O egoísta

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Meus amigos, gradualmente iam desaparecendo, em algum momento. Já soube que iria chegar nossa vez, precisávamos estar preparados para isto. Não passou pela minha cabeça alguma ideia do que fazer, este ambiente é totalmente desconhecido. Nem no mapa este acampamento está, isso é curioso. Pois, mesmo esse lugar sendo tão misterioso, algo me chamava, como uma voz delicada na minha cabeça me guiando.

- Sabe Matheus, não acho uma boa ficarmos aqui. - Erika afirmou isto, inquieta.

- Realmente Erika, nós não temos... - Ela se virou de costas para mim, enfiando a sua mão na terra de forma astuta. Gradualmente pude ver um item misterioso aparecendo, ela suspirou firme.

- Preciso que vocês não me julguem e confiem em mim. - Este suspense me incomoda, oque seria tão importante para este drama afinal.

Ela havia retirado uma pistola, meus olhos se arregalaram. Não por a temer, senti-me quente, algo ali mudou após descobrir isto.

- Você esse tempo todo estava andando armada! Qual o seu problema? Você tinha intenção de atirar em nós. Caso surtasse? - Disse de forma impulsiva, no calor do momento. Sarah se aproximou, tentando acalmar a situação.

- Matheus calma, você não sabe o real motivo dela manter isto com ela. Depois nós resolve isto, precisamos ajudar nossos amigos! - Ainda me sentia abalado, apenas desisti de discutir por ela.

- Hm... - Parei para analisar os acontecimentos, é evidente que alguém é responsável por isto. Essa pessoa teria que possuir um motivo, não dá para um desconhecido fazer isto, talvez o problema não seja esse lugar.

- Vamos atrás deles. - Me retirei daquela tenda. Caminhando com elas por aquele solo gramado, fomos até a entrada daquele acampamento que só havia restado rochas e plantas. Fora do acampamento, a floresta me chamou a atenção. Não havia nenhum sinal de outro ser vivo além das plantas, não tem como ninguém nunca ter falado deste lugar.

Tudo tão quieto, calmo e aparentemente confortável. Como uma simples floresta poderia ser tão estranha, isto é terrível. Mal tive tempo de pensar, pois o forte tremor de passos poderosos tomou toda a atenção. Cautelosamente me escondi nos arbustos, as moças escolheram tentar subir a árvore. Erika ajudou Sarah a subir primeiro, algo bem nobre de sua parte. Seu esforço seria em vão caso o ser misterioso chegasse, foi oque aconteceu. Possui a forma de um humano, coberto por folhas. A única coisa visível era seus olhos brilhantes amarelados, sobre aquela máscara de madeira.

- Não! - Erika choramingou, implorando por sua vida, em simultâneo, se esforçou para conseguir subir. Ele aparentou gostar de assistir o sofrimento dela, ela conseguiu. Contudo, ele não desistiria tão fácil, ele se aproximou.

- Oque você quer? - Sarah gritou, apavorada. Eu preciso fazer algo para ajudar, apenas não sei oque deveria fazer.

De repente, ele começou a escalar a árvore. Ele queria pegar elas a todo custo, Erika tentou ficar de pé e acabou caindo em outro galho, sua arma caiu sobre o solo. Está era a hora de agir, sai rapidamente dos arbustos e corri até a pistola.

- Venha me pegar! - mesmo o provocando, ele não se importou. Chegou até o galho que Sarah estava e começou a avançar até ela, rapidamente agarrei a pistola e mirei nele. Infelizmente a trava estava ativada e não consegui atirar, ele agarrou ela de forma impetuosa, a levando longe em seus ombros. Oque me surpreendeu foi sua velocidade e seus movimentos, superiores a de qualquer ser vivo que eu já vi.

Sarah foi levada, eu só queria sumir. É como se tivesse um buraco em meu peito, um vazio. Me deitei sobre aquele solo gramado, querendo me isolar e desaparecer. Erika desceu da árvore, vindo até mim.

- Levanta! Ainda não acabou. - Erika me deu leves tapas para eu me levantar, agora eu só queria ficar sozinho e agir como se nada estivesse acontecendo.

- As pegadas, veja Matheus! Elas estão sumindo, venha comigo. - ela me agarrou e me carregou em seus braços. Seguindo as pegadas que de forma estranha estavam sumindo, precisamos sair o mais rápido possível deste lugar.

- Meu corpo está estranho... - minha visão embaçou e após isto senti meu corpo cair, perdi a consciência.

Acordei em uma sala fechada, com as paredes da cor lilás, o teto parecido com diversas estrelas e o piso. Macio, este quarto é da cor roxa. Essa seria então, a sala roxa. Nunca fui bom para dar nome as coisas...

Como eu pude me esquecer, eu estava com a Erika. Acabei aqui, nesta sala estranha.

- Alguém me ajuda! - rugi de forma feroz, mesmo que fosse inútil. Quando fui tentar me mover, vi estar amarrado em uma camisa de força. Me senti como um pássaro na gaiola, tinha que ter algo a se fazer sobre isto.

Com bastante esforço, consegui me sentar. Apoiei meu tronco na parede e analisei os três cantos visíveis, aparentemente um quadrado perfeito contando com a parede atrás de mim. Entretanto, algo ali não era tão perfeito, alguma falha tinha que ter acontecido na criação desta sala.

Me empenhei para me levantar e ficar de pé, quando consegui me preparei fisicamente. Suspirando fundo e correndo até a parede, bati meu ombro com tudo e o desloquei. Foi uma dor terrível, mas não era hora de chorar. Usei a parede como apoio e lentamente soltei meu braço direito. Depois utilizei meu braço esquerdo para auxiliar na hora de me soltar completamente da camisa de força, todo o esforço não foi em vão.

Consegui me soltar da camisa de força, porém precisava colocar meu ombro direito no seu devido local. Foi oque eu fiz, recolocar ele me deu uma dor de alguns segundos. Tempo é algo que eu não possuo agora.

Passei a mão pela parede, dando batidas até achar um ponto oco. Eu o achei no canto inferior esquerdo da parede ao meu lado. Eu só precisava utilizar inteligência e força para garantir que iria sair dali são e salvo, meus amigos, não desisti ainda.

- Quando eu sair daqui. Vou destruir o responsável por tudo isto, se tiver uma escuta. Saiba que eu não tenho medo! - disse de forma intimidadora, para o responsável saber que não o temo mais.

Continua...



A ascensão do acampamento WildOnde histórias criam vida. Descubra agora