Capítulo 22

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O primeiro dia na casa de Emma foi tranquilo. Musa se sentiu acolhida pela mulher e Riven fazia de tudo para elas interagirem mais entre sim, o que de certa forma havia funcionado. Estava tudo indo de acordo como imaginado, os dois estavam adorando passar um tempo à sós, sem a bagunça de seus amigos. Não é preciso acordar cedo, estudar ou até mesmo treinar, isso deixava Riven contente, já não aguentava mais ficar em Alfea. Já por outro lado, Musa sentia que dentro de si havia um espaço vazio, quase sendo arrancado dela. Ela não quer ter que pensar nisso, mas no fundo, sabe que isso tem alguma relação à sua magia. Sua mente sempre estava ocupada com pensamentos alheios, e agora que isso acabou, tenta se acostumar ao fato de que tem apenas seus sentimentos.

Não imaginou que fosse tão complicado não saber o que os outros pensam, essa é a realidade de todos, mas não a dela. Ter que ouvir as pessoas e confiar nelas por pura falta de opção, à deixa aflita. Sua vida não se baseia nisso, e ela sabe que a qualquer momento acabará cedendo à sua magia novamente.

O brilho forte que batia em seu rosto à fez acordar, na intenção de fechar as cortinas do quarto. Levantou-se devagar para não acordar o especialista, eram apenas sete da manhã. Seu corpo encolhido pelo frio observou o movimento da árvores na sacada, é um lugar lindo, há montanhas e variadas aves voando pelo céu. Musa realmente havia gostado do lugar. Sem sair do lugar, reparou que a mãe de Riven regava algumas de suas plantas na horta à baixo. Uma sensação boa percorreu por seu corpo, formando um sorriso descreto em seu rosto. Ela logo adentrou no quarto indo em direção à porta, à abrindo e se deparando com o homem que havia esquecido o nome, padrasto de Riven.

- Acordada tão cedo?- Perguntou ele fazendo Musa dava um passo para trás, afirmando com a cabeça.- Fiquei curioso com os limitadores.- Apontando para os braços da garota, falou.- Que elemento tinhas?

- A mente.- Respondeu receosa, lembrando da conversa que teve com o especialista sobre o padrasto.

- Sou um fada da mente também.

- Sim, eu sei.- A voz de Musa saiu ríspida, sentindo toda a raiva pelo que o homem fez com Riven quando menor. Mesmo que ele fosse puxar conversa, a ex fada não estava nenhum pouco afim de suportá-lo agora. Esquecendo do que tinha em mente para fazer, retornou ao quarto rapidamente. Ela não queria ser mau educada, mas lembrando de tudo que Riven teve que passar.. Com alguém que é igual à ela.. não pode sequer imaginar o remorso que o garoto deve sentir.

Musa se lembra da primeira vez que viu o rapaz em Alfea. Sua postura fria de garoto mal e ignorante esconde todas as cicatrizes que o marcaram. Todos os alunos o veem e sequer imaginam o que teve que passar na infância. As vezes ela se questiona se seus problemas são tão importantes assim. Antes que Riven a contasse mais de sua vida, ela nem pensava na possibilidade de que ele também tem de lidar com dificuldades, péssimas iguais às dela.

Seu olhos rodaram o quarto e pararam no rosto acordado do especialista.

- Vai mesmo acordar tão cedo nas férias?- Perguntou ele ao vê-la de pé.

- Aproveitar o dia.- Falou esquecendo da conversa que acabará de ter, Riven não precisava saber, ficaria atordoado.

- Ok.. Está tudo bem?

- Sim!- Exclamou ela mostrando animação.- Aonde vai me levar hoje?

[...]

Riven encarava o homem na mesa de café da manhã. Ele suspeitava de toda a simpatia que mostrava, seu padrasto nunca foi de ser muito sociável, mas agora estava sendo, o que o deixava puto. Riven não queria o arrependimento dele ou seu carisma, apenas que ele sumisse para sempre.
Sua mãe é feliz com ele, foi uma das únicas coisas que a deixaram contente depois que o pai de Riven morreu. Mas o especialista não sabe se deve confiar nele depois de tudo que aconteceu, se pudesse, o proibiria de dirigir uma palavra à Musa.

°O som do seu Desejo-Rivusa (Fate das Winx)Onde histórias criam vida. Descubra agora