Já havia saído daquela caverna, a luz dos vaga-lumes ao redor das árvores escurecidas iluminou meu caminho. Eu tinha que achar alguém para ajudar Patrícia, só não sabia, por onde iria começar a procurar. Para eu não me esquecer do caminho, com uma adaga fui fazendo um corte nas árvores da direita. Para marcar o caminho, escutei um grande e alto berro. Parecia ser a voz de Augusto, corri até a voz dele para verificar.
Vi uma cena confusa, ele estava preso em uma rede, que conectada por um gancho se movia de árvore em árvore. Neste ritmo ele iria parar do outro lado da floresta, ele conseguiu parar travando um gancho com um galho que arrancou no caminho. Ele estava preso agora, sem poder sair, me aproximei até ele com a adaga em minha mão esquerda.
— Precisando de uma mãozinha? — Olhei para cima da árvore, vendo o quão bem aquela corda havia sido feita. Augusto me olhou com esperança, ele parecia um cão perdido antes de parar.
— Morgana! É incrível poder lhe ver novamente, temos muito a conversar em relação a este lugar.
— Primeiro vamos começar no início, lhe tirar daí de cima. — Subi na árvore com bastante habilidade, já estava acostumada a ficar as escalando frequentemente junta de Patrícia.
Comecei a serrar a corda com minha adaga, Augusto não parava quieto. Estava dificultando a ajuda para si próprio, após diversos minutos tentando conseguir cortar a rede. Ele, no entanto, caiu do topo da árvore, indo com tudo para o chão. Ao ver isto logo franzi o cenho, isto deve ter machucado.
— Foi mal. — Logo desci da árvore e o ajudei a se levantar
— Temos muita coisa para conversar.
— Augusto, precisamos chamar ajuda. A Patrícia está presa entre as rochas, podemos conversar durante o caminho. Pode ser assim? — Ele aceitou com a cabeça
Juntos caminhamos pela floresta, a lua que estava em um tom forte de vermelho claro se escureceu em um azul. As nuvens cobrindo quase todo o céu, a cada momento que eu passava neste lugar. Pude me sentir mais afetada, eu preciso sair daqui urgentemente.
— Bom, quando eu fui atrás do Yum. Ouvi alguém me chamando, parecia ser o próprio Yum. Contudo, no impulso de o ajudar corri. Acabei caindo em um tipo de lugar subterrâneo. Neste lugar um ser envolvido por plantas e com uma máscara de madeira que só mostra seus olhos amarelos... — Era muita informação em pouco tempo, eu tinha que escutar uma coisa de cada vez para entender.
— Então quer dizer que aquele tempo todo você estava em uma caverna? Como você saiu de lá?
— Bom... Quando eu achei uma foto nossa no evento com o rosto de Yum marcado, tentei achar a saída. Mas, o próprio me encontrou primeiro e me apagou, ao acordar Yum havia mudado. Para ele havia se passado trinta noites, ele entrou em contato com todo o lugar e descobriu que... — Não entendi o motivo dele ter feito este silêncio, queria saber imediatamente a descoberta de Yum.
— Me conta, vai!
— Não tem como sair após entrar no acampamento. — ouvir isto foi o fim, eu não pude acreditar. Todo o meu esforço não podia ter sido em vão, eu vou dar um jeito. Eu tenho que conseguir.
Prosseguimos o restante do caminho em silêncio. Esse silêncio foi quebrado ao vermos uma mansão de longe, talvez ali teria alguém se abrigando. A oportunidade perfeita de pedir ajuda, soltei a mão de Augusto e fui correndo em direção a mansão.
Um simples portão de ferro não iria me impedir, pulei pelo muro. Augusto mal conseguia me acompanhar, minha empolgação foi tão momentânea que ele se surpreendeu. Mas, aparentemente era apenas uma mansão abandonada.
Talvez algum de nossos amigos também encontrou este lugar, tinha que ter alguém ali. Estava tudo fechado, as janelas com tábuas de madeira na frente. As portas trancadas, mas. Uma janela no segundo andar estava aberta.
— Guto meu pedaço de alecrim, poderia me ajudar a subir? — Ele finalmente havia chegado, pude notar a respiração ofegante dele após correr bastante.
— Você... Pode ir mais devagar?
— Foi mal! Agora preciso de uma mãozinha. — Augusto agora sabia que não tinha como voltar, ele me deu suporte para eu conseguir alcançar o segundo andar. Com dificuldade consegui me agarrar próxima à janela, só agora que notei o quão alto eu estava.
Ao adentrar pela janela vi que não seria possível ajudar Augusto a vir também. Eu teria que fazer isto sozinha, antes, eu tinha que o avisar.
— Augusto, eu vou continuar por aqui sozinha. Qualquer coisa pode me gritar! — Disse isto finalmente olhando ao redor. A janela cujo estava aberta, deu no banheiro da mansão. Um banheiro bem chique, mas. Com uma decoração tão morta e sem sal, tão padronizado que não demonstrava um pingo de emoção.
Agora não era hora de julgar o péssimo gosto do dono desta mansão, eu vim aqui atrás de respostas. Girei a maçaneta e empurrei a porta, o corredor era enorme. Com um tapete vermelho que ia até o final do corredor, as paredes de madeira. Era tudo tão simples e enorme, este lugar é patético.
Ao andar por diversas salas neste corredor. Senti que a porta certa estaria em um lugar inesperado, oque me chamou atenção foi o único quadro no meio de diversas portas cinzentas. Aquilo se aparentava com uma passagem secreta, arranquei o quadro com as mãos. Havia uma porta que levava a outra sala, esta porta não era cinzenta igual as outras. Era um rosa, delicado e belo, a moldura que talvez houvesse um nome foi arrancada, deixando apenas uma marca da garra.
Eu adentrei o local, era uma simples sala com diversas câmeras, várias telas para ver toda a mansão. Entre as câmeras avistei algo assustador, meus amigos. Matheus em uma sala completamente roxa chutando a parede, Sarah desmaiada em uma sala que parece um tipo de tortura. Com um caminho de puro arame farpado, já Erika. Estava em uma sala de hospital, eu tinha que me comunicar de alguma forma.
Procurei algum botão, um microfone. Algo que me proporcionasse comunicação com um dos meus amigos, eu encontrei. Um simples microfone, logo o testei.
— Eu estou aqui, eu vou ajudar vocês. — Quem me ouviu foi Sarah. Que acordou confusa com a situação, ela olhou ao redor e procurou da de onde vinha o som. Ela achou, começou a se questionar. Infelizmente não pude a escutar, talvez ela estivesse tendo uma impressão errada sobre mim.
— Eu não quero lhe machucar, estou tentando lhe salvar! — Ela se comunicou com linguagem de sinais. Me perguntou onde ela estava e oque aconteceu, eu particularmente só iria saber responder uma pergunta.
— A gente está em uma mansão, acabei de encontrar vocês aqui. Depois conversamos, você precisa... — o microfone por algum motivo deu interferência, ela não podia me escutar mais. Apenas ruídos, ela logo se levantou e olhou novamente ao redor. Havia apenas paredes brancas e um túnel. Um túnel de arame farpado, ela teria que passar pelo arame. Mesmo estando muito ferida, agora oque me restava era assistir à tentativa de sobrevivência. Como aquele maldito monstro faria.
Continua...
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A ascensão do acampamento Wild
HororNo livro "A ascensão do acampamento Wild", acompanhamos a jornada de sete vencedores de um programa de TV que se veem em uma situação extrema após uma calma viagem para outra cidade da qual haviam ganhado como recompensa do programa, após o acidente...