todos me batem!
- E é bem feito! Mas, por quê todos te batem?
- Ninguém tem paciência comigo.
- "Comigo ninguém tem paciência." - Seu Madruga esbraveja remedando o garoto.
E... Como se não bastasse aquilo tudo, Quico, o garoto bochechudo da vila e filho único de Dona Florinda chega quicando sua bola gigante bem atrás de Seu Madruga, que irritado, toma o brinquedo dele e o bate em sua cabeça!
- MAMÃEEEEEEEE! - Quico berra aos quatro cantos - Mamãe, ele me bateu com a bola!
- Bonito hein? - A vizinha encrenqueira do Quatorze parece se materializar bem atrás de
Seu Madruga já arregaçando as mangas.- Muito bonito... - Dona Florinda grita fazendo Seu Madruga girar com a força de seu tabefe e acrescenta:
- Vamos, Tesouro. Não se junte com essa gentalha!
- Sim, mamãe! - O moleque pirracento grita quicando a bola no peito de Seu Madruga - Gentalha, gentalha! Prrr!
- E da próxima vez, - Florinda grita pouco antes de bater a porta de sua casa atrás dela - Vá jogar bola com a sua avó!
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[ UDG ] SEGREDOS: Sem Querer, Querendo
FanfictionE quando tudo muda? Se as pessoas vissem o que veem os olhos que olham para dentro. Eis-me aqui tresloucado pela dor, De não poder revelar minha dor a ninguém. Sem medo de amar. Descubra o quanto é verdadeiro e provável que todos escondemos... " SEG...