Naquele lugar vazio, onde o silêncio era tão grande que dava para se escutar meus próprios batimentos. Eu estava ali, procurando alguma forma de sair entre diversas rochas. Quando puxei uma pedra. Diversas rochas caíram no chão e uma passagem secreta se revelou, eu adentrei ao túnel e fui me rastejando até encontrar uma saída.
Ouvi o barulho de chuva, senti uma energia fluir em meu corpo. Finalmente iria beber água fresca. Mas, ao sair do túnel. As gotas queimavam minha pele, a intensidade da dor foi imensa. Logo chispei até uma árvore, olhei meu braço com diversas queimaduras. Em meu rosto estilou gotas, que deslizaram em minha face.
Logo arranquei um pedaço de minha roupa, envolvendo sobre as queimaduras em meu corpo. Aquilo me lembrou da segunda etapa do desafio, era o clássico. O chão é lava, Erika naquela noite estava tão brilhante. Pulou de obstáculo em obstáculo com uma maestria tão boa... São momentos como este que sinto falta, estar com meus amigos, era algo magnifico.
Passos fortes se aproximaram abruptamente, parecia ser um grupo correndo. Talvez fosse meus amigos, logo berrei para tentar chamar a atenção dos outros.
— Pessoal! Se forem vocês, sou eu. Patrícia! Eu estou aqui, sigam minha voz. — Para meu azar não se tratava de meus amigos, era aquele mesmo monstro que me perseguiu junto de Morgana. Com sua pele ainda mais queimada que antes, sua pele apodrecendo enquanto seus olhos demonstravam uma frieza enorme. Ele se deslocou de forma feroz em minha direção, logo escalei a árvore.
Ele com um simples golpe atacou a árvore. Fazendo ela começar a cair, antes de atingir o chão pulei pro galho de outra árvore e fui passando de galho em galho enquanto ele derrubava todas as árvores no caminho, a fúria dele era intensa. Ele era rápido, em um pulo falho. Acabei sendo exposta à chuva, que me queimou e me impediu de continuar pulando entre as árvores. Acabei rolando sobre à terra e parando indefesa. Encostada em uma das árvores, aquele seria meu fim.
Ele estava se aproximando, salivando pelo desejo de matar, até que...
— Fica longe da minha amiga! Seu projeto de churrasco. — Erika apareceu e aclamou isto, com sua pistola em mãos ela deu um tiro certeiro no olho daquele monstro. Ele ferido e assustado recuou, me deixando de lado, por enquanto.
Os passos do pessoal se aproximou, o rosto de Erika foi a primeira coisa que eu vi. Ela viu minhas queimaduras, seu semblante se fechou, ela aparentou estar se sentindo culpada pelo ocorrido. Mesmo que tudo isto não fosse culpa dela.
— Erika... — Coloquei a mão sobre o rosto dela
— Não precisa dizer mais nada, estamos aqui. — Erika depôs
Matheus pegou um pedaço de madeira no chão, começou a fortemente o arranhar em uma pedra, com uma simples gota ele conseguiu moldar uma ponta. Ele fez uma estaca sobre um bastão improvisado.
— Iremos buscar a Sarah e o Augusto, iremos sair daqui de uma vez por todas antes que mais alguém morra! — Ele aclamou isto seguro de si, junto de Morgana eles se retiraram para uma busca no meio daquela chuva.
Erika me ajudou a me levantar, ela novamente verificou como eu estava, típico da parte dela. Algo de estranho estava por vir, eu posso sentir fortemente isto. Este pressentimento estava dentro de mim desde o momento que adentrei este acampamento após aquele maldito acidente.
Me encostei no tronco daquela árvore, Erika ficou cuidando de mim enquanto nós esperávamos os outros. A chuva parou, o céu preenchido por lindas estrelas, a lua cheia e radiante. Quase dormi até que...
— Corram! — Augusto esbravejou, com Sarah em seus braços, adormecida, todo o pessoal. Exceto Yum, havia retornado. Junto deles, uma alcateia furiosa de lobos.
