Chegamos até a casa noturna onde Mingi trabalhava, o local estava cheio, eram dezenas de pessoas amontoadas naquele pequeno espaço. O cheiro forte da bebida misturado com o odor forte de maconha me deixava tonto. A música era alta demais, as luzes piscavam, a gritaria das pessoas ali, tudo me deixava pior. Em certo momento, comecei a refletir em como o loiro trabalhava ali sem se sentir mal com todos aqueles fatores.
Fomos até a sala que tinha atrás do balcão do bar, o local era ainda menor, porém tinha uma iluminação decente. Havia um homem sentado na poltrona que tinha ali, suas mechas loiras me faziam lembrar de alguém, tive a confirmação que nos conhecíamos quando o homem se assustou ao me ver.
—Wooyoung, preciso de ajuda... — assim que Mingi chama o outro, me recordo de onde o conhecia.
—Então era você que transava com o San no escritório da empresa... — digo baixo, porém o outro ouviu, e nisso o loiro começou a rir deixando o moreno envergonhado.
—Nossa, não precisava me expor assim... Mas, como anda o San? — Wooyoung pergunta rindo baixo, constrangido com aquele assunto.—Chato como sempre. — respondo revirando os olhos, já que o Choi estava insuportável aquela semana.
—Legal o assunto de vocês, mas não foi 'pra isso que a gente veio aqui. Wooyoung precisamos de um bilhão de wons 'pra hoje. — Mingi diz, fazendo o moreno ficar curioso.
—E 'pra que todo esse dinheiro? — o moreno pergunta.
Acabamos por explicar todo o ocorrido, as exigências do sequestrador e como eu não tinha de onde tirar esse dinheiro todo. Wooyoung me olhava triste, era visível que ele era bastante empático, o que me fazia entender o porquê San gostava tanto dele. Em menos de dez minutos, o moreno tinha o dinheiro em mãos. Ele se levanta da poltrona e vem até mim, me abraçando.
— Sinto muito pelo seu filho, eu vou com vocês, e sobre o dinheiro, a gente se resolve depois... — Wooyoung sorri gentilmente para mim, aquilo me confortava de alguma forma.—Muito obrigado, mas é perigoso você ir junto... — digo preocupado, mas o moreno não parecia se importar.
—Perigoso vai ser 'pro sequestrador, e também se eu não for junto é capaz do Mingi fazer alguma merda... E eu preciso dele vivo. — Wooyoung diz com uma naturalidade que me fazia pensar onde eu havia me metido.Comecei a entender o porquê da fala de Wooyoung assim que o mesmo abriu uma gaveta e tirou duas armas de lá, entregando uma para Mingi, o que me fez ficar um pouco receoso. Respiro fundo tentando afastar meus pensamentos pessimistas, já que em minha mente só se passava o quão errado poderia dar tudo aquilo. Não podia desistir agora, tinha que salvar Sunghoon de qualquer jeito, por mais que achasse que o fato dos dois homens estarem armados poderia configurar um crime.
Saímos do pequeno escritório improvisado do Jung, seguindo até a saída da casa noturna. A noite estava fria, as luzes das ruas traziam um ar triste, ou talvez fosse só impressão minha. Entramos em meu carro, porém quem dirigia era o Song, não estava com cabeça para aquilo e acho que o loiro também não, já que pisava no acelerador como se a vida dependesse daquilo.
Paramos em frente a uma casa, ela não chegava a ser luxuosa, mas também não era simples, as luzes se acendem, mostrando a imagem de um homem um pouco mais baixo que todos ali, seus cabelos eram de duas cores, metade branco e a outra metade preto. O menor entra dentro do carro, sentando ao lado de Wooyoung, os dois conversavam animados sobre alguma coisa que eu não prestava atenção.
—Vocês 'tão ciente que eu tenho hora 'pra voltar, né? Se o Seonghwa acordar e não me ver lá, é capaz de eu ficar solteiro. — o bicolor diz com um tom sério, fazendo com que eu prestasse mais atenção na tal conversa.
— Acha mesmo que ele te deixaria, Hongjoong? É mais fácil ele vir atrás de você e te quebrar no soco, conhece muito bem o Park. — Wooyoung revirava os olhos, naquele momento lembrei do tal nome que foi mencionado.
Lembrava de ter passado no noticiário sobre o famoso modelo Park Seonghwa ter se casado com um motoboy, a notícia foi um choque para Itaweon, mas eu nunca entendi se foi pelo fato de ser um casamento gay ou porque o Park tinha uma condição de vida "superior" ao tal motoboy.
Jamais imaginaria que o tal homem seria um dos amigos de Mingi, mas já era de se imaginar, Itaweon era pequena demais.Sou tirado de meus devaneios quando ouço um grito estridente, acabo me assustando já que estava próximo demais de meus ouvidos, era Wooyoung, que por algum motivo tinha uma mania de gritar enquanto falava.
—Pelo amor, Wooyoung. Você quase matou o homem... — Hongjoong repreendia o Jung, era até engraçado.
—Foi mal, Yunho. — o moreno diz, depois volta a atenção para seu celular, provavelmente era San, já que o Jung não parava de sorrir enquanto digitava freneticamente.
Mingi para em frente a empresa onde eu trabalhava, o que me deixou confuso, logo vejo San e Jongho se aproximando do carro. Meu coração disparou, não tinha ideia de como falar sobre o acontecido, talvez os dois até já soubessem.—Por que não disse nada? Enlouqueceu por acaso? — San dizia preocupado, enquanto sentava no banco de trás do carro.
Antes que eu pudesse dizer algo, o caos já havia se formado no banco de trás. Era pouco espaço para todos ali, o que deixou o Choi mais novo indignado.
—Para com essa porra, San. Pega o teu homem no colo 'pra mim sentar. Não é como se você nunca tivesse pegado ele no colo, já pegou de outras formas piores. — Jongho sabia provocar quando queria.Acabou que Wooyoung teve que ir sentado no colo de San, e nesse processo, Hongjoong foi todo esmagado, já que San e Jongho eram grandes demais.
—Acha mesmo que estamos fazendo certo de ir sozinhos sem a polícia, Yunho? — Jongho pergunta preocupado.
—Não sei, só quero meu filho de volta. — suspiro pesado, faria de tudo para ter Sunghoon de volta e colocar os culpados na cadeia.
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All About You • Yungi
FanficJeong Yunho, um empresário bem-sucedido e pai solteiro, carrega o peso de um passado doloroso. Sua ex-mulher o abandonou, deixando-o com a responsabilidade de criar o filho que naquela época era apenas um recém-nascido, sozinho. Ele se fecha para o...