Ainda estava sem reação, tudo havia ocorrido tão rápido. Não tinha muito tempo para eu pensar sobre isto, tive que improvisar com oque eu tinha de conhecimento. Após ouvir Matheus me chamar tive que agir.
- Eu peço que não mexem na Sarah e nem na Erika! - Fui até Sarah, verificando o pulso dela. Senti os batimentos, não teria como ajudar às duas, precisava de mais alguém.
- Matheus. Tente estancar o sangramento da Erika, eu vou precisar de mais tecido para poder estancar os ferimentos da Sarah! - Não tinha nenhum recurso para eu ajudar elas, não podia deixar que o desespero tomasse conta de mim! Talvez se...
- Que nojo Erika! - Yum disse isto, Erika havia acordado, para o azar de Yum. Vomitando justamente em seu traje, extremamente horroroso.
- Yum, se você está incomodado com a Erika. Poderia se retirar! - Patrícia respondeu, não acreditei que eles queriam começar uma briga em uma das piores situações possíveis.
- Eu vou mesmo, preciso me limpar! - Ele se retirou, murmurando reclamações durante o caminho, não é como se alguém ali iria se importar com um idiota desses.
Rasguei a minha camisa para tentar estancar o ferimento de Sarah. Não tinha nenhum tecido limpo para fazer isto e não pretendia a deixar sangrando até morrer, me empenhei ao máximo para que Sarah continuasse viva. Todos ali estavam com uma expressão fechada e preocupada, tudo estava em minhas mãos e eu não podia falhar com eles. Mas, todo esse esforço não foi em vão.
- Ela está abrindo os olhos! - Pude ouvir alguém dizer isto, Sarah havia reanimado. Nossa felicidade foi por pouco tempo, já que um grito pode ser escutado vindo da floresta. Era Yum
- Eu vou até Yum! - Não pensei nem duas vezes em o ajudar, mesmo que nós possuamos nossos conflitos. Ainda me importo com ele, sai sem nem pensar duas vezes.
- Fiquem aqui! - Disse enquanto ia me afastando deles. Os sons dos gritos estavam ficando cada vez mais difíceis de se escutar, como se ele estivesse ficando sem voz. Próximo à saída do acampamento, ouvi alguém me chamar.
- Me ajuda! - A voz era parecida com a de Yum. Porém, vindo de uma direção diferente. Na dúvida decidi seguir a mais próxima, que escutei de dentro do acampamento. Fui correndo, pois, já não ouvia mais Yum. Meu maior erro foi não olhar por onde eu estava andando, tropecei em algo, ao cair, vi que seria uma enorme descida. Rolei no chão enquanto tentava parar, eu estava vulnerável, podia me machucar facilmente. Cobri minha cabeça com as mãos e esperei, parecia que eu não iria parar de girar, até que finalmente parei. Abri meus olhos calmamente e vi estar em um lugar escuro e desconhecido, como uma caverna ou uma mina.
- Como eu vim parar aqui? - Coloquei minha mão sobre a cabeça, o impacto da queda não havia sido tão forte. Tudo estava tão escuro, me senti amedrontado. Não pela escuridão, pelo oque ela poderia guardar de tão misterioso. Era impensável como eu podia ficar parado enquanto Yum precisa de mim, fui me rastejando até um canto aleatório. Pretendendo utilizar a parede como guia perante a está escuridão tão tenebrosa.
Me lembro como se fosse ontem, eu e meus amigos felizes comemorando a vitória. Agora estou aqui, em um lugar desconhecido com ameaças desconhecidas. Não podia pensar de forma negativa, afinal isso é apenas temporário, iremos sair juntos desta.
- Alguém? - Ao ouvir a voz de Yum próxima. Senti esperança, então acelerei os passos. Avistei uma luz, como a luz no fim do túnel. Ao chegar até onde a voz estava vindo, avistei uma pessoa virada de costas, olhando fixamente para a parede.
- Moço, está tudo... - O rapaz se virou em minha direção, ele estava coberto em um traje de plantas. Seu rosto coberto por uma máscara, ele estava vindo. Não pareceu ter boas intenções, logo corri em direção oposta, novamente retornando para a escuridão.
Talvez eu estivesse apenas vendo coisas, era melhor eu retornar. Seria melhor o ter em meu campo de visão. Mas, antes que eu pudesse pensar em algo. Ouvi passos fortes se aproximando, soube na hora que iria ter que continuar meu caminho. Então fui sorrateiramente caminhando, me guiei pelas paredes daquele lugar.
Enquanto eu andava, não conseguia ignorar a sensação de estar sendo observado. Provavelmente ele estava brincando comigo, vendo até onde eu iria. Finalmente avistei luz em meu caminho, agora seria a hora perfeita para eu correr. Foi oque eu fiz, corri desesperadamente até a luz, infelizmente o caminho terminou em outra parede. A luz era apenas uma lanterna com vaga-lumes, não tinha muito oque eu fazer. A não ser tentar escalar aquela parede rochosa, sem equipamento algum.
Me esforcei ao máximo para conseguir escalar. Não poderia cair ao chegar em uma altitude maior, então me empenhei ao máximo para não falhar no que estava fazendo. Senti meu corpo se arrepiar, enquanto eu ia subindo. Peguei em uma rocha que estava solta, comecei a cair de forma rápida. Gritei como nunca havia feito antes e tentei parar a queda, me segurando nas rochas. Minha unha começou a arranhar e gradualmente estavam sangrando, até que... Saíram de meus dedos. Não podia me lamentar agora, continuei escalando. Até finalmente chegar no topo, a lanterna havia caído na hora que a queda se iniciou.
- Que merda! - Agora era a hora que eu finalmente poderia colocar para fora a dor, gritei até não aguentar mais. Mas, algo ali me chamou a atenção. A rocha com um mapa, mesmo sendo difícil de enxergar, procurei onde eu estava exatamente. Passando o dedo sobre todo o mapa esculpido na rocha, chegando até um ponto marcado com um "aqui".
Então eu estou próximo da saída, esse lugar segundo o mapa fica sob um vilarejo, este vilarejo cujo fica abaixo do acampamento Wild. Se eu conseguir me lembrar do caminho, teria como eu sair deste lugar, ainda tinha esperança para mim...
Antes de sair. Vi um nome marcado na rocha, com sangue, Humberto. É triste saber que alguém já passou por isto, escrevi meu nome naquela rocha. Utilizando o sangue dos meus dedos, suspirei fundo e me levantei. Caminhando por aquele lugar, apenas com oque eu poderia me lembrar daquele mapa.
Continua...
VOCÊ ESTÁ LENDO
A ascensão do acampamento Wild
HororNo livro "A ascensão do acampamento Wild", acompanhamos a jornada de sete vencedores de um programa de TV que se veem em uma situação extrema após uma calma viagem para outra cidade da qual haviam ganhado como recompensa do programa, após o acidente...