Segundo Capítulo: Problems

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        Finalmente havia chegado em casa, estava exausto. Ao abrir a porta, entrando em casa, me deparo com Sunghoon sentado no sofá, o adolescente parecia triste, tinha a cabeça baixa, o que me fez ficar em alerta.
         Deixo meu blazer em cima da mesa de centro da sala, sentando-me ao lado do menor, vendo o mesmo se aconchegar nos meus braços. Suspiro pesado, enquanto acariciava os cabelos negros do meu filho, pensando em como iria começar aquela conversa.

       —Quer me contar algo? —pergunto receoso, nunca precisei dar sermão no meu filho, era algo novo para mim.

       O adolescente levanta a cabeça, seu rosto era coberto por marcas arroxeadas, sinais de que apanhou de alguém. Meu coração se aperta, uma vontade de chorar toma conta, mas eu não iria chorar na frente do garoto. Segurando o choro, eu acariciava o rosto do adolescente.

       —O que aconteceu, filho? Quem fez isso com você? —minha voz era embargada, estava devastado por dentro, nunca imaginaria que algo daquele tipo aconteceria com meu filho.

         Sunghoon era um adolescente diferente dos demais, era calmo, tímido e de poucos amigos. Então, aquilo não fazia sentido na minha cabeça. Não achava que o mais novo tinha feito algo para "merecer" aquilo, nem que tenha irritado alguém, já que o garoto não era de falar muito.

     —Pai, por favor, não surta... — Sunghoon diz receoso, não sabia como o pai iria reagir ao que aconteceu.

     —Sunghoon, você 'tá me assustando. Pode contar, eu vou ficar calmo. — Pelo menos tentaria, não sabia o quão grave era a situação então não tinha como saber se reagiria mal.

     —Eu fiquei com uma menina da minha sala, só que ela tinha namorado... Ele me bateu durante duas horas seguidas por causa disso. — Em partes, aquilo era verdade, mas nunca diria para seu pai que na verdade ele sabia sim que a garota namorava e que não foi só uma vez que ele tinha ficado com ela. Já era algo recorrente, mas ninguém precisava saber.

       Naquele momento, eu desabei. Não soube dizer quanto tempo passou chorando, mas podia afirmar que foram mais de uma hora. Eu abraçava Sunghoon com força, como se tivesse medo de perdê-lo, me sentia culpado pelo que aconteceu. Me sentia impotente, sentia que não estava sendo um bom pai, visto que minha obrigação era proteger meu filho e nem isso tinha conseguido. Não sabia quando foi que tinha parado de chorar e quando me dei conta, Sunghoon dormia em meus braços, cena que me fez refletir. O garoto dormia do mesmo jeito de quando era pequeno, o que me fez recordar de tudo que já havia se passado, desde a descoberta da gravidez de Jihyo, o momento em que Sunghoon nasceu, o abandono, o medo, as incertezas, tudo vinha a tona. E assim, eu chorei. Chorei até adormecer também, o que nunca havia acontecido.

      Chego pela manhã na empresa, assim que entro no escritório de San, me assusto com a cena. O Choi estava com as calças abaixadas enquanto tinha um outro homem deitado na mesa, os dois provavelmente não tinham me visto parado na porta, já que San não parava e o outro gemia descontrolado. Não que eu fosse homofóbico, longe disso. Eu já sabia que San era bissexual, e aquilo não importava, mas flagrar meu chefe e melhor amigo transando com um desconhecido pela manhã, no escritório onde trabalho, era traumatizante.

       —Que porra é essa, San? — acordo de meu transe, quando ouço o grito de Jongho vindo de trás de mim. Choi Jongho era o sócio de San, também era meu irmão por parte de pai, crescemos separados então não tinhamos muita intimidade. Naquele momento agradeço internamente por Jongho ter gritado, fazendo o casal de desgrudar.

     — 'Tão aqui a quanto tempo? Por que não bateram na porta? Mas que porra... — O Choi mais velho vestia as calças, estava enfurecido. O outro homem também vestia as roupas, mas este estava envergonhado. Assim que vestiu as roupas, saiu correndo pelos corredores.

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