Confrontando a verdade

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Deitado sobre à terra, por pouco eu teria morrido. Graças aquele colete pude continuar a viver, ela se aproveitou de minha distração e atacou de forma inteligente. Mas, em breve terá volta. Uma simples derrota não poderia me abalar, ainda precisava encontrar Amber.

Ouvi o uivo dos lobos, novamente eles iriam atacar. Para minha vantagem, Amber já me explicou como os deter, bastava usar a sua maior fraqueza, um simples frasco com a seiva de uma árvore deste lugar.

Os lobos adentraram, logo saquei o frasco e joguei na manada, eles logo ficaram enfraquecidos. Aproveitei para me aproximar dominar eles, com um equipamento improvisado, aprisionei eles uns aos outros. Como se fossem um só, todos conectados por uma corda.

Agora vocês todos são minha propriedade, não se orgulhem, só irei usar a força e agilidade de vocês para intimidar uns idiotas. — Um deles soltou um uivo de dor, quando olhei, era um lobo bebê. Com uma das costelas quebradas.

Eu o segurei em mãos, agarrando ele lentamente. Pelo pescoço, ele agora não estava mais sofrendo.

Usei o sangue do filhote para me disfarçar entre os demais desmiolados, afinal. Uma grande parte dos seres aqui se atraem pelo cheiro, logo fui atrás dela, aquela estúpida garota que tentou acabar comigo.

A procura foi longa. Tendo uma grande recompensa, a visão perfeita. Onde Erika estava emboscada por diversos lobos, qualquer erro da parte dela seria fatal. Mesmo tendo a oportunidade de ver a justiça ocorrendo, eu não podia deixar esses seres inferiores e tolos ganharem o crédito por minha vítima.

Logo fiz meus criados lutarem com alguém da mesma espécie, enquanto eles batalhavam. Pude apreciar tudo. O efeito da seiva havia acabado, logo assassinei todos os cinco lobos restantes com minha adaga.

Você não devia ter feito oque fez, Erika! — Olhei para árvore, ela não estava mais lá. — Erika? Aparece sua...

Pude a ouvir gargalhar, entre uma das diversas árvores desta floresta. — Não gosta de brincar com suas vítimas? Tente me encontrar se for capaz! — Passos ecoaram ao redor das árvores, ela conseguia ser ágil o suficiente para se mover entre os galhos sem eu a notar, que os jogos comecem.

Não pode fugir por muito tempo, sabe que naquela prova daquele maldito reality eu me destaquei em caçada! — Ela não respondeu, apenas escutei passos vindo atrás de mim. Ao me virar, vi ela avançando com as mãos para trás.

Ela assoprou um pó desconhecido em meu olho, esperava que a tática dela seria algo mais eficiente. — Estupidamente tolo.

Estupidamente ardente. — em alguns segundos. Senti meu olho queimar, não conseguia mais enxergar nada, levei golpes com um pedaço de tronco aparentemente, a cada golpeada. Eu sentia ela descontando toda sua raiva.

Isto é pelo Yum e... Por ela! — ela me golpeou na cabeça, mesmo consciente, não havia mais condições de lutar. Eu apenas ouvi os passos dela se afastando a cada segundo.

Após ter certeza de que ela se foi, sabia que estava indefeso. Como todos aqueles que matei, estou sentindo tudo da mesma forma, a qualquer momento iriam me atacar... A não ser por ela, Amber. Que me levou até nossa caverna, ela cuidou do meu ferimento nos olhos.

Como você se envolveu nisto? Eu pensei que você dava conta dela!

Eu... Como você está? Eu lembro dela ter lhe jogado na fogueira.

Estou com diversas queimaduras no corpo, mas você está vivo. Isto que importa! — Ela colocou a mão em meu rosto.

Poderei enxergar novamente? — perguntei, mesmo sabendo da resposta.

Os grãos que Erika lançou em seu rosto, não era como qualquer um. Ela de alguma foma removeu aqueles grãos do fungo de uma das árvores-mãe deste lugar. Possuem uma propriedade desconhecida, onde aqueles que são dignos tem seus sentidos aprimorados... — De todas as palavras, apenas me concentrei em uma parte. O fato de Amber saber tantos detalhes, ela estava lá.

Você... Me traiu! — Agarrei a mão dela com firmeza, por culpa dela eu nunca mais iria ver, a golpeei com um, tapa no rosto, ela caiu no chão. Pude ouvir sua respiração ofegante e assustada.

Eu pensei que você não iria sofrer pelo fungo, você me disse que eles eram os verdadeiros culpados por isto, confiei em sua bondade! — nem quis a escutar, apenas segui a voz dela, tentando acertar um golpe.

Finalmente consegui agarrar o cabelo dela, ao tentar puxar minha adaga, notei que não estava em minha cintura.

Você me enganou, morra! — Ela enfiou minha própria adaga em meu peitoral, desta vez o colete não estava comigo para me salvar.

Soltei ela, fez o mesmo que Erika, correu amedrontada de mim. Todo o meu esforço foi em vão, eu nunca mais poderia encontrar ele novamente, deitei meu corpo no chão. Enquanto o sangue escorria de meu peitoral.

Tirei as faixas que estavam sobre meus olhos, não pude ver nada. Apenas me senti só, sozinho novamente, eu surtei novamente e afastei até mesmo aquela que esteve ao meu lado. Em todos os momentos que persegui eles, cada passo... Ideia e ações, ela sempre esteve me apoiando.

Eu não a valorizei, menti e a enganei. Tudo isto para a verdade sobre quem eu sou vir a tona, um monstro. Agora que eu estava sozinho e indefeso, senti a falta dela. Uma coisa que aprendi com esse maldito lugar, valorizar enquanto ainda possui tempo.

Passos se aproximaram, pensei ser um lobo ou algum outro animal qualquer. Apenas aguardei, não era um animal.

Você atrapalhou todos os meus planos Matheus, queria realmente receber o crédito por matar eles? — Era uma voz grossa e firme, nunca ouvi ninguém com essa voz antes.

Me mate... — A pessoa gargalhou.

Estava com tanta sede de sangue, quis até assumir que matou alguém no meu lugar. Graças a essa falsa confirmação, nunca irão me descobrir, obrigado Matheus. — Com passos fortes foi se aproximando, até chegar próximo ao meu ouvido e sussurrar — Últimas palavras?

Por favor, eu me arrependo de tudo!

Adeus. — Desta vez a voz já não estava tão grave, era um modificador de voz, finalmente descobri que o responsável por isto era.

Gotas de sangue deslizaram sobre meu pescoço.

Continua...

A ascensão do acampamento WildOnde histórias criam vida. Descubra agora