All About You • Yungi

Oitavo Capítulo: Collapse

        Sunghoon me evitou durante todo o final de semana, aquilo me deixava ainda pior. Já fazia dois dias do ocorrido, mas parecia que tinham se passados segundos. Não sabia como iria resolver aquilo, só queria que as coisas com meu filho voltassem ao normal.

     — 'Tá tudo bem? Você 'tá tão quieto. — San me tira de meus pensamentos, tínhamos acabado de ter uma reunião, mas eu não conseguia prestar atenção em nada do que diziam.

      —Aconteceu algumas coisas... — Eu sabia que o Choi era alguém de confiança, ele também poderia me ajudar a descobrir o que sinto por Mingi.

      Acabo contando toda a história, desde o momento em que saí com Sumin da empresa, até o momento em que Sunghoon disse tudo aquilo. O Choi me olhava triste, mas também tinha um pouco de raiva ali.

      — Não acredito que o Sunghoon disse isso. Você sempre deu tudo de si 'pra criá-lo e agora ouve essas coisas? — San estava irritado com aquilo.

     —Ele é só um adolescente... — sou interrompido.

     —Não, Yunho! Não é porque ele é um adolescente que pode agir assim, se o próprio Sumin, que é um ano mais novo que ele, te defendeu e disse que era errado aquela atitude. Você tem que parar de passar a mão na cabeça dele toda vez que ele erra! — San tentava soar calmo, em vão.

      
      Eu sabia que ele estava certo, eu sempre defendi Sunghoon, mesmo quando o garoto estava totalmente errado. Talvez estivesse na hora de eu ser mais pulso firme e não deixar que ele faça coisas desse tipo. Mas, mesmo que quisesse, eu não sabia por onde começar. Eu nunca precisei fazer aquilo antes, era algo diferente do que eu era acostumado a fazer.

      —Você 'tá certo, eu sei disso. Mas, é difícil. Se você tivesse um filho iria entender que eles são um pedaço da gente, e que deixaríamos de viver por eles. — Era verdade, todas as vezes que tentei namorar alguma mulher, Sunghoon não gostava, então eu acabei deixando minha vida amorosa de lado e focando apenas nele.

       —Mesmo assim, você não deveria deixar de viver 'pra agradá-lo. Ele não deixa de ter as ficantes dele por causa de você. — San dizia tentando me convencer.

      —Eu vou tentar... — digo desanimado, não queria mais tocar naquele assunto.

       A porta do escritório se abre, surgindo Jongho, mas atrás dele vinha Sumin, o que me deixou confuso. O Choi entra, fazendo o menor entrar e ficar ao lado dele.

     —San, tem como liberar ele mais cedo? — Jongho pergunta enquanto apertava o ombro do adolescente que tinha a cabeça baixa.

     — Aconteceu algo? — San pergunta vendo o garoto se encolher.
   
      —Eu encontrei ele chorando no vestiário, mas não quis me dizer o motivo. — Ver Sumin daquele jeito me partia o coração, eu via o garoto como se fosse meu segundo filho.

      San percebe o jeito que eu olhava para o adolescente e logo faz sinal para Jongho sair.

     —Vou deixar você conversar com ele. — San também sai da sala, deixando apenas eu e Sumin a sós.

      Me aproximo do menor, acariciando os cabelos do mesmo. Ele então começa a chorar, e isso me deixa ainda mais aflito. O abraço na tentativa de acalmá-lo, o que estava sendo bastante difícil. O adolescente passou pelo menos uns vinte minutos chorando, assim que se acalmou, ele se sentou na poltrona que tinha ali.

      —Quer me contar o que aconteceu? — digo calmo, acariciando os fios esverdeados do menor.

      —Me sinto culpado, foi minha culpa o pau no cu do Sunghoon ter brigado com você. Se eu não tivesse insistido de juntar você e meu irmão nada disso teria acontecido. —Sumin dizia com a voz embargada.

      —Nada disso foi culpa sua, meu anjo. Eu tenho que te agradecer por ter feito isso, acabou ajudando a me descobrir. —dou um sorriso gentil para o garoto.

       —Mas agora 'tá todo mundo na merda. O Sunghoon 'tá virado no demônio, você 'tá triste por isso e o Mingi não sai mais de casa, ele vive chorando pelos cantos, ele tenta esconder de mim, mas eu sempre vejo. — Sumin tinha um coração enorme apesar da boca suja.
      
     —Eu vou resolver tudo, você vai ver. Daqui algum tempo, vai tudo voltar ao normal. — deixo um selar na testa do menor. Apesar dele se sentir culpado por tudo, ele foi de grande ajuda, sem ele eu nunca saberia que na verdade eu sou bissexual. E sem o irmão dele, eu jamais saberia o que é amar novamente.