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Quando eu cheguei na sala de estar, observei meu marido sentado no sofá enquanto mexia em alguns documentos. Ele estava ainda de terno, com uma xícara de café em cima da escrivaninha passando sua mão nos cabelos ruivos enquanto suspirava frustrado.
Os olhos azuis dele se levantaram em minha direção, passearam em meu corpo, desde dos saltos até o vestido vermelho que eu estava usando.
— Nossa, você está bonita. Para onde está indo? — perguntou ele me encarando.
Ron era um homem bonito, tinha os olhos azuis, os cabelos ruivos e um corpo musculoso, mesmo naquele terno conseguia passar uma vibe de gente rica - o que realmente era -, mesmo assim quando eu o olhava apenas enxergava alguém que eu não estava muito afim de ver. O que tinha de beleza, tinha de lerdeza.
Ah, como ele era chato.
Ainda me lembro que há quatro anos fui obrigada a me casar com esse homem apenas para poder assumir a empresa da família, uma sacanagem, onde já se viu eu precisar estar casada para comandar uma empresa? Mesmo odiando tudo aquilo, me casei.
E até hoje não deixei Ron tocar em nada do que é meu, administro minha empresa e consegui tudo o que preciso para alavancar ainda mais minha fortuna e garantir mais empregos. Muitas vezes tenho vontade de falar para o meu pai que não precisava de homem nenhum, empresário nenhum para conseguir ser presidente da empresa da família.
Claro, que mesmo sendo casada com ele durante há quatro anos, conseguir manter alguns acordos para que nossa convivência não fosse insuportável, ignorava apenas ações que ele fazia para me conquistar. Uma perda de tempo sendo que já havia avisado que amava outro homem quando ele insistiu em colocar uma aliança no meu dedo. Agora ele que lide com o fato que só me tem como esposa no papel, a única vez que toquei nele, foi um selinho no casamento.
Acredito fielmente que ele conseguia lidar com isso e até agora não me deu problemas. Se ele tivesse alguma outra mulher para mim tanto faz, eu gostaria que tivesse para eu conseguir finalmente o divórcio que eu deixei claramente que o queria no mesmo dia que casei.
— É meu aniversário, estou indo curtir. — respondi, eu só estava avisando mesmo, não tinha necessidade de falar para onde eu estava indo e com quem. Na realidade, ele deveria saber com quem eu estava indo me encontrar.
— Você não vai ficar em casa? Seus pais me ligaram dizendo que iam vir para cá apenas para passar o final de semana com você. — ele disse como se fosse um absurdo eu não me importar com meus pais.
Eu não me importo muito, pelo menos em algumas situações, principalmente quando me obrigaram a me casar se não a presidência iria para o meu primo, e eu que não ia deixar meu posto para qualquer outra pessoa, sendo da família ou não.
