Ligue para minha mãe e diga o que você fez, ela detesta não saber onde eu estou;
Me diga onde está meu corpo?
O que realmente havia no meu copo?
Porque é tão frio aqui?
Porque você continua falando mesmo quando não posso mais ouvir?
O que você pretende fazer agora?
Porque você me parou quando eu disse que ia embora?
Porque a luz está apagada?
Onde estão meus óculos?
Sem eles eu não consigo ver nada;
Pra quem você ligava enquanto eu estava no chuveiro?
Se você mora sozinho porque tem duas escovas de dente no banheiro?
Porque sinto que estou sendo arrastado?
Porque meu pulso está rasgado?
Quem são esses idosos no porta retrato?
Porque suas mãos fazem tanta força contra o meu jugular?
De quem eram os livros sob a mesa da sala de estar?
Qual é mesmo o seu nome?
Droga, porque estou com tanta fome?
Há algo mais a ser feito?
Porque você está limpando sua casa tão tarde?
Porque minhas roupas estão sendo jogadas fora?
Porque você mentiu quando disse que ia me deixar ir embora?
Para que serve aquele buraco no seu jardim?
Existe algo mais que você pode tirar de mim?
Eu já me sentia vazio antes de você esvaziar meu corpo;
Você me sufocou e eu já estava morto.
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Cartas Aos Pulsos
PoetryCartas aos Pulsos traz alguns escritos antigos e atuais que refletem o que eu vi e vivi em diferentes ambientes de convívio e diferentes situações. É a minha poesia cotidiana em sua forma mais bruta.