All About You • Yungi

Quinto Capítulo: Lies

        Ainda estávamos sentados na calçada, Mingi me contava todo o ocorrido da noite, já eram cerca de duas da manhã, o vento gélido batia em meu rosto.
      

       —Tudo culpa daquele velho broxa, deve ser inveja porque eu sou novo e ele tem o saco enrugado, o pau nem sobe. Ainda bem que meu chefe não é homofóbico porque se fosse eu tava na rua. —Mingi estava irritado.

      —Mas, agora tá tudo bem. Se acalma. —Eu dizia com calma, não queria que o outro se alterasse ainda mais.

       —O Sumin foi pra casa? —Mingi pergunta preocupado.

     
      —Na verdade, ele tá na minha casa. Eu já te disse que eu tinha um filho, os dois tem só um ano de diferença. —Eu estava tranquilo, mas o loiro parecia ainda mais preocupado.

      —Então vamos voltar, essas horas os dois devem 'tá fazendo o próprio baile na sua casa —Mingi diz se levantando da calçada.

      Entramos em meu carro, indo em direção a minha casa. Assim que paramos em frente a porta, ouvimos a musica alta que vinha de dentro do meu apartamento. Música essa que era cheia de baixarias.
       Assim que entramos, vimos os dois adolescentes dançando de um jeito engraçado, por um momento me preocupei achando que os dois estavam tendo uma convulsão.

     —Faz o passinho do romano...— Sumin cantava enquanto se retorcia igual a menina do exorcista. Sunghoon o acompanhava, o que me fazia duvidar se eu realmente conhecia meu filho.

      —Eu que ensinei.— Mingi diz orgulhoso fitando o irmão todo torto na sala, me fazendo rir baixo.

       —Foi você que ensinou ele a "passar o saco nela" também? —Mingi me olhava envergonhado, eu me segurava para não rir da situação.

      Os dois adolescentes finalmente repararam que estávamos ali, Sunghoon desliga a televisão, me fitando envergonhado, enquanto Sumin abriu o maior sorriso quando viu o irmão.
       O adolescente abraça Mingi como se estivesse a anos sem ver o maior. Achei aquela cena fofa, os dois realmente se amavam muito.
        Vejo Sunghoon tentando fugir da sala, ele sabia que iria levar um sermão por estar com música alta às duas da manhã.
       

      —Jeong Sunghoon! —o chamo, minha voz sai grave. Eu tentava parecer sério. Os dois irmãos olhavam a cena com curiosidade.

      —Eu sei pai, desculpa. Foi tudo culpa desse Mike Wazowski da shoppe, eu disse 'pra esse jumento que não podia música alta, mas ele não ouviu. —Sunghoon apontava para Sumin, esse que colocou a mão no peito se fingindo de ofendido.

     —Jumento por quê? Já viu o tamanho da minh— Antes que pudesse terminar de falar tal atrocidade, Mingi o interrompe.

     —Song Sumin! Olha a boca, pivete. —Mingi cobre a boca do adolescente, ele estava com vergonha do irmão.

       —Achei que tinham se dado bem. —digo confuso, pois os dois pareciam mesmo ter virado amigos.

       —A gente se deu bem sim, tio. É que esse seu filho aí não sabe assumir a culpa, 'tá ligado? —Sumin diz enquanto tirava a mão de Mingi de sua boca, o que não adiantou muito pois o mais velho voltou a cobri-la.

      —Pelo amor de deus, Sumin. Cala essa boca, moleque. —Sumin ria, depois de ter se livrado completamente da mão de Mingi.

      —Deixa ele, já me acostumei com esse jeitinho dele. —Era verdade, já que trabalhávamos juntos fazia um mês.

      —Desculpa. Bom, já 'tá tarde, já vamos indo embora então. Valeu aí. —Mingi diz, mas antes mesmo que pudesse chegar até a porta, Sumin foi mais rápido.

      —A gente pode dormir aqui, 'tá tarde e é perigoso andar pelas ruas agora. — Sumin diz se fazendo de inocente, mas eu sabia bem o que ele estava fazendo.

       Mingi me olhava como se esperasse a minha resposta, acabo suspirando pesado antes de concordar com o adolescente.

    —Sumin 'tá certo, vocês podem dormir aqui hoje, já 'tá tarde. — assim que eu terminei minha frase, os dois adolescentes correram para o quarto de Sunghoon. Pelo visto, Sumin já tinha dito do plano de juntar eu e o irmão para Sunghoon.

      Agora estávamos sozinhos naquela sala, o clima estava tenso, mas por algum motivo eu estava gostando de ter aquele momento a sós, mesmo que nenhum de nós tivesse aberto a boca para falar algo. Sentia um friozinho na barriga enquanto estávamos frente a frente, o loiro se aproximava ainda mais de mim.

       —Onde que eu vou dormir? —Mingi pergunta baixo, mas sua voz sai sedutora. Eu estava tão hipnotizado que nem pensei direito antes de responder.

     —De preferência, na minha cama. —Mingi ri baixinho, fazendo eu perceber o que eu tinha dito. Agora era oficial, eu queria me matar.