Você estava determinada a descobrir o motivo pelo qual Kyle não aparecia na escola há cerca de uma semana. Ele era uma peça fundamental em sua vida acadêmica, pois suas boas notas muitas vezes eram resultado da ajuda que ele oferecia. Além disso, ele costumava acompanhá-la até a biblioteca e desvendar os mistérios das matérias mais difíceis. Mas havia algo mais especial em Kyle: ele sempre tinha um doce na mochila para você. Era como se ele soubesse exatamente o que alegraria seu dia.
A casa dos Broflovski era acolhedora, com brinquedos espalhados pelo chão, cortesia do pequeno Ike. Você bateu na porta do quarto de Kyle e a senhora Broflovski, com seu avental manchado, lhe deu passagem.
— Oi, senhora Broflovski. Vim ver como o Kyle está. Ele não aparece na escola há uma semana. — Sua voz era educada e gentil.
— Entre, querida. Ele está no quarto. — A mulher apontou o corredor e correu de volta para a cozinha.
Você subiu as escadas, observando os detalhes da casa. O quarto de Kyle era o último no corredor. Você bateu suavemente antes de abrir a porta.
— Kyle, posso entrar? — Sua voz ecoou no quarto.
Ele estava deitado na cama, coberto até o pescoço. Uma tigela de sopa quente repousava no criado-mudo ao lado dele. Você se sentou na beira da cama.
— Como você está? Por que está faltando às aulas? — perguntou, preocupada.
— Peguei um resfriado. — A voz rouca de Kyle revelava seu estado debilitado.
Seus olhos percorreram o quarto, parando na sopa. Ela exalava um aroma reconfortante.
— Você não vai comer? — indagou. — Não estou com fome. — Os olhos de Kyle encontraram os seus antes de desviarem. — Você precisa se alimentar, mesmo doente. Não é bom ficar de barriga vazia.
Você se levantou, pegou um paninho e o molhou. Com cuidado, colocou-o sobre a testa de Kyle. Sem perceber, sua mão acariciou seu rosto, transmitindo carinho e preocupação.
Você se aproximou da cama com determinação, decidida a ajudar Kyle a se alimentar. Com cuidado, o ajudou a se sentar, amassando o travesseiro para que ele ficasse o mais confortável possível. A tigela de sopa quente estava em suas mãos, e você estendeu uma colherada na frente da boca dele.
Os olhos verdes de Kyle estavam fixos em você, atentos e cansados. Suas bochechas estavam levemente avermelhadas, e sua expressão revelava a exaustão do resfriado. Ele abriu a boca lentamente, e você depositou a colher de sopa de cenoura ali. Observou-o fechar a boca e mastigar com esforço.
Ver ele naquele estado, tão indefeso e vulnerável, despertou algo em você. Era como se ele fosse algo precioso, algo que você queria proteger e cuidar. O carinho que você demonstrava ao alimentá-lo era mais do que um gesto de amizade; era uma conexão especial que se formava entre vocês.
Você o observou com carinho enquanto ele mastigava a sopa. — Está gostoso? — perguntou, com um sorriso carinhoso.
Ele acenou positivamente com a cabeça, abrindo a boca novamente para mais uma colherada. Era um gesto simples, mas tão fofo.
— Você foi a única que veio até aqui me ver. — Kyle murmurou, sua voz rouca.
Você arqueou as sobrancelhas, surpresa. Como assim a única? Não era surpresa que Cartman ou Kenny não tivessem aparecido, mas Stan?
— Nem o Stan veio? — indagou.
Kyle suspirou, desviando o olhar. — Nós discutimos. Não estou falando com ele ultimamente.
Você assentiu, compreendendo. Às vezes, as amizades passam por momentos difíceis. Mas ali, naquele quarto, cuidando de Kyle, você percebeu que a amizade de vocês era algo precioso e único.
Ele então bocejou, e você o auxiliou a deitar-se com cuidado. As dobras do travesseiro foram ajustadas para proporcionar o máximo conforto. Seu olhar carinhoso encontrou o dele.
— Descansa mais um pouco — sussurrou, a voz suave. — Estarei aqui quando acordar.
Ele acenou com um gesto fraco, fechando os olhos. Você permaneceu ao seu lado, acariciando seus cachinhos com ternura. O silêncio do quarto era preenchido pelo som suave da respiração de Kyle, e você sentiu a conexão entre vocês se fortalecer ainda mais.
