Atemporal

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Assim que adentramos no quarto, eu o pressionei contra a porta fechada e lhe tomei por um beijo faminto: quente, firme, lento, sem nem lhe dar a oportunidade de pensar direito, apenas de sentir pelo meu gosto o quão profundamente eu o queria àquele ponto.

A melhor parte foi ouvi-lo dizer ofegante entre um beijo e outro:

-Uma espera que valeu a pena, hm? -Mirou-me minha boca e depois tentou mordiscá-la em uma provocação.

-São só uns beijinhos de boas-vindas. -Segurei-lhe pela nuca e o trouxe de volta até meus lábios numa necessidade absurda. Minhas palavras foram só uma vã tentativa de moderar o meu desejo incontido.

-Você está mais...

-Atrevido? -Interrompi um pouco sério com um tom de desejo que eu não fazia ideia de que possuía. -Sim, sim. Você rondou minha cabeça por meses... -Dei-lhe um outro beijo, dessa vez estalado. -Nos devaneios da noite e nos sonhos despertos... Sempre querendo a sua volta para colocar em prática algum das centenas de milhares de cenários que imaginei para nós dois.

-E qual você escolheu? -Ele me beijou o queixo.

-Todos. -Afastei-me dele um meio passo. -De uma vez só.

Ele ficou um pouco atordoado com a ação num primeiro momento, mas compreendeu meu movimento seguinte quando comecei a desabotoar a minha camisa e a abandonar meus sapatos. Com um sorriso cafajeste ele tratou de seguir meus passos e começou a retirar o tênis que usava. Depois, veio a dar conta da peça jeans que trajava, mas eu prontamente o impedi ao dizer:

-Não, não... Quem vai te despir sou eu.

-Só é mais trabalho para você, John. Perda de tempo.

-Com você eu não perco tempo, eu ganho. -Logo removi os encaixes das alças de seu macacão, deixando a peça pairar pela cintura. -E não precisamos ter pressa, até porque não esperei todos esses meses para fazer tudo desaparecer tão simplesmente. -Removi-lhe rapidamente a camisa. -Não mesmo... -Prostrei-me diante dele olhando fixamente em seus olhos. -Nosso amor será consumado com o devido ritmo, mais saboroso quanto das outras vezes. -Abaixei-lhe a peça até os pés e depois minhas mãos voltaram à sua cintura fazendo o percurso por suas pernas. -Você será o amante mais doce, lembra? Aquele que se derrete dentro da minha boca.

-Eu te ensinei isso tudo?

-Não, Paul, não. -Segurei-lhe o elástico da peça íntima e abaixei consideravelmente. -Você me deu isso tudo. Eu só estou te entregando tudo de mim assim como você entregou tudo de si. -Por fim depositei um beijo próximo à sua virilha. E ele estremeceu divinamente.

-Você não pode ser de verdade... -A admiração transpareceu em seu rosto.

-Uma fantasia poderia te deixar tão animado assim? -Minha mão direita lhe segurou o membro teso. -E te devorar assim? -Minha boca fez uma introdução breve ao beijar-lhe a glande e depois fazendo-o deslizar parcialmente para dentro. Eu escutei seu gemido contido entre dentes.

Ele então sorriu libidinosamente, deixando-me o recado claro de que estava esperando aquele novo eu.

E prossegui. Com ele duro em minha mão, eu lambi lentamente a extensão de seu membro, de baixo pra cima na ponta da língua enquanto brincava brevemente pelo topo para depois fazer o caminho de volta. Minha boca por vezes lhe sugava a glande brindando a parte sensível com pequenas pressões e outras provocações.

Uma de suas mãos foi ao encontro dos meus fios enquanto a outra me segurava os dedos que pousavam em sua anca direita. Tratei de abocanhá-lo um tanto mais a fim de lhe arrancar todas as reações delirantes -o que não demorou muito-, já que ao chupá-lo com mais vontade, ele se retesou ao tremular.

76 Trilhões de milhas - MclennonOnde histórias criam vida. Descubra agora