Capítulo 2

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Percy acordou com dificuldade para respirar e em pânico.

Ele teve um pesadelo.  De novo.

Desta vez, ele estava enfrentando o Arai.  Sem suas memórias.

Ele teve muitos desses sonhos, onde tinha que passar por algum evento traumático de sua vida sem nenhuma lembrança (obrigado pelo trauma de memória, vaca real do Olimpo!).

Enquanto ainda tenta respirar e em total desespero (Percy reconheceu vagamente que estava tendo um ataque de pânico), ele finalmente ouve uma voz, que parece estar chamando por ele há muito tempo.

- Percy... Percy... Filho... Está tudo bem... Você está bem... Tente respirar por mim... Inspire... Um... Dois... Expire... Um... dois...

Percy tentou se concentrar na voz e fazer o que ela lhe dizia.  Depois de controlar a respiração, ele foi capaz de se concentrar no que estava ao seu redor.

Seu pai estava lá, bem ao seu lado.  O deus não estava tocando nele, sabendo que Percy não iria gostar disso no meio do ataque de pânico, mas perto o suficiente para abraçá-lo assim que seu filho recuperasse o juízo.  Não foi a primeira vez que Poseidon ajudou Percy depois de um pesadelo, e certamente não seria a última.

- D-pai?  – Percy pergunta.

- Estou aqui garoto – disse o deus, aliviado por Percy parecer estar de volta – Posso te tocar agora?

- S-sim – a voz de Percy falhou.

  Ele odiava os pesadelos, mas pelo menos seu pai estava sempre lá para ajudá-lo.  Seu pai, ou Anfitrite, ou, ocasionalmente, um de seus irmãos piedosos, garantiram que ele não perdesse o controle de seus poderes durante os pesadelos (eles começaram essa vigilância após o fiasco do furacão, uma semana após o fim da guerra,  onde Percy criou um furacão que causou danos reais em Long Island) e garantiu que os gritos não saíssem de seu quarto (agora que a aula havia começado e Percy estava de volta a Nova York com sua mãe e Paul, embora ele ainda  ia acampar nos finais de semana).

Ele foi imediatamente engolfado pelos braços do pai.

Partiu o coração de Poseidon ver seu filho assim, mas ele faria o que pudesse por seu filho.

- Você quer falar sobre isso?  – perguntou o deus.

Percy balançou a cabeça negativamente, antes de fazer uma pausa e dizer:

- Só... Você sabe... Lá embaixo... E sem lembranças... De novo.

Poseidon ficou um pouco tenso antes de relaxar novamente.  Ele odiava que Percy estivesse ali e realmente desejava poder descobrir uma maneira de matar uma deusa, para poder matar sua irmã pelo que ela havia feito.

- Você já conversou com o Apollo sobre isso?

- Não.

Percy realmente não queria falar sobre isso com ninguém.  Principalmente Apolo.

Não leve ele a mal, ele adorou a terapia (concentrou toda sua raiva em uma tigela de água e até explodir, socou um saco com listas de tudo que ele estava bravo com os deuses, ou apenas conversando), e ele gostou muito de Apolo  companhia, mas ele realmente não queria ver o horror de Apolo ao descobrir o que ele havia feito com Akhlys.

Ele não achava que conseguiria aguentar.

- Você vai precisar conversar com alguém, Percy, caso contrário você simplesmente continuará tendo pesadelos piores a cada noite.  – diz Poseidon, com delicadeza – E estamos todos preocupados com você.  Até Kym, e ela realmente não liga para ninguém, normalmente.

- Eu... – murmura Percy – realmente não quero falar sobre isso.

- Eu sei – Poseidon suspira – Só me prometa que vai pensar em contar a ele.

O deus olhou nos olhos do filho, até que o semideus concordou.

- Bom – disse o deus – agora durma, ainda é meio da noite.

Poseidon beijou o cabelo do menino e murmurou algo em grego antigo, tão baixo, que Percy não conseguiu entender.

Seja lá o que for, Percy caiu em uma noite sem sonhos.




When the sun meets the seaOnde histórias criam vida. Descubra agora