Capítulo 21

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O cheiro de alho e cebola fritando na panela inebriava toda a cozinha. Chin, Tee e Heng preparavam o almoço da forma mais tradicional e que todos sentiam tanta falta. A dispensa daquela casa estava farta, talvez a família tinha acabado de fazer as compras mensais antes de descobrirem que precisariam fugir do fim do mundo.

Na mesa estava o restante do grupo que se mantinha em uma conversa animada entre todos eles. Não pensar na realidade é uma das maneiras de se fugir dela e, nesse momento, fugir da realidade se tornou um meio de sobrevivência e conservação da sanidade mental. Seja por conversa, por imaginação, por relações, amores, sexo, hobbies, discussões, qualquer coisa que possa livrar da realidade, mesmo que por míseros minutos.

- O Tack - Kate chama o amigo sentado ao outro lado da mesa - Falta muito para chegar na base? - todos na mesa dirigem o olhar para o homem.

- Falta pouco. - Responde simples - Vou mostrar pra vocês. - Tack levanta-se e vai até a sala a procura do mapa.

- Se a gente estivesse na IDOL ainda - Becky começa atraindo a atenção dos colegas - Estaríamos agora todos dormindo, fingindo que era para se preparar para a gravação. Mas a verdade é que estamos tentando recuperar da ressaca terrível que ficava no pós festa. - A mulher ri e seus colegas acompanham.

- Verdade, o que será que eles colocam naquelas bebidas? - Tee pergunta enquanto cortava algumas batatas na bancada da cozinha. - Na última festa eu tive uma crise de choro, mas ao mesmo tempo queria rir. - A mulher gargalha - Dei cambalhotas no tapete da sala...

- Que morte horrenda. - Heng nega com a cabeça e ri. - Eu tive uma das minhas crises de amor por Becky durante a festa. - Ele ri e Becky manda um beijo no ar para o amigo.

- E os momentos que a Freen colocava a Sarocha pra jogo? - Irin lembra e todos na cozinha gargalham e olham para Freen, até mesmo Chin que estava mais alheio a conversa.

Freen sentiu os olhares caírem sobre ela e suas bochechas coraram intensamente. Podia sentiu seu rosto queimar com os olhares dos colegas. Becky sorriu encantada com a timidez repentina da loira e aproximou seu rosto do pescoço de Freen lhe dando um cheiro e deixando um beijo casto na região.

- Ah, agora a Freen tá tímida né? - Nan acusa rindo da colega. - Se fosse a Sarocha não teria pudor algum.

- Gente, coitada! - Kate defende a loira. - Não tem mais onde Freen ficar vermelha. - Kate tenta prender o riso olhando Freen.

- É, parem de falar das duas personalidades dela. - Becky ri e abraça Freen de lado. - Sarocha é mais abusada do que a P'Freen.

- Mas é tão ciumenta quanto. - Tee completa. - Eu lembro que ela já morria de ciúmes de você desde as gravações e encontros com fãs. - Tee entrega as batatas já picada para Chin que as colocou na panela. - Um dia eu percebi e amei provocar, fiquei brincando com a Becky. Se a Freen tivesse visão de lazer, eu com certeza já estava carbonizada. - Tee limpa suas mãos e ri. - Em uma das festas, eu lembro que ia dançar com a Becky, eu estava atravessando a pista de dança para chegar nela e Freen saiu correndo de onde ela estava e pegou o braço da Becky para elas dançarem, vocês acreditam nisso? - Tee pergunta indignada.

Os colegas encararam Freen como se pedissem uma confirmação do ocorrido, mas o olhar derrotado da loira foi o suficiente para a resposta. Seus colegas não a perdoaram enquanto riam de sua situação.

- Voltei. - Tack retorna a cozinha balançando o mapa e a bússola em mãos.

O rapaz se aproxima da mesa e coloca o mapa aberto sobre a madeira e a bússola ao lado para que pudesse explicar todo o caminho que precisariam percorrer.

End Of TimesOnde histórias criam vida. Descubra agora