Em conjunto, todos nós corríamos. De maneira surpreendente, era como nos tempos antigos. Seguíamos precisamente na mesma direção que aquela criatura havia fugido, afinal. Não tínhamos nenhuma outra alternativa naquele momento, apenas aceitamos nosso destino.
Algo fez os lobos pararem. Definitivamente não foi a gente, ele retornou. Toda a fúria ele descontou naqueles bichos, atacando eles de forma brutal. Aquela foi a oportunidade perfeita para sairmos dali, sem atrapalhar a batalha entre a alcateia e o cinzento, fugimos...
— Precisamos de um plano! — Lá estávamos nós, em mais uma discussão de grupo. Mesmo após ter conseguido achar abrigo na entrada de uma caverna, tínhamos que usar o nosso tempo para discutir.
— Então diga Morgana, você não é a sabe tudo? — Matheus descontou toda raiva do momento em Morgana, não entendo a razão da qual ele a trata de uma forma tão rude em todos os momentos.
— Seu insensível! Nosso amigo foi morto por aquele monstro, você quer gastar seu tempo discutindo em qualquer oportunidade?! — Morgana deu uma resposta ainda mais irritada.
— Da última vez que seguimos seu plano estúpido, tudo isto aconteceu!
— Eu só acredito que ficar aqui mofando não é a solu... — Matheus disferiu uma forte bofetada no rosto de Morgana, Augusto logo interviu agarrando Matheus.
O nariz de Morgan estava sangrando, ela passou o dedo no sangue, lambendo ele. Logo ela encarou Matheus com uma expressão muito sangada.
— Se me encostar mais um dedo, vou te mostrar oque sou capaz. — Matheus ao ouvir isso queria novamente a atacar. Mas, Augusto o segurou firmemente, ele o levou para fora para ter uma conversa em particular.
Logo me levantei, me dirigindo até Morgana, passei a mão sobre seu rosto. Verificando como ela estava em relação a esta briga, ela parecia mais calma após ter soltado aquilo. Levei ela até um canto da caverna para podermos conversar. Mas. Quando ela encostou sua cabeça em uma rocha. Acabou revelando uma porta escondida.
Todos ficaram surpresos ao verem isto, Erika foi a primeira a ir até à porta. Mas, ao adentrar, apenas vi seu corpo cair com tudo. No mesmo instante fui até a porta e vi ser um lugar subterrâneo.
— Eu estou bem! Foi só uma descida inesperada.
Revisamos com cuidado para descer um de cada vez, só tinha um problema. O fato do lugar ser tão escuro que a nossa visão se limitava bastante, com oque eu era capaz de enxergar. Sabia que estávamos em um tipo de escritório.
— Pessoal, aqui deve ser um escritório. Vamos procurar por informações, talvez isto ajude. — Então, juntos investigamos o local. Utilizando nossas mãos para identificar as coisas, entre todas as gavetas trancadas, uma estava aberta.
Ao abrir a gaveta, havia diversas fichas de pessoas que já estiveram aqui, olhando as fichas, vi que todas eram deste acampamento. Porém, após isto vi diversas cartas escondidas, empunhei sobre minhas mãos. Vendo carta por carta, eram todas cartas dos campistas para seus parentes ou amigos, todas as mensagens nunca foram enviadas e nem recebidas.
— Gente, o responsável por isto tem atormentado outros além de nós. — Disse isto aflita, ao encostar na última carta. Senti uma forte dor de cabeça, meu corpo caiu para trás.
— Patrícia! — Morgana veio correndo até mim, ela me encarou confusa, não entendi no começo.
— O seu cabelo, ele está branco! — Ela disse entrelaçando os dedos entre a única mecha branca em meu cabelo. Eu não entendi como isso ocorreu, apenas encostei naquela carta e cai no chão.
— Estou me sentindo péssima... Morgana! — Um grito pode ser escutado, a voz era de uma mulher. Não estamos sozinhos neste lugar infeliz, afinal de contas.
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A ascensão do acampamento Wild
TerrorNo livro "A ascensão do acampamento Wild", acompanhamos a jornada de sete vencedores de um programa de TV que se veem em uma situação extrema após uma calma viagem para outra cidade da qual haviam ganhado como recompensa do programa, após o acidente...